Dia da Pizza: data é celebrada na Grande Belém com sabores amazônicos e tamanhos variados

O prato, que tem como base a massa, o molho de tomate e o queijo, com diferentes combinações, encontra opções inusitadas, que caíram no gosto dos paraenses

Fernando Assunção
fonte

O Dia Mundial da Pizza é comemorado nesta segunda-feira (10). O prato, que tem como base a massa, o molho de tomate e o queijo, com diferentes combinações, encontra, na Grande Belém, opções inusitadas, que caíram no gosto dos paraenses. Da impressionante pizza de 80 centímetros de diâmetro, com 38 fatias e peso de um bebê recém-nascido, aos sabores regionais, que valorizam os ingredientes amazônicos, sobretudo do interior do Pará, conheça pizzarias da região metropolitana para celebrar a data da melhor forma possível: saboreando uma pizza com a família.

 

 

Destaque no É de Casa (TV Globo) do último sábado (8), a Pizza do Fábio é bastante conhecida na capital. O empreendimento nasceu em 2012, na cidade de Vigia, nordeste do Pará, com sabores tradicionais, mas foi ao incorporar elementos da gastronomia paraense, com pesquisa, harmonia e respeito, que se consolidou no mercado local e nacional, sendo considerada a segunda melhor pizza do Brasil pelo concurso Grano Pizza Show. No cardápio, ressaltam-se ingredientes como o pirarucu, o caranguejo, o camarão-rosa, o jambu e o tucupi. A apresentação do prato é outro destaque à parte. Mas quem se delicia com os sabores da Pizza do Fábio se engana ao achar que a receita já veio pronta. 

image No cardápio, ressaltam-se ingredientes como o pirarucu, o caranguejo, o camarão-rosa, o jambu e o tucupi (Cristino Martins/O Liberal)

“Quando decidimos investir nos sabores paraenses, eu não queria fazer mais uma pizza regional, eu queria fazer a melhor pizza regional para valorizar a nossa culinária. Foi um processo que levou tempo, o tucupi é comprado de Vigia, aprendi a reduzir o tucupi para não dar amargor, até mesmo a forma de refogar o jambu para ele não perder tanto a coloração quanto aquela picância característica, até chegar a um ponto harmônico e de sabor leve. A gente acrescentou a borda vulcânica com camarões selecionados, que cria um visual bonito. E a nossa massa, porque não é só colocar um jambu e um tucupi bom, a massa também tem que estar harmonizada com os demais ingredientes”, conta Fábio Lima, pizzaiolo e proprietário da Pizza do Fábio.

Segundo Josy Lima, pizzaiola e esposa de Fábio, o produto passou por muitos testes até chegar ao resultado mostrado hoje. “Como a gente veio de uma região muito abundante, que é Vigia e, ao lado, São Caetano de Odivelas, a gente viu que as matérias-primas eram muitas. Então fizemos a primeira pizza regional, que foi a de gurijuba, um pescado ícone de Vigia. Depois fizemos uma de arraia, incorporamos até o charque, entre outras experiências que não deram muito certo, como o tucupi que era muito líquido, mas reelaboramos os preparos até chegar ao resultado que caiu nas graças do público”, conta.

image A apresentação do prato é outro destaque à parte (Cristino Martins/O Liberal)

Além das opções já disponíveis, a Pizza do Fábio pretende expandir os testes com os ingredientes paraenses para lançar novos sabores. Um dos objetivos é homenagear as culinárias das diversas regiões do Pará. “Foi o que fizemos em 2021 quando lançamos a Tapajônica, para homenagear a região do Tapajós, que tem o pirarucu como representante. E só está começando, a gente pretende desenvolver esses roteiros dentro do nosso cardápio. Isso que tem realmente feito o diferencial no nosso trabalho junto com toda essa pesquisa também da massa, porque o clima paraense interfere na condição da massa e a gente precisa fazer um trabalho contínuo de atualização da receita”, finaliza Josy.

Em Ananindeua, pizza impressiona pelo tamanho

Uma pizza que pesa mais de quatro quilos, com 38 pedaços de 40 centímetros cada, seis sabores, capaz de servir pelo menos nove pessoas. Sim, a extravagante opção existe e está disponível em Ananindeua, na Pizzaria Oitentão - nome alusivo aos impressionantes 80 centímetros de diâmetro da “redonda”. O proprietário, Manoel Luiz, conta que só a massa da pizza tem dois quilos e leva, ainda, 75 gramas de queijo, além do complemento, que varia de acordo com o sabor escolhido. Só para abrir a massa, são gastos de 40 a 50 minutos. De acordo com Manoel, é difícil achar um pizzaiolo que tope o desafio e, muitas vezes, ele mesmo precisa ir para a cozinha quando o movimento fica intenso, sobretudo nos finais de semana, com saída de até 20 pizzas “gigantes”.

image Pizzaria Oitentão faz pizzas gigantes (Cláudio Pinheiro / O Liberal)

“A maioria dos pizzaiolos está acostumada a trabalhar com pizza em tamanho tradicional, então precisamos ter sempre um funcionário em treinamento para abrir a massa e, às vezes, até eu mesmo faço esse trabalho. E leva tempo, embora a gente já deixa tudo pré-pronto, a gente bate antes, deixa fermentar, mas só abre mesmo na hora de fazer o pedido”, explica. Ele também conta que as pessoas costumam se surpreender ao receber o pedido. “Eu trabalho com cinco tamanhos de pizza: as tradicionais, grande e família, e as de tamanho original nosso, de 50, 65, e 80 centímetros, que são os nossos carros-chefes. Entregamos para toda a região metropolitana, já deixamos pedido até mesmo em Benevides e Mosqueiro”, acrescenta.

Para comportar a “gigante”, uma série de adaptações na estrutura da pizzaria e no material usado no delivery - o ponto forte do estabelecimento - precisaram ser feitas. “No delivery, um bag não é o suficiente para o motoboy, são necessários dois, o menor, que entra até o tamanho de 65 centímetros, e para levar a Oitentão entra um maior em cima, feito sob medida só para isso. A embalagem também precisou ser adaptada, compro o papelão e eu mesmo faço e pinto. O forno tem que ter pelo menos um metro de boca. Já a porta do salão para receber os clientes precisou ser retirada para poder passar a pizza, além das mesas que são de tamanho especial”, diz Manoel.

Consumo excessivo e frequente pode trazer riscos

Pode parecer difícil quando nos deparamos diante de uma dessas delícias, mas é preciso ficar atento com o consumo excessivo e frequente de pizza. Adriene Carvalho, nutricionista fiscal do Conselho Regional de Nutricionistas 7ª Região e mestranda em Saúde na Amazônia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), explica que, em geral, as pizzas possuem alto teor de sódio, por conta da adição de grandes quantidades de sal, gordura animal e aditivos químicos adicionados para conservação e estabilidade dos ingredientes, o que pode ser fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas.

“O consumo excessivo e frequente, principalmente das adicionadas de ultraprocessados, confere risco para desenvolvimento de doenças crônicas, como cânceres no trato digestivo, gastrites, hipertensão, diabetes, hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares, doenças renais crônicas, entre outras”, diz a especialista. Segundo ela, uma das dicas para evitar o consumo excessivo é não pular refeições. “É recomendado também a seleção de alimentos in natura ou minimamente processados para composição da pizza, a exemplo de farinha de trigo integral, molho de tomate caseiro ou com o mínimo de aditivos, queijos brancos, frango, atum, cebola, tomate, brócolis, alho, ovos, ervas, entre outros que sejam in-natura ou minimamente processados”, finaliza.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM