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Jovem autista com deficiência intelectual é aprovado na UFPA na primeira tentativa: 'tô muito feliz'

Aos 25 anos, Álvaro Raul Peniche Lisboa é estudante de escola pública e tinha o sonho de cursar uma universidade.

Amanda Engelke
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O diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA) e de deficiência intelectual não foram impeditivos para que Álvaro Raul Peniche Lisboa, de 25 anos, conquistasse a tão sonhada aprovação na Universidade Federal do Pará. Ele foi um dos aprovados do curso de Artes Visuais e comemorou com a família neste sábado (27) a divulgação do seu nome no listão dos aprovados. “Tô muito feliz”, diz.

Cleia Peniche, mãe de Raul, conta que a aprovação é fruto da superação. “Logo no começo, ele não gostava muito de estudar. Ele ia chorar todos os dias e nós, como os pais, sofríamos também por isso, porque ele não estava acostumado. Então, o primeiro ano foi um pouco difícil, mas depois ele começou a ir para a escola e no outro ano ele ia chorando e voltava sorrindo”, relembra.

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O diagnóstico de Raul veio em 2019, quando ele tinha 20 anos. Ao longo do tempo, Raul estudou em escola pública. “Apesar de sabermos que ele tinha alguma dificuldade, nós não sabíamos qual, porque os exames dele não apontavam nada”, diz Cleia, destacando que foi através do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) que ele recebeu finalmente o diagnóstico de TEA e deficiência intelectual. 

Mayra Peniche, prima de Raul, foi uma das que fizeram questão de comemorar a aprovação do agora calouro da UFPA. “A história dele é muito emocionante. Nós, enquanto família, ficávamos preocupados com a aprovação dele, pensando assim: nossa, se ele não conseguir vai ser uma frustração, mas ele sempre falava: não mãe, meu nome vai estar lá na lista!”, conta Mayra. 

image A família fez questão de se reunir para comemorar a aprovação (Arquivo Pessoal / Mayra Peniche)

“Os professores sempre acreditam nele e conversam conosco sobre o potencial dele fazer uma universidade. Eles sempre incentivaram a gente a inscrevemos ele. O Raul tinha esse sonho de fazer o Enem e passar no vestibular e nós nunca deixamos de acreditar que ele poderia conseguir. Ouvir o nome dele hoje, logo na primeira tentativa, foi incrível”, diz a irmã, Stefany Peniche. 

O pai de Raul também faz questão de compartilhar o orgulho que sente do filho. “Cada dia ele me surpreende. Ele me ensina muito. É uma pedagogia de vida tão rica que não sem explicar. Eu estou extremamente feliz como pai porque ele chegou lá. Ele vai para a Universidade Federal do Pará e espero muito que ele encontre uma universidade inclusiva”, diz o pai, Ajax Lisboa.

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