'O Máscara da Pedreira': vendedor se fantasia para vender empadas e viraliza

Marcos Santos Dias, mais conhecido como o "Máscara paraense" entre os populares, anda pelas ruas do bairro imitando o personagem de quadrinhos Vendedor sai às ruas vestido para vender empadas e viraliza

Amanda Martins
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Quem passa aos finais de tarde pela Avenida Pedro Miranda, no bairro da Pedreira, já deve ter se deparado com uma “figuraça” que circula fantasiada como o personagem do filme "O Máscara" vendendo empadas. De terno, blazer e chapéu amarelo, Marcos Santos Dias, de 47 anos, tem chamado a atenção dos clientes por reproduzir nas ruas os gestual cômico do personagem do cinema. Mais do que conseguir uma renda, ele tem conquistado a simpatia dos moradores, recebendo até um novo apelido: “Máscara paraense”.

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A ideia da fantasia surgiu quando Marcos, que trabalha como cosplay em eventos e ações solidárias, precisou arranjar uma nova maneira de ganhar dinheiro. Em dezembro deste ano ele ficou desempregado e precisou fechar a sorveteria temática de super-heróis que tinha

Com o aluguel acumulando e contas a vencer, Marcos precisou driblar a própria timidez e recomeçar mesmo diante das adversidades. 

“Eu já vendia as empadas do Rangel lá na sorveteria, vi no grupo que temos no WhatsApp que todo mundo estava vendendo e pensei: ‘Acho que dá para mim’. Só que sou acanhado. Aí lembrei que tinha a fantasia do Máscara, coloquei a roupa e mesmo tremendo, fui”, contou Marcos, acrescentando que se identifica muito com o ator Jim Carrey, que interpreta o personagem nas telas de cinema.

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Para mergulhar “de cabeça'' no personagem, Marcos investiu cerca de R$ 250 na máscara de siliciado esverdeada e mais de R$ 300 no traje completo do personagem há quatro anos, quando ele ainda nem sonhava em sair nas ruas vendendo as empadas. 

image Marcos Santos Dias saí nas ruas do bairro da Pedreira fantasiado de Máscara vendendo empadinhas (Felipe Morais / Especial O Liberal)

Marcos contou que a esposa acha essa ideia dele sair fantasiado para vender os salgados “um tanto louca”, mas o apoia a prosseguir lutando por seus sonhos. “O dinheiro da venda das empadas tem ajudado a sustentar a minha casa e também meu pai, que é cego. Assim, aos poucos vamos nos levantando", disse. 

Na opinião de Marcos, um dos maiores desafios é enfrentar o calor de Belém usando a máscara do personagem, que costuma esquentar absurdamente. “Até na chuva ela esquenta, vem um abafado forte, mas não desanimo não”, diz.

Além disso, todos os dias ele costuma percorrer o trajeto por onde passa vendendo as empadinhas à pé, desde a saída da fábrica, localizada na Travessa Mauriti, na Pedreira, até a Avenida Duque de Caxias, no bairro do Marco. Marcos ressalta que essa rotina não é fácil, mas diz que toda a alegria que traz consigo e que ajuda a compor o personagem que adotou para chamar a atenção de quem passa, somada ao carinho que recebe dos clientes faz com que o "percurso" seja compensatório.   

“Eu passo na rua e o pessoal buzina, eu levanto o ‘pézinho’, mando ‘tchau’. Só escuto eles falando ‘demais’, que é o bordão do Máscara. Tem gente que para o carro e tira foto comigo, ou porque o filho quer também. Estou criando uma clientela muito boa, quando eu não vou em alguns lugares, eles mandam mensagem pedindo a minha presença”, conta o vendedor, que tem na venda das empadas a única renda da família. 

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