Cuidar de cachorros reduz em 40% o risco de demência em idosos, aponta pesquisa

A pesquisa foi realizada pela revista científica Preventive Medicine Reports e realizada por pesquisadores japoneses

Thaís Neves / Especial para O Liberal e Gabriel Pires

Além de companheiros fieis, os cachorros também trazem benefícios para a saúde das pessoas, é o que aponta a pesquisa divulgada pela revista científica Preventive Medicine Reports. Segundo o estudo feito por cientistas do Instituto Metropolitano de Gerontologia de Tóquio, no Japão, a presença de um cachorro em casa pode reduzir em até 40% o risco dos idosos desenvolverem demência.

Demência é um termo usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam a função cerebral, como problemas de memória, raciocínio, linguagem e comportamento. É uma condição crônica e progressiva, o que significa que piora com o tempo e não tem cura, embora existam opções de tratamento.

Segundo os cientistas, ter um cão aumenta a atividade física e as interações sociais, pois levar o animal para passear faz com que os idosos saiam de casa o que, por sua vez, promove maior atividade física e mais interações. "Essa combinação beneficia não apenas o bem-estar emocional, mas também melhora a atividade mental, fortalecendo a capacidade do cérebro de lidar com diferentes situações e exercendo um efeito supressivo no desenvolvimento da demência. Esses fatores são essenciais para manter a saúde do cérebro e prevenir o declínio cognitivo", explicam os pesquisadores.

Benefícios

Para o médico veterinário Donys Carvalho, desde os primórdios a relação do “homem-cão" vem revelando vários benefícios para as duas espécies em questão. Para o homem, ter um animal ajuda no tratamento dos problemas de saúde mental. "O simples ato da responsabilidade de levar um cão para passear, mantém a socialização com outros tutores de pets, promove um aumento da atividade física do idoso, ajudando a mantê-lo saudável. Além disso, são hábitos que estimulam e melhoram as ações cognitivas, aumentando a produtividade diária daquele idoso, reduzindo os riscos de demência", diz.

Ainda de acordo com Donys, estes benefícios são tanto para o homem quanto para o cachorro, pois também reduz os riscos de demência em cães idosos, doença neurodegenerativa conhecida como “alzheimer canino” ou síndrome da disfunção cognitiva. Alguns estudos recentes apontam que acariciar um cachorro por 20 minutos, pode diminuir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse nas pessoas. O médico também conta que já notou, ao longo dos anos, um grande aumento do número de tutores idosos comparecendo na clínica veterinária.

Bem-estar

Depois que adotou um pet, quem percebe as vantagens de ter um animalzinho em casa é a aposentada Lúcia Cruz, 66 anos, de Belém. Há cerca de quatro anos a aposentada acolheu a cachorrinha Nina Maria e, desde então, a casa foi tomada por alegria. Com a chegada da nova companheira, Dona Lúcia conta que a companhia de Nina Maria ajudou ela em um dos momentos mais difíceis, recentemente: a recuperação de covid-19. Segundo ela, ter um animal ao lado faz bem para a saúde.

“A Nina foi uma amiga para mim [ajudando no processo de cura]. Ela [a Nina] é a nossa força, que nos levantou todos nós em casa, porque nós ficamos todos com convite na época. Ela é tudo da minha vida, é como a minha família. Ela vai para creche, passa dois dias na creche. A gente se divide, porque eu faço as minhas atividades. O dia que ela for embora, eu sei que hoje nós vamos todos sentir”, relata a aposentada.

No dia a dia, ter um animal na família também foi uma forma de unir, ainda mais, todos da casa, como lembra dona Lúcia. Para ela, ter um pet só traz qualidade de vida e leveza para o lar. Dona Vera lembra, ainda, que a cachorrinha se tornou uma amiga para todas as horas. “Eu acordo de manhã, ela já fica na porta do quarto. Ela vai até a minha rede e me beija. De manhã, vamos para o quintal pegar sol. E aonde eu vou ela vai. Ela não gosta de ficar só”, conta Lúcia.

image Amizade e cumplicidade marcam a relação de tutor e pet (Cristino Martins / O Liberal)

Convivendo com a aposentada todos os dias, a neta dela, a gestora de vendas Larissa Benetti, 25 anos, diz que, desde o momento em que Nina foi adotada, a família já percebeu benefícios na vida de dona Lúcia. “Pelo fato de a Nina estar com ela [dona Lúcia], ela fica mais atenta ao redor. Tem também a situação de que, na época da pandemia, ele teve crise do pânico. E, hoje, com a Nina já consegue sair mais. Eu acho que, quando a gente tem alguém para cuidar, acabamos nos tornando mais saudáveis, principalmente quando se é idoso”, declara Larissa.

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