Autocuidado e prevenção são importantes para evitar ISTs durante o carnaval

Os casos mais comuns de IST’s, atualmente, são sífilis, Gonococos (popularmente conhecido como Gonorréia),Clamídia,HPV,HIV e herpes labial

Bruna Lima
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O carnaval é uma das festas mais populares e animadas do Brasil e atrai milhões de pessoas de todo o país às ruas para celebrar, dançar e se divertir. No entanto, com tanta animação e multidão, também há uma série de riscos e ameaças à saúde e segurança das pessoas, incluindo infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Diante dessa realidade, a Secretaria Municipal de Saúde- SESMA/CTA Belém alerta para a importância do autocuidado e a prevenção sobre ISTs, álcool e outras drogas é fundamental durante o período de pré e durante o carnaval.

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Odilene do Socorro Pinheiro, Gerente do CTA Belém e do SAE CASA DIA, diz que é importante que a população esteja sensibilizada sobre os riscos e as consequências de contrair ISTs. E destaca que os casos mais comuns hoje são: sífilis, Gonococos (popularmente conhecido como Gonorréia),Clamídia, HPV, HIV e herpes labial. O maior desafio é trazer a população para a realidade de riscos sobre as IST’s mesmo com todas as evidências do dia a dia. “Também enfrentamos uma resistência muito grande na população em fazer os testes, apesar de ser gratuito e de fácil acesso, muitas vezes por medo, as pessoas deixam de fazer algo tão simples que é cuidar da saúde. Um alerta é testar, saber e tratar”, pontua Odilene do Socorro Pinheiro.

O médico infectologista e Presidente da Sociedade Paraense de Infectologia, Alessandre Guimarães, que IST's são as antigas DST’s, que hoje são conhecidas como Infecções Sexualmente Transmissíveis. “São infecções transmitidas por agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos, protozoários) através do contato íntimo e prolongado presente em relações sexuais, com risco desde a fase “preliminar”, que antecede ao ato sexual em si, até a finalização do mesmo, decorrendo de uma pessoa doente ou portadora assintomática para um indivíduo são suscetíveis”, explica o médico.

Alessandre Guimarães diz que normalmente no carnaval há um aumento de casos de sífilis e HIV. “O HIV acaba “aparecendo mais”, pois a notificação é obrigatória pelo profissional de saúde. Já as demais, como as próprias hepatites B e C, acabam “passando desapercebidas”, pois muitas vezes, o profissional de saúde nem inclui análise para essas enfermidades em sua rotina”, destaca.

Recomendação de exames gerais

Casos de herpes, HPV e sífilis também são bastante comuns, diz o médico. “A mononucleose, apesar de não ser uma IST, tem uma casuística aumentada no período do carnaval. Eu aconselharia uns “exames gerais” pós-folia (a quem se entrega mais, sobretudo sem usar preservativo, que, sabidamente, é descontinuado perante a combinação com bebida alcoólica) e também aqueles que desejam casar, como um “pacto de fidelidade, em exames pré-nupciais”, pontua o médico.

Com relação à transmissão, o médico explica que ocorre de vários modos. “Durante o relacionamento íntimo, pode acontecer desde a etapa das chamadas ‘preliminares’, incluindo o beijo, até o ato sexual em si. Os agentes etiológicos mais comuns incluem vírus (como o vírus do herpes, do HPV, da hepatite B e C, do HIV) e bactérias (como o treponema que causa a sífilis, a neisseria que causa a gonorreia, a clamídia que causa uretrites, o Haemophilus que causa o cancro), que acabam (por contato direto, sem proteção), sendo transmitidos numa relação sexual. Alguns desses agentes podem ainda serem transmitidos independente do uso do preservativo, daí a necessidade de atenção à prática sexual”, explica.

O infectologista acrescenta que alguns desses agentes não é necessário o “ato sexual em si”, que algumas vezes podem estar presentes, por exemplo, na saliva humana. “Se a pessoa infectada estiver com alguma lesão na cavidade oral, sangrante, e houver um beijo “daqueles” cinematográficos, com intensa troca de fluidos, já há risco para algumas IST’s, sobretudo se ambas as pessoas tiverem lesões mucosas. Atentar que muitas vezes ao escovarmos os dentes, traumatizar a gengiva que por vezes se torna por algum período com sangramento. É algo que não se tem como medir, mas se há presença de sangue e este sangue chega à mucosa de outra pessoa (sobretudo também com lesão, funcionando como “porta de entrada”), já há o risco. Existem alguns agentes infecciosos que necessitam de uma “carga” de exposição maior, outros têm a transmissão muito mais facilitada como o HPV e o vírus do herpes, por exemplo, bastando o contato íntimo na presença de lesões visíveis para haver a transmissibilidade”, completa o especialista.

Testagem

Sobre a testagem, depende de qual ou quais agentes etiológicos existentes. Quanto mais rápida e facilitada for a testagem, melhor. “Hoje em dia temos testes rápidos para algumas IST’s até em farmácias, mas é aconselhável que a pessoa, que eventualmente esteja exposta, procure um serviço de saúde para fazer o que chamamos de ‘Aconselhamento pré-teste’. Isso ajuda bastante no seguimento pós-teste”, destaca o médico.

O infectologista avalia ainda que é comum pessoas diagnosticadas com algumas IST’s, “relativizarem” e somente procurarem auxílio tardiamente. Então, normalmente se realiza exames de sangue para prover o diagnóstico. Algumas IST’s são diagnosticadas apenas com a inspeção visual do clínico ou infectologista experimentado, ou pela coleta de material da lesão para análise microbiológica. Vai depender do agente. Por exemplo, para o HPV, se colhe amostra da própria lesão, mas normalmente, na inspeção visual, há sabemos do que se trata. Assim como na gonorreia e uretrites, se colhe material (secreção da uretra) para o diagnóstico.

O tratamento vai depender também de qual agente. Se for uma bactéria, se trata com antibióticos. Às vezes via oral (como na Clamídia), às vezes intramuscular (como na Sífilis). Já se for uma IST causada por vírus, o tratamento será por antivirais, e cada doença tem seu próprio tratamento. No HIV/AIDS, por exemplo, fazemos antirretrovirais.

Como prevenir?

Usando preservativo, procurando saber se o parceiro/parceira não apresenta nenhuma lesão genital (inspecionar antes), nem sangramento oral visível. Além de tomar vacinas (para HPV, hepatite B) e uso da PrEP (no caso do HIV). Outro ponto importante como estratégias de prevenção é o usuário realizar testagem rápida HIV, Sífilis e Hepatites Virais B e C, profilaxia de pós-exposição (PEP) e exposição contínua ao vírus HIV (PREP), imunização para HPV e hepatites. Todas essas ações são ofertadas gratuitamente pelo SUS”, no CTA Belém na TV. Rui Barbosa 1059, Centro de Atenção à Saúde em Doenças Infecciosas Adquiridas (Casa Dia), Av. Pedro Álvares Cabral, 3371 – Sacramenta, Belém - PA, e as Unidades Básicas de Saúde (UBS), explica a gerente do CTAe SAE/Casa DIA.

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