'Samaumeira da Praça Santuário': operários da Semma começam retirada da árvore; vídeo

A previsão é de que a remoção do vegetal dure, pelo menos, oito dias. No início deste mês, o laudo da árvore indicou risco iminente de queda de galhos e tombamento

Saul Anjos

O processo de retirada dos restos de tronco e raiz da árvore conhecida como “Samauameira do CAN”, como era chamada a praça até 2004, começou nesta segunda-feira, 22. No dia 6 de fevereiro deste ano, galhos do vegetal centenário, que fica dentro da área da Praça Santuário e ao lado da Concha Acústico, caíram na direção da avenida Generalíssimo Deodoro, no cruzamento com a avenida Nazaré. 

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A decisão da remoção da samaumeira foi tomada pela Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), responsável pela administração da Praça Santuário, após receber o laudo sobre a saúde do vegetal, no último dia 8 deste mês, que indicou risco iminente de queda de galhos e tombamento.

image Nesta segunda-feira (22), haverá uma reunião entre a Semma, Seurb e a DFN para tratar do que será feito com a árvore e a possibilidade do plantio de uma nova samaumeira no local da que será retirada. (Ivan Duarte / O Liberal)

Por possuir dimensões muito grandes, o que se aplica também às raízes, a retirada ocorrerá em duas etapas. Inicialmente, será retirado o restante do tronco da árvore e posteriormente as raízes, isso porque há a possibilidade de elas terem tomado áreas extensas do subsolo. A previsão para a conclusão do serviço é em oito dias. 

Ao todo, aproximadamente, 35 pessoas atuaram no trabalho de remoção da árvore, que inclui operários da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém, da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) e também da Guarda Municipal de Belém (GMB) foram responsáveis por isolar a área onde está a samaumeira, além de auxiliar pedestres e condutores que passarem pelo entorno. 

image Kayan Rossy, diretor do Departamento de Áreas Verdes da Semma, explica que a melhor maneira de retirar a samaumeira é com a diminuição da altura dela. (Ivan Duarte / O Liberal)

Kayan Rossy, diretor do Departamento de Áreas Verdes da Semma, explica que, após conversas com professores e engenheiros florestais das universidades Federal do Pará (UFPA) e Rural da Amazônia (Ufra), concordaram que a melhor maneira para a retirada do vegetal seria com a diminuição da altura, “para ver se a lesão chegou até a base nas raízes”. Caso isso tenha acontecido, não será necessário cavar a samaumeira. “Daqui, ela (samaumeira) vai ser levada para a Granja Modelo, que é onde produzimos muda, porque lá temos espaço para armazenar. Por se tratar de um patrimônio, quem cuida disso é a Fumbel (Fundação Cultural de Belém)”, diz Rossy. 

Quanto ao que será feito com o vegetal, o diretor acrescenta que, nesta segunda-feira (22), por volta das 17h, ocorrerá uma reunião entre a Semma, Seurb e DFN, para tratar o que será feito após a retirada da árvore do local. 

“A priori, a diretoria da igreja (Basílica Santuário de Nazaré) gostaria que fosse plantada uma nova samaumeira no local, mas a Semma não indica por todos os problemas que a samaumeira pode trazer. Não é uma espécie adequada. Teremos uma reunião para ‘bater o martelo’, nesta segunda, entre a Seurb, que vai fazer o calçamento, a Semma com a parte técnica e a igreja que fica responsável pela parte religiosa, cultural e tradicional do local. Tudo para tratar essa decisão a respeito do replantio de vegetal no local e os próximos encaminhamentos”, esclarece.

Plantio

Em Belém, de acordo com a Lei Ordinária nº 8.489, de 29 de dezembro de 2005, é obrigado o plantio de, pelo menos, uma árvore para cada uma suprimida em terreno ou via pública, em todo o município.

Além disso, por ser uma espécie tombada, é necessário que uma nova samaumeira seja plantada na cidade, sempre que uma for suprimida, conforme a Lei Ordinária nº 7.709, de 18 de maio de 1994. Por estas razões, uma nova árvore da mesma espécie deve ser plantada em breve, após a supressão do vegetal centenário.

Canto dos pássaros

image Alcindo Júnior, 64 anos, vai sentir falta de acordar com o canto dos pássaros que moravam em cima da samaumeira. (Ivan Duarte / O Liberal)

Há 50 anos, Alcindo Júnior, 64 anos, acordava de frente com o cantarolar dos pássaros que viviam em cima da samaumeira. Para o corretor de imóveis, a árvore fará falta na rotina dele e dos demais que costumam passar por ali. “A importância maior era uma tradição do bairro (Nazaré), por ser o único que mais tem samaumeira. Ela (árvore) é centenária, então representa muito a identidade do bairro e da Basílica. Vai fazer falta, além de ter os animais, a cobertura de sombra e a ornamentação. Era muito bonito acordar com o cantor dos periquitos”, lamenta o morador. 
 

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