Operação negocia saída de manifestantes de residencial "Viver Pratinha"

Área seria um conjunto habitacional com destinação a moradias populares de programas públicos, mas a obra nunca foi acaba e já foi ocupada várias vezes

Caio Oliveira

Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 26, manifestantes ocuparam as instalações do Residencial Viver Pratinha, na rodovia Arthur Bernardes, em Belém. Durante horas, dezenas de policiais militares da força regular e das Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam), bem como Guardas Municipais de Belém (GMB), se reuniam no local, enquanto os manifestantes, que protestavam pelo direito de habitarem o espaço, negociavam com representantes da Caixa Econômica Federal e da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab).

“Esse residencial foi construído há muitos anos e encontra-se depredado. Ele não foi entregue aos moradores que, supostamente, seriam contemplados na época. Então, a comunidade se juntou em uma associação, solicitando o direito à moradia daqui desses edifícios”, conta Jamily Luglimi, advogada que assessora os manifestantes. O local já havia sido palco de outro protesto em janeiro, e a advogada conta que, na ocasião, foi proposto que fosse feito um cadastro para que, então, fosse realizada uma triagem das pessoas que seriam selecionadas para receber as chaves de um apartamento no residencial.

“Ocorre que no dia 24 deste mês, saiu uma lista de 752 pessoas; ou seja, todos os imóveis daqui já estão devidamente contemplados, e nenhum da lista foi contemplado. É essa a reivindicação deles: a promessa que a Sehab fez e não está sendo cumprida”, explica a advogada. Segundo os manifestantes, a construção do “Viver Pratinha" começou há cerca de doze anos e, no ato desta quarta-feira, havia pessoas que alegam estar cadastradas há mais de sete anos receber o direito de morar no local. De acordo com a assessoria de comunicação da Sehab, para ser beneficiada, a pessoa tem que estar cadastrada no Programa Viver Belém e atender aos requisitos sociais, como ter renda de até R$ 1.800,00. Mães chefes de família, idosos e pessoas com deficiência são consideradas prioridades.

image Ocupantes acompanham com aflição o desenrolar de uma história que envolve o sonho da casa própria (Akira Onuma / O Liberal)

“Desde que assumimos a Prefeitura de Belém, na gestão do prefeito Edmilson Rodrigues, nós tratamos de fazer o levantamento imediato de todos os empreendimentos que estão parados há mais de dez anos, levando em consideração todo déficit habitacional em Belém, que chega a quase 400 mil famílias”, explica Jairo Moura, diretor de programas e projetos habitacionais da Sehab.

“Estamos correndo contra o tempo para fazer todo trabalho possível para a entrega dos empreendimentos como esse aqui, no Viver Pratinha. Só esse ano, é a segunda vez que estamos vindo aqui, para conversar com a comunidade e explicar que a gestão está comprometida a entregar o empreendimento às famílias que se enquadram”, diz o servidor, que participou das negociações.

Apesar dos ânimos acalorados, as conversas ocorreram de forma pacífica e, no fim da manhã, os manifestantes deixaram o residencial. Foi acertado que nesta quinta-feira, 27, haverá uma reunião de representantes da associação com o Secretário de Habitação, Rodrigo Moraes. “Se não resolver essa situação, eu não sei como vai ser feito. Talvez, eles voltem a ocupar”, encerra Jamily Luglimi.

 

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