A máfia das propinas no DETRAN

Além das taxas obrigatórias, não é incomum que quem precise dos serviços do Departamento de Trânsito do Pará seja obrigado a pagar propina a servidores do órgão.

Equipe|Conexão AMZ
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Quem procura pelos serviços do Departamento de Trânsito do Pará (Detran), em Belém, costuma ir torcendo para não precisar pagar além da conta. Mesmo com várias tentativas de coibir e acabar com a máfia das propinas, esse "departamento", ao que parece, continua funcionando no órgão. A vítima mais recente foi o ex-secretário de Meio Ambiente de Belém, Deryck Martins.

Após publicar em uma rede social que toda vez que vai ao Detran fica estarrecido com a corrupção escancarada e generalizada no órgão e questionar se "algum dia alguém consegue mudar esse descalabro?", o ex-secretário municipal conversou com a equipe da Conexão AMZ.

image Ex-secretário usou rede social para denunciar corrupção no Detran (Divulgação)

 

Segundo Martins, mesmo chegando cedo ao Detran, ele precisou aguardar por mais de três horas na fila para vistoria de veículos, enquanto vários usuários pagavam para ter seus carros vistoriados primeiro. "Essa inspeção, que deveria ocorrer por ordem de chegada, ela vai acontecendo de acordo com a chamada dos fiscais, dos verificadores e, nesse momento, eles solicitam dinheiro, que se pague para ter pioridade", relatou. 

A prática de cobranças indevidas pelos serviços do Detran não é novidade e ocorre em várias frentes. Há cinco anos, quando tirou a carteira de habilitação, o estudante D.G, que prefere não ter sua identidade revelada, também precisou pagar propina para conseguir o documento. "O próprio professor da auto escola me falou que, mesmo sabendo dirigir, eu precisava pagar uma espécie de propina para poder ser aprovado", contou. 

O sentimento, claro, é de indignação. "Nos deixa indignados sim, porque parece que a corrupção já está institucionalizada no órgão. Todo mundo sabe, todo mundo aceita, muita gente participa. O que é um absurdo e que devemos dencunciar, pois isso precisa de fato ser combatido", desabafou Martins, que pretende apresentar uma denúncia formal à ouvidoria do órgão. 

A Conexão AMZ procurou o Detran que, por meio de nota, respondeu que "não compactua com supostas condutas e práticas ilegais de seus servidores. Sobre as denúncias relatadas, tanto no processo de habilitação quanto no de vistoria dos veículos, o Detran orienta para que as mesmas sejam encaminhadas à corregedoria do órgão para devida apuração e adoção das medidas cabíveis. O órgão esclarece ainda que existem procedimentos internos para averiguação de possíveis fraudes, como forma de coibir preventivamente tais irregularidades".

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