Alunos da Universidade do Estado do Pará fecham avenida para pedir mais professores

Alunos do curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa) fecharam uma das vias da avenida Almirante Barroso, na esquina da avenida Dr. Freitas, no sentido São Brás, no bairro do Marco, na manhã desta sexta-feira (28). Eles pediram mais professores e querem acesso à Policlínica Metropolitana. Policiais militares acompanharam o protesto, que foi pacífico e começou por volta das 8h40. Durante o ato público, alguns veículos circularam pela faixa expressa do BRT. Em outros momentos, e com a interferência da Polícia Militar, os motoristas seguiam pela avenida Dr. Freitas. Mas, durante a maior parte do tempo, parte da Almirante Barros ficou bloqueada pelos alunos.

 Estudante do quinto semestre de Medicina e presidente do Centro Acadêmico de Medicina da Uepa, Daniel Marinho. "Estamos reivindicando professores, além do acesso à Policlínica Metropolitana (localizada perto de onde houve o protesto), que hoje está no território da Uepa, mas que não permite que os alunos estejam tendo acesso às instalações que foram prometidas à Uepa", disse. "Além do fato de que o Ambulatório de Especialidades, que está dentro da Uepa, atualmente está oficialmente interditado. As especialidades médicas que lá atendiam com alunos não estão atendendo", afirmou.

 Segundo ele, em torno de dez semestres "foram atingidos pela falta de professores, pois estão sem a grade completa de professores nos eixos temáticos da Universidade, como Gestão de Ensino, Morfo. O curso tem 12 semestres, dos quais dez estão com déficit na carga de professores. Essa falta de professores na Uepa já perdura há mais de cinco anos. Já tivemos reunião com o governador. Foi feito um concurso público que somou apenas quatro professores para o curso de Medicina da Uepa. Isso é suficiente diante das nossas necessidades", afirmou.

"Com isso, os alunos estão saindo sem 'rodar' nas especialidades médicas que eles deveriam, porque todos os médicos generalistas precisam ver todas as especialidades durante a faculdade. E tem semestres que não vem especialidades como Pediatria, Endocrinologia ou Geriatria, porque não tem professor e nem onde atender", contou.

 Em relação à manifestação dos alunos do Centro Acadêmico de Medicina José Arrais (Camja) sobre o funcionamento de atividades educacionais junto à Políclinica Metropolitana de Especialidades do Pará, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) informou que, no dia 6 de fevereiro deste ano, manteve reunião com representantes do Camja, professores do Conselho do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), reitor, vice-reitor e pró-reitor de planejamento da Universidade, definindo toda a forma de funcionamento das atividades acadêmicas nas dependências da Policlínica.

"Sequencialmente, no dia 18 de fevereiro, o Conselho do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) aprovou os nomes dos diretores de ensino e de pesquisa que serão a interface entre a Uepa e a Policlínica. E, em reunião do Conselho Universitário (Consun) no último dia 19 de fevereiro, foi aprovada a resolução para nomeação dos referidos diretores, cujas portarias já foram expedidas, restando apenas a assinatura do termo de convivência entre a Uepa e a Policlínica, já aprovado pelos respectivos setores  jurídicos, devendo ser assinado na próxima segunda-feira,  2 de março, e que permitirá o ingresso de alunos e o pleno funcionamento das atividades de ensino e pesquisa". A Universidade acrescentou que o Ambulatório de Especialidades Médicas segue com sua atividades regulares no prédio antigo e que deverão passar para as novas instalações tão logo seja regularizado o termo de convivência.

Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira, no gabinete da vice-reitoria da Uepa, representantes do Camja solicitaram, ainda, a ampliação do quadro de professores do curso de medicina.  "A Universidade informa que realizará um novo Processo Seletivo Simplificado (PSS), e que também providencia, junto à Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (Seplad), a realização de concurso público para contratação efetiva de professores", acrescenta a nota enviada pela Uepa.