Empresário Abilio Diniz passou por sequestro em 1989; relembre o caso

Empresário permaneceu em cativeiro por seis dias e crime influenciou eleição presidencial

O Liberal
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No dia 11 de dezembro de 1989, durante seu trajeto para o trabalho em São Paulo, o empresário Abilio Diniz foi capturado por sequestradores. Seu falecimento ocorreu neste domingo, dia 18, aos 87 anos, devido a complicações respiratórias decorrentes de uma pneumonite.

O sequestro aconteceu num momento político importante, poucos dias antes do segundo turno da eleição presidencial entre Fernando Collor (PRN) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O episódio teve um impacto significativo na campanha política, especialmente após Lula ser associado ao grupo responsável pelo sequestro.

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Diniz, na época ligado ao grupo Pão de Açúcar, permaneceu em cativeiro por seis dias, sendo libertado apenas em 17 de dezembro. Os sequestradores, composto por chilenos, argentinos, canadenses e um brasileiro, estavam vinculados ao Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR) do Chile.

O sequestro foi planejado em conjunto com o movimento Forças Populares de Libertação (FPL), ativo na guerrilha de El Salvador. O MIR exigiu um resgate de US$ 30 milhões para libertar o empresário, visando financiar suas atividades guerrilheiras.

Após a descoberta do cativeiro pela polícia, ocorreram 36 horas de cerco antes da rendição dos sequestradores. Durante a operação, foram encontradas evidências, incluindo camisetas do PT e material de campanha de Lula em propriedades alugadas pelos criminosos, tentando vincular o partido e o candidato ao sequestro. No total, 10 sequestradores foram detidos.

A libertação de Diniz coincidiu com o segundo turno da eleição, no dia 17. Naquele dia, Lula foi derrotado por Collor. Além das evidências apresentadas, como material de campanha e agendas com nomes de petistas, a associação dos sequestradores ao PT foi considerada um dos fatores que contribuíram para a derrota de Lula nas urnas. No entanto, a ligação do sequestro com o Partido dos Trabalhadores nunca foi confirmada.

O dinheiro pedido não foi pago aos sequestradores, pois a polícia conseguiu encontrar o local do cativeiro seis dias depois.

Redução de penas para sequestradores gera polêmica

Após uma batalha judicial, o Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou, por sete votos a dois, o pedido de revisão criminal dos sequestradores de Abilio Diniz. As penas, que inicialmente variavam de 26 a 28 anos de reclusão, foram reduzidas para um intervalo de 15 a 18 anos. Além disso, devido ao trabalho realizado no presídio, os sequestradores tiveram suas penas diminuídas em um ano e meio.

Em maio de 1999, Raimundo Rosélio Freire, natural do Ceará, conquistou liberdade condicional após cumprir dez anos de prisão, correspondendo a um terço de sua pena. Ao ser liberado, expressou arrependimento pelo sequestro. No mesmo ano, em abril, os chilenos Héctor Tapia, María Emilia Marchi, Pedro Lembach, Ulises Gallardo e Sergio Olivares Urtubia foram repatriados para o Chile e encaminhados ao Centro de Detenção Preventiva Santiago Sur. Já os argentinos Horácio e Humberto Paz foram extraditados em julho de 1999.

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