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'Menina da mala': relembre o caso de uma das santas populares de Belém

No Dia de Finados, muitas pessoas visitam o túmulo de Diene Ellen, no cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia, por solidariedade e até por fé

O Liberal
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O caso da "Menina da Mala" é um dos mais icônicos dos casos policiais da história de Belém. No dia 1º de novembro de 1973, Diene Ellen, de dois anos, foi estuprada, assassinada, esquartejada e colocada dentro de uma mala pelo próprio pai, o Raimundo "Sapateiro" (apelido recebido pela profissão). Ela está sepultada no cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia. O pai dela foi preso e acabou tirando a própria vida. Lentamente, a solidariedade fez a menina se tornar um espírito milagreiro popular.

Após colocar os pedaços da criança na mala, Raimundo se dirigiu ao Terminal Rodoviário de Belém. Ia embarcar num ônibus para Marabá, se não fosse por um funcionário da empresa de transporte, que percebeu o cheiro forte. Comunicou a polícia e então o homem foi detido. Ele foi ouvido e rapidamente confessou todo o crime. Foi preso, julgado e condenado a 30 anos de prisão. Cumpriu a pena no antigo presídio São José Liberto, onde hoje é o Polo Joalheiro.

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Por medo de sair da cadeia e acabar morto pela revolta popular, Raimundo "Sapateiro" nunca queria ser liberado e se tornou cozinheiro do presídio. Acabou saindo, mas a vida de liberdade não teve a paz que esperava. Acabou adoecendo mentalmente e então cometeu suicídio. Enquanto isso, a mãe de Diene, quase todos os dias, ia até o cemitério para visitar o túmulo da filha. Morreu em 2004, muito debilitada e envelhecida pela tristeza.

Por muito tempo, pessoas iam visitar o túmulo de Diene Ellen com brinquedos e às vezes doces. Acendiam velas pela alma da menina que partiu abruptamente e de forma tão violenta, na véspera do Dia de Finados de 1973. Foi questão de tempo até a fé das pessoas atribuir à criança o título de anjo, de espírito inocente de luz e até começar a ser vista como uma "milagreira popular".

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Até os dias atuais, a cada Dia de Finados, muitas pessoas passam pelo túmulo de Diene, que fica logo na entrada do cemitério São Jorge. Há quem apenas pare para orar e pedir luz e paz ao espírito da criança. Outros, fazem promessas pela saúde e proteção de crianças. Formalmente, ela não é conhecida como santa pela Igreja Católica, mas tem a fé da população, assim como o médico Camilo Viana, sepultado no cemitério Santa Izabel, no bairro do Guamá, em Belém.

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