Barcarena: Festival do Abacaxi inaugura arena de shows estilo 'Rock in Rio'

A 40ª edição do festival começa com uma novidade: o Ecoparque, que tem capacidade para receber 50 mil pessoas, além de um estacionamento com vagas para 7 mil veículos.

Igor Wilson
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Após dois anos sem ser realizado por causa do período de isolamento imposto pela pandemia de covid-19, o Festival do Abacaxi volta com uma super novidade: a mudança de local do evento. A 40ª edição do festival marca a inauguração do Ecoparque, uma super arena de eventos e shows construída no histórico bairro do Cafezal, distante cerca de 5 quilometros do Centro Cultural de Barcarena, onde o festival era realizado no passado.

A mudança para o novo local, que de acordo com o secretário de Cultura e Turismo da cidade, José Oscar, é uma arena para festivais estilo “Rock in Rio, tem dividido algumas opiniões entre os barcarenenses. Alguns acham a mudança excelente, pois o Ecoparque tem capacidade para receber 50 mil pessoas, além de um estacionamento com vagas para 7 mil veículos e outros detalhes importantes. Outros acham que a mudança para uma localidade distante do Centro Cultural da cidade é ruim, pois prejudica a mobilidade de quem não tem carro e aumenta a sensação de insegurança de alguns que acreditam que o bairro do Cafezal tenha menos segurança.

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“Ficou um pouquinho mais distante, mas não não vai perder o encanto, pelo contrário, vai mostrar que o festival está voltando com tudo. Vai ser um retorno muito significativo, vamos rever pessoas, encontrar amigos. Eu achei muito interessante a mudança de local porque o Cafezal é um um local que ficou um pouquinho distante, meio que não tem muito muito o que fazer por ali por perto. Então a prefeitura deu um jeito das pessoas de lá serem mais vistas, das pessoas de lá terem mais cultura, de ficarem mais próximas”, diz a estudante de publicidade Tainá Souza, frequentadora do festival desde a infância. 

Já para Francisco Almeida, a mudança para um bairro amis distante da região central de Barcarena irá prejudicar os frequentadores que não possuem condução própria para ir até o festival desse ano. “Nada contra o bairro do Cafezal, mas todo mundo sabe que lá é mais inseguro, mais isolado de Barcarena. Quem não tem carro, vai precisar depender de carona ou ônibus, que nem sei se vai ter. Preferia no Centro Cultural”, diz o auxiliar administrativo.  

image Ecoparque foi construído no bairro histórico do Cafezal e tem capacidade para 50 mil pessoas. (Divulgação Ascom Barcarena)

Arena estilo Rock in Rio

O novo Ecoparque foi concluído esta semana e fica a cerca de cinco quilômetros da sede do município. De acordo com a prefeitura de Barcarena, o novo espaço é a maior arena para eventos de todo o Baixo-Tocantins, região do estado do Pará que abrange os municípios de Abaetetuba, Acará, Baião, Barcarena, Cametá, Igarapé Miri, Moju, Tailândia, Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru e Mocajuba. 

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A estrutura construída no bairro do Cafezal será completamente asfaltada e contará com camarotes, sala de imprensa, posto de saúde, sala dos Bombeiros e Polícia Civil, além de estruturas adaptadas para abrigar as demais equipes das forças de segurança pública e privada que trabalharão no evento deste final de semana. Além disso, o Ecoparque oferecerá brinquedos aos frequentadores do evento, assim como fazem os grandes festivais, como Rock in Rio e Lolapalooza. Serão instaladas uma roda gigante, um kamikaze, além de estruturas para tirolesa e rapel.  

“Todo mundo que chegar ao festival vai enxergar o quanto de amor colocamos nessa obra. Esta semana que antecedeu o início do evento foi de muito trabalho, mas conseguimos concluir tudo para que as pessoas que venham, venham e se sintam seguras, se divirtam e desfrutem de um espaço que será sempre da cidade, que vai unir nossos moradores. Essa arena não é só para o festival, ela irá ser a sede dos principais eventos de cultura e arte de nossa cidade, será um novo marco”, disse o secretário de Cultura e Turismo, ressaltando que a prefeitura irá disponibilizar ônibus para fazer o transporte gratuito até o Ecoparque durante o período do festival. 

image Arena foi concluída às vésperas do festival que começa hoje. Expectativa é de casa cheia. (Divulgação Ascom Barcarena)

História do bairro do Cafezal 

O registro histórico de criação do Cafezal vem da construção de um engenho em 1806, ano em que um alemão chamado Otto Schmidt chegou no local junto com seus escravos. No local levantou uma capela em honra de Sant’Ana, mas sua vida foi marcada por sucessivas tragédias em Barcarena. Otto perdeu sua filha e seu filho, vítimas de ataque de jacaré no furo de São Gregório e de um naufrágio nas pedras da ilha das Pombas, respectivamente.  

Após as tragédias, o alemão natural da região da Boêmia deixou o Cafezal com 85 escravos voltou para a terra natal. Antes, vendeu a terra para Fernando de Vasconcelos Machado, da família do Conde Romanones. Sua filha, Maria do Carmo Fernandes Vasconcelos, foi quem registrou o sítio de Sant’Ana de Cafezal em 1856 e anos depois seus filhos instalaram o engenho de açúcar de aguardente. 

Para muitos moradores, o bairro do Cafezal é uma região ligada a violência e a pobreza. Distante alguns quilômetros da região central e urbana de Barcarena, o Cafezal é a moradia de uma população que ainda luta pelos direitos mais básicos. Para Robson Venturiny, presidente do Movimento Estudantil Independente de Barcarena, a construção no Cafezal já estava prevista desde a discussão do PPA, em 2017, e irá fazer com que os moradores do bairro se sintam mais conectados com o restante da cidade. 

“Já em 2017 debatíamos a necessidade de uma arena que atendesse ao público. O Centro Cultural ficou pequeno porque o festival do abacaxi se tornou grande. Precisavámos de um novo Centro Cultural que ficasse distante da cidade, para que pudesse soltar foguetes, para que pudesse ter mais público, para dar mais tranquilidade aos moradores das proximidades do antigo centro, que amanheciam diante do tumulto. A comunidade do Cafezal está sendo toda preparada para isso. Lá chegou o progresso aonde há setenta e oito anos pouquíssimas coisas se chegavam lá. E hoje o cafezal será conhecido em todo o estado, até nacionalmente. Chegou o asfalto, chegou o saneamento básico, chegou uma nova escola”, diz Robson. 

Programação

Festival do Abacaxi 40ª edição 

Sexta (04) 

  • Noite Gospel com Banda Preto no Branco 

Sábado (05) 

  • Matheus Fernandes 
  • Luan Santana 
  • Zé Vaqueiro 
  • Liu 

Domingo (06) 

  • Tarcísio do Acordeon 
  • Mari Fernandez  
  • DubDogz  
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