Edifício Cristo Rei: dois meses do desabamento de sacadas, não há previsão de retorno de moradores

Suportes começaram a ser instalados do lado das sacadas existentes na edificação; Corpo de Bombeiros e CREA PA irão fiscalizar esses serviços no local

Eduardo Rocha
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No dia em que o desabamento de 13 sacadas do Edifício Cristo Rei, em Belém, completa dois meses, nesta quinta-feira (13), o prédio permanece evacuado, e moradores não têm previsão de quando poderão retornar ao imóvel. No final da manhã de um sábado, dia 13 de maio passado, ocorreu o desabamento de sacadas do edifício, na rua dos Mundurucus, entre Quintino Bocaiuva e Generalíssimo Deodoro, no bairro da Cremação. Foi um choque para quem estava no prédio, na rua e para quem conferiu as imagens do desabamento por meio da Imprensa. Uma nuvem de poeira se formou no local, que registrou um amontoado de blocos de concreto no chão. Ninguém ficou ferido. A Reportagem Integrada do Grupo Liberal esteve na frente do prédio, nessa quarta-feira (12), e apurou que em uma das 13 sacadas existentes na edificação, foi providenciado um suporte (três vigas) para reforçar a sustentação dessa estrutura.

Sobre a situação atual do Edifício Cristo Rei, o Corpo de Bombeiros informou nessa quarta-feira: "O Edifício Cristo Rei segue interditado. O reforço estrutural nas sacadas restantes está sendo feito por uma empresa privada contratada pelos próprios condôminos. Assim que o reforço for finalizado, será realizada uma reunião para decidir sobre a situação final das varandas".

image Suportes foram instalados em uma das sacadas do prédio (Foto: Igor Mota / O Liberal)

Já o gerente de Fiscalização do  Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA), Kleber Souza, informou nessa quarta-feira que técnicos do setor se deslocarão até o prédio, a fim de averiguar os serviços que estão sendo executados no edifício.

Incógnita

Uma senhora que reside no Cristo Rei há 38 anos, pelo lado que não sofreu desabamento, informou nessa quarta-feira sobre a expectativa dela acerca do futuro dos moradores. "O prédio continua evacuado e continuamos em compasso de espera, sem previsão de retorno.Estou hospedada na casa de minha irmã.Sim, o reforço será nas 13 sacadas".

Essa moradora acredita que o reforço da estrutura das sacadas deve ter sido autorizado pelo síndico e comissão no prédio. A Reportagem não conseguiu falar com o síndico do edifício. Mas, conferiu que blocos de concreto e uma fita de isolamento guarnecem a área de acesso à edificação. Porém, existe o risco de pessoas circularem no local "driblando" a faixa de isolamento, ou seja, em uma área ainda em observação pelos órgãos e entidades de segurança pública.

Desabamento

No dia 13 de maio, no começo da tarde, o edifício começou a ser evacuado. De acordo com informações no local, a queda das sacadas foi precedida por um estrondo que assustou moradores. A sacada da cobertura do prédio caiu, e, logo depois, caíram outras 12 sacadas da edificação, no lado direito do prédio.

Esse desabamento marcou a vida dos moradores do Cristo Rei. Gilberto Coutinho estava na sacada do oitavo andar do edifício, segundos antes das estruturas desabarem. Ele visitava a mãe que mora nesse andar, e, no momento em que se encontrava na sacada foi chamado pela senhora, dentro de outro cômodo. Assim que Gilberto deixou a sacada, ouviu-se uma explosão e as estruturas começaram a cair.

Com a queda das sacadas, moradores do entorno do edifício Cristo Rei ficaram sem fornecimento de energia elétrica. O tráfego de veículos foi interrompido na rua dos Mundurucus.

Técnicos do CREA-PA fiscalizaram o acidente. De acordo com o CREA-PA, não havia obras no 13º andar do edifício Cristo Rei, onde a primeira sacada desabou, como chegou a se cogitar momentos depois do desabamento. “Constatamos que não havia qualquer tipo de manutenção no apartamento, como vem sendo especulado.”, chegou a explicar, na época, Kleber Souza, gerente de Fiscalização do Conselho.

 

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