Quinta-feira é marcada pela missa de Lava Pés na Catedral de Belém

O gesto de humildade e fraternidade de Jesus Cristo em lavar os pés dos 12 apóstolos na Última Ceia deve ser colocado em prática no dia a dia pelos cristãos para com o próximo. Essa foi a mensagem que o arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, transmitiu aos fiéis que lotaram a Catedral Metropolitana, na noite desta Quinta-Feira Santa (18), durante a Missa da Ceia do Senhor e Cerimônia do Lava Pés.

Na homilia, durante a missa, Dom Alberto Taveira destacou que a sociedade conta com uma série de leis, mas enfrenta muitos problemas de convivência e de desrespeito à legislação. Na sequência de raciocínio, o arcebispo destacou que Jesus Cristo, ao ser perguntado sobre qual o preceito que considerava como o principal, respondeu: "Amai-vos uns aos outros como eu os amei". 

"Como eu vos amei corresponde à proposta de dar a vida pelo outro; é a medida do amor sem medida, este é o novo mandamento de Jesus", observou o arcebispo, enfatizando que Jesus expôs esse princípio na parábola do Bom Samaritano e ainda no próprio gesto do lava pés, com a intenção de que os apóstolos também fizessem o mesmo. "E eu? Essa pergunta deve ser feita pelo cristão no momento do Lava Pés", afirmou Dom Alberto. 

O gesto não é difícil de ser feito, como observou o arcebispo. O que deve merecer a atenção dos cristãos é a intenção do gesto, no sentido de se buscar o próximo, querer o bem dele. "Por 45 anos, eu repito o gesto na Semana Santa e me faz muito bem; mas, entendo que não devo ficar restrito no gesto litúrgico, mas, sim, praticá-lo no dia a dia", acrescentou.

Missa reuniu diversos fiéis na catedral de Belém (Akira Onuma / O Liberal)

Jesus, como disse o arcebispo, deu o mandamento e instituiu a Eucaristia (na mesma Ceia com os apóstolos) como "prova do amor infinito, que ser verifica em cada cerimônia". 

Logo após a Homilia, Dom Alberto repetiu o gesto de Jesus Cristo lavando e beijando os pés de 12 homens, que simbolizaram os apóstolos, no altar da Catedral. Para o engenheiro aposentado Raimundo Saldanham, 66 anos, que integrou o grupo dos "apóstolos" na cerimônia, "foi uma emoção muito grande e é um momento que eu nunca mais vou esquecer". A cerimônia também relembrou a Instituição do Sacerdócio e contou com a Trasladação do Santíssimo Sacramento para Adoração.