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Mortes em vias públicas preocupam ciclistas na Grande Belém

Nos últimos 30 dias, quatro ciclistas morreram vítimas de acidentes, fato que deixa a categoria e população em alerta e cobrando providências do Poder Público

Eduardo Rocha
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O mês de abril e este começo de maio têm sido um período de preocupação para ciclistas que transitam na Grande Belém, porque quatro deles morreram em virtude de acidentes em vias públicas neste período. O que fazer? Como prevenir? Por que tantas mortes? São perguntas que os ciclistas buscam responder ao mesmo tempo em que reivindicam por segurança no trânsito. Até porque, de acordo com levantamento do Departamento de Trânsito do Estado (Detran PA), em 2022, foram registrados em todo o Estado do Pará 810 acidentes envolvendo bicicletas, dos quais 105  ciclistas morreram. O órgão informa que os dados de 2023 estão em consolidação.

No dia 2 de abril, ocorreu a morte do ciclista Jean Carlos Castelo do Monte. Ele morreu atropelado por uma picape na madrugada daquele dia, na avenida Pedro Álvares Cabral, mais precisamente perto da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica, bairro da Marambaia, em Belém. O condutor do veículo responsável pelo acidente, foi preso por homicídio culposo, com, aproximadamente 633% de álcool no sangue acima do permitido. O caso foi registrado na Seccional da Marambaia.

Já em 6 de abril, um trabalhador que não teve a identidade divulgada morreu atropelado por volta das 8h30, na rodovia BR-316, à altura do KM 20, no limite entre os municípios de de Marituba e Benevides, na Grande Belém. De acordo com  informações colhidas no local, ele seguia de bicicleta para o trabalho - uma empresa de material de construção localizada à margem da rodovia - e ao se deparar com um buraco coberto pela água da chuva, tentou desviar e acabou entrando na pista onde os veículos trafegavam. Nesse momento, um carro de passeio acabou atingindo e derrubando a vítima. O condutor fugiu do local sem prestar socorro.

Na noite do dia 28 de abril, o ciclista identificado como Valmir Soares, 63 anos, foi atropelado e morto, na avenida Centenário, bairro do Bengui, sentido Belém/Ananindeua. O trânsito na área ficou congestionado. Segundo a Polícia Militar, que esteve no local do acidente, o homem foi atingido por trás por um carro de passeio, modelo HRV.

Na quinta-feira (4), agora,  um ciclista ainda não identificado foi atropelado e morto na rodovia BR-316, em Castanhal, nordeste paraense. Segundo as primeiras informações repassadas por testemunhas à Polícia, a vítima teria sido atropelada por um caminhão. Não resistiu e morreu ainda no local.

"Trânsito Adoecido"

Para a professora Rejane Manuela, coordenadora geral do Coletivo ParáCiclo, em funcionamento desde 2014, "Belém tem um trânsito adoecido, cheio de irregularidades e negligências; o Poder Público, ao invés de humanizá-lo, coloca mais velocidade e menos fiscalizações; não temos uma política de mobilidade urbana voltada para a conscientização das pessoas com as outras, e, sim, para potência de motor e curto horário".

No dia 28 de abril, o Paráciclo promoveu uma Bicicletada por vias de Belém, a partir do bairro de São Brás, a fim de denunciar as sucessivas mortes de ciclistas na Grande Belém. "Se não foram adotadas medidas de segurança mais abrangentes, a tendência é de esses acidentes, essas mortes continuarem; isso porque o risco de acidentes com ciclistas nos corredores de tráfego de Belém, como a avenida Augusto Montenegro, e na rodovia BR-316, é muito alto", enfatizou Rejane.

A coordenadora geral do Paráciclo enumera os riscos de acidentes com ciclistas na região metropolitana de Belém: falta de fiscalização nas ciclovias e ciclofaixas; malha cicloviária insuficiente na Grande Belém; 
ciclovias que não se interligam, deixando o ciclista no meio do trajeto; invisibilidade como agentes do Trânsito, vidas em cima das bicicletas viram dados; leis brandas para os sinistros de trânsito (não foi acidente!); vias e rodovias em péssimas condições sem iluminação e com bueiros abertos; sensibilização e conscientização dos motoristas de ônibus, vans,  táxis e aplicativos (promover ações focadas nessa categoria); respeito ao ciclista com 1,5 de distância; espaço de fala junto com a Prefeitura e Estado e o ciclista tem que ser levado em consideração no planejamento urbano.
 

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