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Terra indígena Yanomami sofre com histórico de invasões de garimpeiros e violações de direitos human

Governo federal anuncia diversas ações para o território, onde vivem mais de 30 mil indígenas, muitos em situação de isolamento geográfico

O Liberal
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Quem viu as imagens de crianças e adultos Yanomami completamente desnutridos e doentes, divulgadas na última semana, por ocasião da passagem da comitiva chefiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo território indígena, localizado entre os Estados do Amazonas (AM) e Roraima (RR), ficou indignado com a grave situação sanitária e de saúde enfrentada pela etnia. 

No entanto, este não é um cenário exatamente novo na região, que sofre, há alguns anos, com a invasão de garimpeiros ilegais, os quais contribuíram decisivamente para a contaminação por mercúrio dos rios da reserva, a maior do País, onde vivem cerca de 30 mil indígenas, muitos em situação de isolamento geográfico. Essa contaminação também tem impacto fundamental sobre a situação de miséria e de saúde encontrada hoje no local, considerado de difícil acesso. 

Desde a última segunda-feira, 16, equipes do governo federal, sobretudo do Ministério da Saúde, se encontram na região Yanomami, onde relatam casos de crianças e idosos em estado grave de saúde, muitos, com desnutrição aguda, malária, infecções respiratórias, entre outras doenças. Na sexta-feira, 20, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no território. 

Já no sábado, 21, o presidente Lula, junto com a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, e outros integrantes do alto escalão da esfera federal, esteve no território e viu de perto a crise que atinge os indígenas. Segundo estimativas do governo, cerca de 570 pessoas, entre crianças e adultos Yanomami, morreram nos últimos quatro anos, principalmente devido à desnutrição e falta de atendimento em saúde. 

Garimpo ilegal -  A Terra Indígena Yanomami, com cerca de dez mil hectares, foi demarcada e homologada há quase 30 anos. Nos últimos quatro, houve registro de intensificação da presença de garimpeiros ilegais na região, o que também culminou com o aumento da devastação na área e a difusão de doenças como a malária entre os indígenas, levando muitos à morte precoce. Estimativas dão conta de que hoje há cerca de 20 mil garimpeiros ilegais vivendo na reserva indígena. 

Inquérito - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que também esteve na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita ao território, informou, ainda no último sábado, 21, que vai determinar abertura de inquérito policial para apurar o crime de genocídio e crimes ambientais na terra indígena. Com isso, a partir desta segunda-feira, 23, a Polícia Federal estará à frente das investigações para apurar as responsabilidades pela situação dos indígenas. 

Ministério da Saúde aceita voluntários para ajudar na região 

Neste domingo, 22, o Ministério da Saúde divulgou um link de cadastro para inscrições de novos voluntários que queiram apoiar a Força Nacional do SUS que vai atuar no território Yanomami. A medida foi adotada depois que muita gente começou a oferecer ajuda aos indígenas, explicou o presidente Lula, em seu Twitter. O formulário pode ser acessado neste link.

O Ministério da Saúde informou ainda neste domingo, 22, que estuda acelerar a publicação de um edital do Programa Mais Médicos para recrutar profissionais, tanto formados no Brasil quanto no exterior, para atuação em território Yanomami. Segundo o ministério, o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami é um dos que mais carece de profissionais entre os territórios, com apenas 5% das vagas ocupadas. Por isso, a necessidade de um novo edital formulado já a partir desta semana, contemplando a necessidade da saúde indígena.

UFPA também oferece apoio

Em nota, a Universidade Federal do Pará (UFPA), manifestou, também neste domingo, 22, solidariedade ao povo Yanomami e disse que está dialogando com o governo federal para que equipes multiprofissionais do Complexo Hospitalar da instituição possam contribuir no atendimento aos Yanomami. “A fome e a morte que atingem centenas de indígenas Yanomami são absolutamente inaceitáveis e requerem ações urgentes de apoio, assim como a apuração de responsabilidades”, diz a nota, assinada pelo reitor Emmanuel Tourinho. 

Leia mais: 

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O Ministério da Saúde já havia declarado emergência de saúde pública em territórios do povo indígena e, ainda ontem, 20, Lula decretou a criação de um comitê para resolução dos problemas

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Jovem estava internado em hospital de Roraima

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Balanço do Ministério da Justiça foi divulgado hoje

 

 

 

 

 
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