Cortejo em Belém celebra os 189 anos da Revolução Cabana, marco de resistência popular no Brasil
Evento recorda a Revolução de 1835 que levou ribeirinhos, quilombolas e moradores de cabanas ao poder
Neste domingo (7), a cidade de Belém comemora os 189 anos da Revolução Cabana: o único levante popular que chegou ao poder no Brasil. O cortejo, que iniciou por volta das 9h na Praça do Relógio com destino ao Boulevard da Gastronomia, no bairro da Campina, homenageou o movimento que marcou a identidade paraense, destacando a luta por protagonismo e autogestão por parte do povo.
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A Revolução Cabana eclodiu em 1835 e testemunhou a rebelião do povo de Belém - composto principalmente por ribeirinhos, quilombolas e moradores de cabanas - contra o governo provincial, resultando na conquista temporária do poder. O evento deste domingo, promovido pela Prefeitura de Belém, busca celebrar os ideais cabanos por meio de músicas e atos em memória daqueles que buscaram a liberdade e lutaram contra a opressão colonialista.
Veja imagens da concentração e do cortejo:
Welfesom Alves, 23 anos, designer gráfico e integrante do movimento Unidade Popular, destacou a Revolução Cabana como um exemplo da capacidade de um povo lutar contra desigualdades e injustiças, buscando a autodeterminação.
"Os 189 anos da Cabanagem é, para a gente, um momento muito importante, porque relembra que o povo paraense não é um povo acomodado. Ele é um povo capaz de decidir o seu futuro. Então o movimento cabano é mais do que um mero dia de comemoração. Ele é também uma rememoração de um processo histórico de tomada do poder e que colocou, para o povo paraense, uma alternativa de luta de vida", exaltou.
Durante o cortejo, Luiz Arnaldo Campos, coordenador de Relações Internacionais da Prefeitura de Belém exaltou a programação. "Hoje é um evento de memória. Esse território da Cabanagem é sagrado pra nós. Nós vamos caminhar até o Boulevard da Gastronomia, onde vamos ter uma performance dramática, teatral, em homenagem à Cabanagem e depois a banda da Guarda Municipal. Vai tocar para nós comemorarmos e darmos vivas a essa gente.
A caminhada de alguns metros entre a Praça do Relógio e o Boulevard da Gastronomia, no sentido contrário ao trânsito no Boulevard Castilhos França, em frente ao Ver-o-Peso, foi marcada por discursos de representantes de movimentos sociais sobre a importância do dia histórico para a memória paraense.
Por volta das 10h, a Banda de Música da Guarda Municipal de Belém (GMB) anunciou a chegada do cortejo ao som de ritmos regionais, como cúmbia, brega e guitarrada. Em seguida, já no espaço de lazer recém-inaugurado, em frente à Estação das Docas, uma performance teatral dramática foi feita para simbolizar a luta do movimento cabano de 189 anos atrás.
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