1º Festival da Inclusão visibiliza talentos de pessoas com espectro autista
Evento ocorre neste sábado (04) e no domingo (05/05) no Hangar, em Belém
Começou neste sábado (04/05) o primeiro Festival da Inclusão, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, no bairro do Marco, em Belém. O evento tem como objetivo destacar habilidades e talentos de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras deficiências nos campos artístico e do empreendedorismo, além de promover serviços a essas pessoas. A programação ocorre das 10h às 21h, hoje e amanhã (05/05).
Mais de 50 empreendedores participam do Festival, organizado pela Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa), vinculada à Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa). À disposição do público, há estandes de comidas, camisas, acessórios, materiais pedagógicos adaptados e brinquedos educativos sensoriais. Ao longo dos dois dias, também haverá pocket shows de TEAlentos e uma praça de alimentação montada para os visitantes.
Na manhã deste sábado, também estava sendo feita a entrega de carteiras de identificação da pessoa com TEA, expedida pela Sespa, para quem havia se cadastrado previamente no site da Secretaria. A professora Rosilene Pontes, 41, foi buscar a carteira do filho de 11 anos, João Davi Pontes, que possui autismo nível 1 de suporte. “Além de buscar a carteirinha, viemos prestigiar os empreendedores que fazem parte da família do autismo”, disse.
Segundo a mãe de João Davi, as pessoas com autismo e seus familiares ainda passam por muitas situações de preconceito. “Essa semana, eu presenciei, dentro de um ônibus, uma mãe com seu filho autista, recebendo olhares de julgamento. Ele não estava com a carteirinha, nem com o cordão. É muito doloroso. Por isso, a importância da identificação”, acrescentou.
A coordenadora da Cepa e organizadora do evento, Nayara Barbalho, falou sobre a importância da primeira edição do Festival da Inclusão. “A ideia é que nós possamos estar em um único lugar com a Feira do Empreendedorismo inclusivo, com apresentações culturais, serviços do estado unindo todo esse trabalho voltado para o público com deficiência”, afirmou.
Segundo Nayara, a expectativa é de que duas mil pessoas participem dos dois dias de Festival, feito por pessoas com deficiência que mostram ao público suas habilidades culturais e de economia criativa. Durante a abertura do evento, a coordenadora da Cepa também anunciou que, em breve, as Usinas da Paz contarão com Núcleos de Atendimento para pessoas com TEA.
Visibilidade no empreendedorismo
A empreendedora Márcia Costa, 50, viajou cerca de 200 quilômetros, de Bragança até Belém, para ajudar na venda de produtos feitos pela filha, a artesã Wirllem Ferreira, 23. “De pérolas, ela faz: canetas, chaveiros, pulseiras, cordões para celular… É uma coisa que deixa ela calma, ajuda a relaxar. O trabalho todo é dela”, frisou a mãe.
Wirllem é artesã desde os nove anos de idade, mas o comércio dos produtos começou a ser feito somente há três anos, em escolas e feiras de empreendedorismo em Bragança. “É a primeira vez que eu venho vender fora da minha cidade. Nós somos do Grupo Autismo Acreditar e fomos convidadas por eles para vir ao evento”, contou Márcia, que trouxe mais de 50 peças para o estande no Festival da Inclusão, entre camisas e acessórios.
Um dos apoiadores do evento, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) levou quatro mulheres que possuem algum familiar com TEA para integrar o grupo de expositores. “A importância de um evento como esse é mostrar pra sociedade que nós temos como introduzir, dentro do mercado, qualquer pessoa que queira empreender”, declarou o diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno.
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