Superexposição nas redes sociais pode causar danos à saúde e jurídicos

A reportagem conversou com especialistas da área da psicologia e do direito para exemplificar sobre alguns desses danos

Bruna Lima
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Em tempos de superexposição das redes sociais, muitas pessoas jogam suas vidas para o mundo sem pensar nas consequências que alguns tipos de posturas e falas podem causar. Diante dessa segunda vida, a reportagem conversou com especialistas da área do direito e da psicologia como forma de entender um pouco sobre alguns problemas causados pelo mundo virtual.

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Dentro do campo psicológico, algumas pessoas acabam adoecendo em decorrência de situações diversas, seja por cancelamento, não-aceitação e entre outras ações. Assim como no aspecto jurídico, pois alguns internautas acham que o mundo virtual é terra sem lei e acabam ecoando discurso de ódio e entre outras posturas que são criminosas.

O humorista Rico Melquíades fez um desabafo em um programa televisivo, na semana passada, sobre a pressão que vem sofrendo em decorrência das redes sociais. O humorista diz que sofre constantes ataques e declara que não vem sabendo lidar com as críticas.

"Esse Rico é fake, é o que eu quero mostrar na internet. Eu estou no fundo do poço, porque hoje em dia eu tenho tudo e eu não consigo ver alegria em nada", diz Rico em um dos trechos da entrevista para uma emissora de televisão.

A reportagem conversou com a dupla Natascha Ramos Rodrigues Damasceno do Couto e Raissa Andrade Teixeira, donas do perfil @wishlist.delas, que aborda o universo da maternidade nas redes sociais. Elas dizem que nunca passaram pela experiência do cancelamento e acreditam que isso se deve por ter um público fiel e empático.

"A gente fala muito da desromantização da maternidade, mas até hoje não passamos por situações violentas, acredito que isso se deve pelo nosso público ser empático”, destaca Natascha.

Já aconteceu delas receberem críticas por determinados conteúdos, mas nada que ocasiona um grande desconforto. “Quando isso acontece a gente procura ter paciência e mostrar que nem sempre vamos agradar a todos”, acrescenta a influenciadora.

Identificar o limite do uso das redes sociais é essencial

A Psicóloga e psicanalista Rafaela Guedes diz que avaliar o uso e o limite das redes sociais é uma decisão pessoal, uma vez que a relação interpessoal é uma necessidade humana, mas quando essa interação vira uma obrigação pode ser o ponto de reflexão para saber se está fazendo bem ou não para o usuário.

“Enquanto essa exposição preenche, valida, traz enriquecimento pessoal por conta dos laços e afetos é bom, é positivo e faz parte da vida, mas quando vira obrigação e esvazia o sujeito e a pessoa se sente cada vez mais cansada, fadigada e vazia significa que está no lugar de sofrimento e precisa ser repensado”, pontua a psicanalista.

Outro ponto que é prejudicial e ocorre com frequência nas redes é a comparação que muitos usuários fazem das suas vidas com os demais seguidores. “ Quando você consome muito o conteúdo do outro e começa a se machucar e achar que o outro não tem problema, tem uma vida perfeita e começa a gerar sofrimento, não é saudável”, explica a psicóloga.

Avaliar o tempo que passa nas redes sociais é outro ponto importante, pois é necessário avaliar se está promovendo cansaço ou esvaziando as relações, pois a psicóloga explica que se a pessoa está interagindo mais virtualmente que pessoalmente se torna negativo, pois o contato físico é mais importante.

Direitos

O professor de Direito Penal e Advogado Criminalista, Thiago Ximenes, que é PhD em Ciência da Informação, diz que na atualidade, com a evolução da Internet e, principalmente, com a chegada das redes sociais, a superexposição foi potencializada, já que muitos querem reconhecimento, fama ou, simplesmente, sentem a necessidade de tornar pública sua vida pessoal.

No entanto, tem a Lei Nº 12.965, de 23 de abril de 2014, conhecida como Marco Civil, a qual estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Todavia, não se pode esquecer que condutas criminosas podem ser praticadas através das redes sociais, atuando, nesse caso, o código penal brasileiro.

"As redes sociais trazem uma série de regras que devem ser obedecidas pelos usuários, as mais comuns, são a proibição de fotos de nudes, pornografia, frases que incitam crimes, difamação, assédio, discriminação, racismo, ameaças, conteúdos ilegais, fake news dentre outras. O leitor que se interessar em ver essas regras pode acessar o endereço pertencente ao Governo Federal”, explica o professor.

Ele ressalta que a maioria dos usuários acha que por vivermos em um país democrático e termos o direito, constitucional, de expressão, tudo se pode postar na internet. “A coisa não é bem assim, existem vários crimes os quais podem estar sendo praticados, e isso poderá acarretar consequências drásticas, como, por exemplo, uma condenação penal. Vale lembrar que é cabível, em muitos casos, o pedido de indenização por danos morais na esfera cível”, pontua Ximenes.

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