Empresária negra é acusada de roubo em loja de shopping e denuncia racismo

A jovem foi seguida e abordado por um fiscal, que fez a acusação

O Liberal

A jovem empresária negra Juliane Ferraz, de 24 anos, denunciou a loja Leader por calúnia e falsa acusação de roubo. Ela diz que foi seguida e abordada por um fiscal da loja após olhar roupas para sua enteada em uma unidade do Norte Shopping, no Rio de Janeiro, no último dia 10. As informações são d’O Dia.

"Eu fui lá ver um vestido para minha enteada. Como eu tinha levado um vestidinho de casa para medir o tamanho dela, porque sempre confundo, eu peguei o vestido que estava na minha bolsa, olhei e comparei com o vestido da arara. Eu vi que não cabia, devolvi o vestido e ainda tive o cuidado de levantar minha bolsa bem no alto, pra câmera gravar bem eu devolvendo o vestido", conta.

Segundo Juliane, ela foi até outra loja, comprou a roupa que queria e quando saiu foi chamada pelo funcionário no meio do shopping: "Quando eu saí da loja, esse mesmo supervisor ficou me vigiando mas eu deixei pra lá e segui minha vida. Andei no shopping, fui na Alphabeto, comprei umas roupas pra minha enteada, fui muito bem tratada, muito bem atendida e quando saí eu ouvi um 'ou, ou, ou, senhora'. Veio um rapaz e me acusou de ter furtado um vestido de R$ 25 reais. Um vestido que eu teria colocado no braço e depois na bolsa. Na mesma hora eu abri a bolsa e mostrei que o único vestido que eu tinha colocado na bolsa era o meu próprio vestido, que era listrado e colorido. E ele falou que eu tinha pego, sim, esse vestido branco, e que, de repente, eu esqueci de pagar".

"Ele falou que estava filmado e nós fomos ver. Fomos caminhando, tinha um segurança do shopping acompanhando ele e, chegando perto da praça de alimentação, ele veio me mostrar o vídeo, que mostra claramente que eu peguei esse vestido, comparei com o meu e devolvi o meu para a sacola. Ele falou 'é, realmente, desculpa'. Só que nesse momento o shopping inteiro já estava olhando pra mim. Eu falei que não aceitava as desculpas dele e ele falou 'realmente eu fui despreparado na hora que te abordei'", completa.

Ainda segundo o relato, todas as medidas legais estão sendo tomadas. "Eu falei com policiais, fui na delegacia, abri um boletim de ocorrência, processo, tudo como deve ser feito, já acionei advogado. Independente do desdobramento, o que eu passei ontem eu nunca vou esquecer. A humilhação, o constrangimento. Eu não desejo isso pra ninguém, nunca. Dói saber que uma pessoa te olha e acha que simplesmente pela cor da sua pele você não tem direito nem ao benefício da dúvida", finaliza.

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