Protesto contra a Sesan fecha parte da avenida Almirante Barroso, em Belém

Na manhã desta quinta-feira (21), cerca de 40 pessoas, entre motoristas que prestam serviços para uma empresa terceirizada e coletores que possuem um termo de cooperação com a Prefeitura de Belém, realizaram um protesto na Almirante Barroso, em frente à Secretaria Municipal de Saneamento no bairro do Marco. O ato, reivindicando repasses para o transporte dos coletores e salários atrasados dos prestadores de serviço da terceirizada, terminou por volta de 12 horas, após os manifestantes se reunirem com representantes da Sesan.

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No início do protesto, por volta de 10h, os trabalhadores fecharam uma faixa da via contínua no sentido de quem sai de São Brás e vai para o Entroncamento. Segurando cartazes, os manifestantes utilizaram 6 caminhões para fechar a via. No entanto, a Polícia Militar foi acionada por funcionários da Sesan e os agentes conversaram com os trabalhadores para que metade da pista fosse liberada e os veículos conseguissem trafegar, ainda que de maneira mais lenta.

Segundo Sarah Reis, presidente da cooperativa Araus e da Rede Recicla Pará, os manifestantes estariam reivindicando que o acordo feito entre eles e a Prefeitura de Belém fosse cumprido. Uma das representantes da categoria relata que cerca de 150 pessoas estão prejudicadas. “A Prefeitura tem um termo assinado com a gente e está descumprindo. Nós estamos sem o ônibus para transportar os coletores até a cooperativa; os carros que prestavam serviço com a gente pararam, por causa de falta de pagamento. Não estão pagando os veículos terceirizados e, por isso, o nosso trabalho parou. Estamos sem renda, esse trabalho é o que nos dá sustento”, relata a coletora.

Conforme Sarah, o trabalho dos coletores está sendo prejudicado após a prefeitura retirar os caminhões. “A Prefeitura está retirando a estrutura sem nos dar satisfação. Quando procuramos, eles dizem que não tem dinheiro. Se o prefeito não quer ceder veículos para nós, que ele contrate as cooperativas que nós vamos exercer o nosso trabalho. Que ele pague o nosso serviço. Hoje, nós trabalhamos fazendo a coleta de graça e ficamos com o lucro após separarmos o material, o prefeito só disponibiliza os veículos para gente. Nós separamos grande parte do lixo de Belém. A gente trabalha no Círio de graça e retiramos toneladas de lixo e a prefeitura não vê isso”, diz Sarah. 

Acidentes 

Outra coletora que fez várias denúncias sobre a atual situação dos trabalhadores é Maria do Socorro Ribeiro, presidente da Associação De Catadores Da Coleta Seletiva De Belém (ACCSB). Segundo ela, após o corte nos transportes, os coletores passaram a viajar em cima dos caminhões para chegar até a cooperativa e acidentes passaram a ser registrados.

“A gente já veio aqui em agosto conversar com eles e o que foi acordado com a gente não foi cumprido. Eles falaram que iam pagar os trabalhadores, retirar os rejeitos de dentro do galpão e iam pagar o transporte, mas nada aconteceu. Nós temos que andar em cima dos caminhões, eles já estão cheios de multas e já houve acidentes. Já caiu uma moça de cima da caçamba e quase morreu. Então a gente fez isso aqui (protesto) porque não temos mais para onde correr. Não queremos prejudicar ninguém, estamos sendo obrigados a tomar essa atitude”, lamenta Maria do Socorro. 

A Redação Integrada de O Liberal solicitou posicionamento da Sesan e aguarda esclarecimentos sobre os relatos feitos pelos coletores.