Parceiros realizam sonho de casamento com as bênçãos de Santo Antônio

Todo dia 13 de junho, o Santo Casamenteiro, afamado por sua história cristã e de auxílio às noivas, é celebrado pela Igreja Católica

Fabyo Cruz
fonte

Santo Antônio de Lisboa, ou de Pádua, como também é conhecido, é um dos santos mais populares do mundo. Todo dia 13 de junho, o Santo Casamenteiro, afamado por sua história cristã e de auxílio às noivas, é celebrado pela Igreja Católica. No Brasil, o beatificado possui significativa devoção, tendo como uma das suas principais peculiaridades as promessas para casamento que a ele são feitas. Neste mês, durante as celebrações em sua homenagem, templos religiosos promovem casamentos comunitários para dar continuidade ao seu legado. Em Belém, no bairro de Batista Campos, 15 casais participaram da união matrimonial coletiva, na Paróquia Santo Antônio de Lisboa, no último sábado (10).

O sacro português teve o processo de canonização mais rápido da história, que durou seis meses após sua morte. Para declarar (ou não) alguém como sagrado, a Igreja Católica realiza uma longa investigação sobre a história da pessoa avaliada, contabilizando, inclusive, os milagres atribuídos àquela pessoa, comenta frei Rodolfo Pimentel, pároco da Paróquia Santo Antônio de Lisboa. A história mais emblemática refere-se ao milagre concedido pelo religioso a uma mulher, desprovida de poucas posses, que não tinha condições financeiras para contribuir com o próprio casamento. Na Idade Média, o costume da época era que as famílias trocassem dotes entre si.

image Frei Rodolfo Pimentel, pároco da Paróquia Santo Antônio de Lisboa, orientou os 15 casais durante os votos de amor eterno (Fabyo Cruz/Especial para O Liberal)

“Santo Antônio lembrou que um comerciante havia prometido fazer uma doação monetária aos pobres. O religioso deu um pedaço pequeno de papel a ela [noiva] e pediu que fosse entregue ao comercialmente, para que ele doasse o valor correspondente ao peso do pedaço do papel. E ela assim o fez. Chegando ao comércio, ela disse ao comerciante exatamente o que o sacerdote havia dito. O homem, por sua vez, achou que se tratava de uma brincadeira, e depois de colocar o papel na balança ficou surpreendido, pois o peso daquele pedaço de papel era exatamente o custo que a mulher precisava para o seu casamento”, contou frei Rodolfo Pimentel. 

Devido a essa e outras histórias, várias pessoas recorrem ao Santo para conseguir realizar o sonho do matrimônio. As promessas são diversificadas e a mais famosa delas é deixar a imagem de Santo Antônio invertida. “Deixar a imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo é uma prática que ocorre mais no Brasil. É como se fosse uma ‘advertência’: você só vai sair daqui quando eu conseguir me casar. E se popularizou, mas não sabemos como começou essa história. Algumas pessoas também colocam a imagem do Santo dentro da geladeira ou atrás da porta”, explicou o sacerdote. 

Para a paróquia de frei Rodolfo Pimentel, promover casamentos coletivos é uma maneira de celebrar Santo Antônio. “Como nós recebemos essa graça do nosso padroeiro, de ser popularmente conhecido como um Santo Casamenteiro, nós atribuímos essa graça também. E, assim como ele, que naquela época facilitou o casamento daquela noiva, nós procuramos esses casais, que por algum motivo tiveram alguma dificuldade, seja financeira ou qualquer outro motivo, e ajudamos para que possam chegar aqui na igreja e celebrar o seu casamento. Então, para celebrarmos o nosso padroeiro nós, fazemos isso também”, afirmou.

Histórias de amor

Jaqueline Novais, 29 anos, não precisou colocar a imagem de Santo de cabeça para baixo ou fazer algum outro tipo de promessa para conseguir se casar com Arthur Novais, 30 anos. Mas ela diz ter “grande intimidade” com seu padroeiro por ser “criada na paróquia” desde a infância. Jaqueline e Arthur são cantores e residem no bairro do Jurunas, na capital, e estão juntos há sete anos, sendo cinco anos casados civilmente. No dia 10 de junho, próximo ao altar da Paróquia Santo Antônio de Lisboa, eles uniram suas mãos, um de frente para o outro, e fizeram os famosos votos de amor eterno, seguindo orientação do frei Rodolfo Pimentel.

image Jaqueline e Arthur são cantores e residem no bairro do Jurunas, na capital, e estão juntos há sete anos, sendo cinco anos casados civilmente (Fabyo Cruz/O Liberal)

“É, eu tenho uma intimidade com Santo Antônio. Fui criada na igreja desde pequena, essa é minha paróquia desde quando me entendo por gente, inclusive fiz meu primeiro salmo, lá no centrão, aqui na paróquia, quando tinha sete anos de idade. Então, Santo Antônio tem uma grande importância para mim, não por ser só meu padroeiro, mas também por ele ser como um padrinho e, agora, também o nosso padrinho de casamento. Ele tem grande importância na minha vida por estar sempre intercedendo por nós junto a Deus”, disse Jaqueline. Segundo Arthur, o casal se conheceu em um estúdio de música, quando ambos cantavam em bandas distintas. Depois disso, fizeram uma dupla e, atualmente, ele atua como produtor e Jaqueline segue no ramo musical.

image Gustavo Barreira, 49 anos, e Márcia Fontenele, 44 anos, casaram na paróquia que frequentam diariamente (Fabyo Cruz/Especial para O Liberal)

O cearense Gustavo Barreira, 49 anos, conheceu a paraense Márcia Fontenele, 44 anos, quando viajou a trabalho para o município de Tomé-Açu. Quando Gustavo viu Márcia contando no em um karaokê, no ano 2000, foi amor à primeira vista. Eles também se casaram na união estável coletiva da Paróquia Santo Antônio de Lisboa. “Nós nos convertemos à fé católica há alguns anos, estamos em um processo de conversão, na verdade, era a religião de nossas famílias. Santo Antônio é importante para a gente porque nós participamos desta paróquia, moramos praticamente na esquina. Então, frequentamos a paróquia quase que diariamente, é muito difícil perdermos uma missa. A gente sempre quis casar aqui por ser uma paróquia que tem uma ligação emocional muito grande com a nossa vida, e a gente estava muito ansioso pelo dia de hoje”, afirmou Gustavo.

Márcia também não precisou fazer promessas a Santo Antônio para se casar, porém o sonho da sua mãe, Adelaide,  era que umas das filhas se casassem na igreja: “Infelizmente, minha mãe não está mais neste mundo para participar do nosso casamento, mas sei que ela está feliz, lá de cima, olhando para a gente.  Ela queria muito casar uma filha na igreja, e ela tinha em casa uma imagem de Santo Antônio, bem pequena, que chegou a cair no chão e perdeu a cabeça. Mesmo assim, ela disse que não iria jogar fora, pois sabia que um dia Santo Antônio iria casar uma das suas filhas na igreja. E esse dia finalmente chegou”

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM