Sexta-feira Santa: Procissão do Senhor dos Passos reúne milhares de fiéis em Belém

A Sexta-feira Santa (29) para os católicos de Belém começou às 7h da manhã, com a saída da imagem de Nosso Senhor dos Passos da Basílica Santuário, em direção à Igreja de Nossa Senhora das Mercês, no bairro da Campina. Milhares de fieis acompanharam a procissão, cuja caminhada de aproximadamente 3,5 quilômetros e duração de quase quatro horas foi aliviada pelo clima ameno. Às 10h50, a imagem do Senhor dos Passos encontrou a imagem de Nossa Senhora das Dores, que também saiu em procissão, às 8h, da Igreja de São João Batista, no bairro da Cidade Velha.

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Ao longo do trajeto, sete paradas foram feitas, representando os sete passos de Jesus em direção ao Calvário. O padre barnabita Josué Maria Bosco, da paróquia de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro, explica o significado litúrgico: “Jesus foi condenado, caiu e foi coroado de espinhos. Tudo isso por cada um de nós. Cada vez que Verônica, que enxugou o rosto de Jesus, canta, ela pede que o Senhor tenha piedade de nós”. 

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Chuva

A imagem do Senhor dos Passos saiu da Basílica coberta pelo pálio, ornamento litúrgico que também sobrepõe o Santíssimo Sacramento em missas e procissões. Por volta das 8:50, quando a procissão passava pelo Theatro da Paz, uma chuva começou a cair e homens da Guarda de Nazaré colocaram uma proteção de plástico sobre a imagem.

Fé imensurável

Após cerca de três anos sem participar da procissão, a profissional do lar, Maria Rosa Ramos Jorge (77 anos), retornou à caminhada do Senhor dos Passos. Ela estava bastante emocionada com o momento de fé vivenciado. 

“É uma coisa maravilhosa, única e muito emocionante. A gente está seguindo os passos de Jesus. Se todo mundo entendesse esse dia de hoje, poderia mudar muita coisa nessa vida. Estamos numa situação muito cheia de problemas. Tanta coisa que não é do agrado de Deus. Se a gente pudesse mudar um pouco essa realidade, seria ótimo. Pensar mais nele, porque Ele que é importante e tudo de bom na vida de cada um de nós católico. Eu deveria estar trabalhando, mas decidi vir aqui e vou continuar até onde der”, disse dona Maria.

O universitário Valdo Silva (22 anos) participa da procissão há três anos. Ele se faz presente para agradecer a dádiva de ter sobrevivido à pandemia de Covid-19.

“Eu acredito que a oportunidade de estar vivo e poder agradecer vindo nessa procissão, como em várias outras, era algo que não podia desperdiçar. Então desde 2022 eu estou me fazendo presente aqui. A gente já passou por tantas coisas, provações, mas quando estamos nesse momento lembramos que ninguém conseguiu suportar tanta dor e mesmo assim se manter firme no caminho, senão Jesus. Então quem somos nós para reclamar das nossas dores do dia a dia, dos momentos mais difíceis que a gente enfrenta, se temos um Senhor que segura a sua própria cruz, a cruz onde ele sabe que ele vai morrer pela gente?! Acredito que a gente tem que voltar os olhos pra Deus e agradecer todos os dias pela oportunidade e pela conversão”, refletiu Valdo.

Trajeto

As sete paradas da procissão foram feitas: na saída da Basílica Santuário; em frente ao Colégio Santa Catarina de Sena; na avenida Nazaré, entre travessas Benjamin Constant e Dr. Moraes; em frente à Casa da Linguagem; em frente Hospital São Pio XII; na Capela Santo Antônio; e na Paróquia Sant’Ana, na Campina.