‘Crias do Curro Velho’ leva desfile inclusivo para as ruas do Telégrafo neste sábado (11)

A novidade, este ano, foi uma pessoa com deficiência como porta-bandeira da escola; mais de 500 crianças e jovens participaram do carnaval

Dilson Pimentel
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Reunindo mais de 500 crianças e jovens, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Crias do Curro Velho levou um desfile alegre e inclusivo para as ruas do Telégrafo, em Belém, na manhã deste sábado (11).

O evento ocorre há 30 anos e ficou suspenso dois anos por causa da pandemia do novo coronavírus. O desfile teve como tema "Brincar e encantar: preservar a memória do nosso lugar”.

A novidade deste ano foi a primeira pessoa com deficiência a assumir a função de porta-bandeira em Belém. Débora Cardoso Gomes, 45, é dentista e usa cadeira de rodas há 12 anos. “Esse é um momento muito importante. A inclusão da pessoa com deficiência como porta-bandeira demonstra a representatividade que isso tem para outras pessoas, para usuários de cadeira de rodas, pessoas com deficiência, de que todos nós podemos. Basta querer”, disse. “Estou muito feliz. Estamos aqui nos divertindo”, contou.

João Vítor da Silva tem 18 anos e saiu como porta-estandarte. Há três anos ele participa do desfile. “É lindo. Eu amo estar aqui. Gosto dessa brincadeira. É incrível pra gente”, afirmou.

Jorge Cunha é coordenador de iniciação artística da Fundação Cultural do Estado do Pará e um dos responsáveis pelo desfile. “Hoje seria o 32º desfile. Mas, em razão da pandemia, paramos dois anos. É muito bacana tá podendo retornar nesse momento, porque também serve como uma celebração da vida”, disse.

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image A novidade deste ano foi a primeira pessoa com deficiência a assumir a função de porta-bandeira em Belém. Débora Cardoso Gomes, 45, é dentista e usa cadeira de rodas há 12 anos (Marx Vasconcelos/Especial para O Liberal)

Enredo surge a partir do entendimento das crianças

Ele também falou sobre o tema que a escola levou para as ruas este ano. “O enredo é extraído a partir do entendimento das crianças. O bacana de fazer as ações é porque tem muita ludicidade. Faz-se brincando e, assim, discutimos questões sérias. A gente traz para dentro do enredo questões como o meio ambiente, cidadania, comportamento social, as relações sociais”, afirmou.

Ele acrescentou: “O nosso lugar não é um lugar qualquer: é o planeta, a rua, o bairro, a escola. É onde nós estamos e pensamos”. Jorge Cunha também falou sobre ter uma porta-bandeira cadeirante. “A cadeira é uma extensão do corpo deles. Então nada mais interessante do que transformar a cadeira numa saia, que é o corpo”, disse.

O desfile também fez uma referência à Nossa Senhora dos Navegantes, que tem uma capela em sua homenagem na comunidade Vila da Barca. “Ela é muito querida para eles aí dentro da comunidade. E a gente sempre traz elementos muito próximos deles da comunidade, já que a maior parte do pessoal que compõe a escola é da comunidade Vila da Barca”, afirmou.

Muitas famílias levaram seus filhos, alguns dos quais fantasiados do super-herói Homem Aranha, para acompanhar o desfile. Pela manhã, a concentração das Crias do Curro Velho começou na Praça Brasil, na avenida Senador Lemos, e terminou na Fundação Curro Velho, na rua Nelson Ribeiro, no Telégrafo.

 

 

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