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Lixo e entulho na beira de canais trazem riscos à população de Belém

Falta de coleta e descarte irregular levam ao acúmulo de resíduos

Ádria Azevedo | Especial para o Liberal

A cena é comum em Belém: carroceiros jogando entulhos nas vias, inclusive na beira de canais. A prática é irregular, considerada crime ambiental , e traz inúmeros riscos à população e à cidade, assim como a falta de coleta regular desse material e do lixo gerado pelas residências. Quem mora em frente ao canal da Travessa Antônio Baena, entre as Avenidas Marquês de Herval e Visconde de Inhaúma, convive diariamente com esses riscos.

De acordo com moradores, o acúmulo de lixo e entulho no perímetro, à beira do canal e já ocupando a pista, é uma realidade recorrente. O professor de boxe Marcelo Lima reclama que o monte de lixo é culpa tanto da prefeitura quanto da falta de consciência de alguns moradores. “Esse lixo está há mais de mês aqui. Pensei que a prefeitura fosse limpar por causa do Círio, mas até durante o Círio esse lixo ficou aqui. A coleta quase não existe. Mas sabemos que a população também não ajuda, não compactua com a limpeza urbana. Todos têm sua parcela de culpa e o resultado é esse”, opina.

A moradora Miriam Prado denuncia que há diferença na coleta de lixo entre um lado e outro do canal: de um lado da rua, a coleta seria diária; do lado onde ela mora, apenas semanal. “Eu queria perguntar para o prefeito por que desse lado daqui só passa uma vez na semana a coleta, e do outro lado de lá passa todo dia. Olha como fica a nossa rua, desse jeito. Aí passam uma vez na semana e às vezes nem levam tudo, deixam a metade. Aí é rato, é urubu, é cachorro, é gato espalhando o lixo. Isso traz prejuízo, a nossa casa é só mosca”, se queixa a funcionária pública municipal. 

Marcelo Lima também se preocupa com a saúde da população da sua rua. “Prejudica acima de tudo a saúde. Você vê aí o chorume, o carro passa e estoura os sacos, o cachorro leva o saco para dentro da vila, vem rato. Daqui a pouco, todos estão com infecção intestinal, micose. Nós temos uma mazela aqui na comunidade”, lamenta.

Entulho

No canal da Travessa 3 de Maio entre a Travessa Antônio Barreto e a Rua Diogo Moia, há um ponto de descarte de entulhos já conhecido na região. De acordo com o morador José Roberto Júnior, até pessoas que não moram nas proximidades descartam materiais no local. “As pessoas vêm ‘de fora’ jogar isso aqui, dos bairros próximos. Vêm da Pedreira, da Marquês. Tem pessoas que vêm de carro descartar. Ontem tinha um rapaz de noite aí, que desceu do carro bem rápido, descartou o lixo ali no canto e foi embora”, relata. 

O comerciante conta que carroceiros também costumam deixar resíduos no ponto. “Trazem restos de materiais de construção, argamassa, madeira, pedaço de porta, lixo eletrônico. É um problema de anos. Tem uma plaquinha ali dizendo pra não jogar entulho, mas ninguém respeita. Pessoas da comunidade filmam, tentam ajudar, mas não tem jeito”, diz. No momento da reportagem, um carroceiro se preparava para jogar pedaços de madeira no local, mas desistiu ao ser alertado sobre a presença da equipe.

Questionado sobre a regularidade da coleta pela prefeitura, José Roberto Júnior é enfático: “Deixou de existir”. Ele conta que, anteriormente, o entulho era retirado duas vezes na semana, mas que não está mais acontecendo.

Edna Anunciação, moradora do perímetro, lista os riscos do entulho e lixo acumulados. “É muita imundície. Fica minado de lixo. Às vezes jogam também no canal e fica entupido, é ruim. O entulho também pode ser perigoso para crianças brincando, podem pegar uma furada de um prego, por exemplo”, analisa. 

image Canal da Travessa 3 de Maio já se tornou ponto de descarte irregular de entulho (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

A dona de casa diz que a coleta existe, mas sem regularidade. “Eles vêm quando fica muito cheio. Mas a prefeitura retira e, não demora muito, as pessoas estão jogando de novo. Acho que a prefeitura tem que arrumar um lugar para as pessoas jogarem os entulhos, como um contâiner. Mas pode ser que nem assim adiante, porque o povo vai continuar jogando na rua”, prevê.

Sesan

Questionada sobre as situações relatadas, a Secretaria Municipal de Saneamento de Belém (Sesan) enviou nota informando que enviaria equipe para verificar os locais e também que notificaria a empresa prestadora do serviço para regularizar a coleta e remover lixo e entulhos. “A Sesan informa que recolhe com frequência os resíduos nos locais citados”, completou. 

A Secretaria também orientou a forma correta de descartar resíduos, pedindo que a população não descarte lixo de forma irregular. “No caso do lixo doméstico, é preciso respeitar os dias e horários que o carro coletor passa no bairro. No caso de entulho, é disponibilizado, gratuitamente, o Zap-Entulho, que recolhe até um metro cúbico de resíduos por residência. O serviço pode ser solicitado, exclusivamente, por meio de mensagem no Whatsapp: 91 98499-0059”, esclareceu na nota. 

O órgão lembrou ainda que o descarte irregular e indiscriminado de lixo é crime ambiental, de acordo com a Lei 9.605, Artigo 54. “A Secretaria apela para que os cidadãos se tornem agentes fiscalizadores, em sua rua ou bairro, e que, ao presenciar descarte irregular de lixo doméstico ou entulho, denuncie imediatamente através da redes sociais oficias da Prefeitura ou da Sesan”, finalizou.

 

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