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Saúde x Meio Ambiente: a natureza como suporte para o bem-estar humano

Atitudes simples como usar só o necessário, o respeito à floresta, aos rios e à fauna são o suficiente para um caminho de sustentabilidade

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A complexa e harmônica rede que forma o meio ambiente afeta diretamente o ser humano, pois serve de suporte à vida e à saúde. Na região amazônica, alterações no ecossistema comprometem a existência de quem vive no local. A professora e pesquisadora da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Vania Neu, fala sobre a importância da relação entre a natureza e a saúde na região.

Qual é o papel da biodiversidade na promoção da saúde na Amazônia?

A destruição acelerada da biodiversidade tem aumentado a vulnerabilidade diante de novas doenças, elevando o risco de novas epidemias e pandemias, como ocorreu com a zika, malária, cólera, HIV, dengue, chikungunya e leishmaniose, que tiveram origem comum em animais selvagens, cujos habitats foram destruídos. A redução da biodiversidade e a crescente degradação do meio ambiente aproximam do homem inúmeros patógenos, como vírus, bactérias e fungos. Se a intervenção humana não fosse tão invasiva, os organismos permaneceriam no ciclo natural do ambiente, sem causar problemas ao ser humano.

Como a perda de biodiversidade afeta as comunidades locais, principalmente nas áreas rurais?

Muitas comunidades rurais até hoje vivem em harmonia com o ambiente, retiram apenas o suficiente para a sobrevivência. Ao perder a biodiversidade, seja no ambiente terrestre ou aquático, todo ecossistema fica fragilizado, com risco de colapso. Diferente da área urbana, no meio rural as comunidades se alimentam da biodiversidade que a natureza oferta. A perda disso representa a falta de alimento, de ervas que curam, perda da ancestralidade, entre outras relações existentes nestes locais.

Como as mudanças climáticas afetam a saúde das comunidades na região amazônica?

Alterações climáticas reduzem a oferta de água, aumentam a mortalidade de peixes e inúmeros organismos aquáticos, colocam comunidades em insegurança hídrica e alimentar. A seca tem isolado alguns povos que estão sem atendimento médico. O hipoclorito, que trata a água de consumo humano, também não tem chegado até as comunidades, que são obrigadas a consumir água não potável. Isso aumenta os casos de doenças de propagação hídrica, quadros diarreicos e de mortalidade.

Quais são as estratégias de pesquisa e intervenção para lidar com os desafios ambientais em relação à saúde na Amazônia?

O desenvolvimento de tecnologias alternativas que promovam acesso à água potável e esgotos sanitários seguros. Essa é uma pesquisa-ação desenvolvida junto às comunidades que tem trazido segurança hídrica, saúde, autoestima, independência, bem viver e qualidade de vida.  

Como práticas tradicionais e conhecimentos indígenas podem ser integrados para melhorar a saúde e a sustentabilidade ambiental?

A sabedoria popular e o conhecimento tradicional resultam de milênios de observações do funcionamento da natureza. Quando os ciclos da água, da floresta e dos nutrientes são quebrados com o desmatamento, queima da floresta, contaminação dos rios, todos os ecossistemas estão sob ameaça. Atitudes simples, porém sagradas para os povos tradicionais, como usar só o necessário, o respeito à floresta, aos rios e à fauna são o suficiente para um caminho de sustentabilidade.

 

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