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Randolfe: CPI vai votar convocação de Rodrigo, que falou em 'propina'

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Agência Estado

A cúpula da CPI da Covid quer votar na próxima quarta-feira, 30, a convocação de um funcionário do Ministério da Saúde que teria falado ao servidor Luis Ricardo Miranda sobre um suposto esquema de cobrança de propina na pasta. Aos senadores, Luis Ricardo disse que um terceirizado do ministério, chamado Rodrigo, relatou ter ouvido sobre a prática. "O Ministério estava sem vacina e um colega de trabalho, Rodrigo, servidor, me disse que tinha um rapaz que vendia vacina e que esse rapaz disse que alguns gestores estavam pedindo propina", relatou Luis Ricardo durante o depoimento.

À princípio, o servidor afirmou não lembrar do nome completo de Rodrigo, e que procuraria saber para informar a CPI. Mas questionado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), Luis Ricardo confirmou que ele se chamaria Rodrigo de Lima. Depois de o nome ser informado, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que um requerimento de convocação do funcionário deverá ser votado na próxima quarta.

Pazuello

Também depondo à comissão, o deputado federal Luis Miranda afirmou que, durante o encontro com o presidente para relatar as suspeitas de irregularidades no negócio da Covaxin, Bolsonaro não mencionou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. "Em nenhum momento falou do Pazuello. Ele entendeu que aquilo externava um problema de nível administrativo, entendeu que necessitava de investigação", disse Miranda. Ontem, senadores governistas disseram que o presidente teria comunicado o ex-ministro sobre as suspeitas.

Miranda ainda voltou a dizer que não lembra qual seria o deputado citado por Bolsonaro durante o encontro. Mais cedo, o parlamentar afirmou que o presidente, ao ter sido avisado sobre um suposto esquema de corrupção na compra de Covaxin, declarou que "isso é coisa de fulano", se referindo a um parlamentar.

Questionado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) se ao dizer isso, o presidente deu a entender que já conhecia o que estava acontecendo no Ministério, Miranda respondeu que sim. "Ao citar o deputado, o senhor entendeu ali que ele já tivesse conhecimento da prática dentro do Ministério?", perguntou a senadora. "Sim", declarou o deputado.

Luis Ricardo Miranda diz ter sofrido pressões para compra da Covaxin

Luis Ricardo Miranda afirmou ter sofrido pressão incomum de seus superiores no ministério, inclusive nos fins de semana, para finalizar os trâmites de compra da Covaxin, vacina da farmacêutica indiana Bharat Biotech. A compra chegou a ser anunciada pelo governo federal em fevereiro, mas o negócio segue em aberto.

De acordo com o depoimento, o chefe imediato no departamento de importação mandava mensagens depois do expediente e nos fins de semana - prática incomum, de acordo com o servidor - alegando que estava em contato com representantes da empresa. Luis Ricardo se sentiu incomodado com a postura da chefia. Diante disso, decidiu comunicar seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).

Em resposta ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), o servidor do Ministério da Saúde  afirmou que toda equipe do seu setor ficou desconfortável com a pressão incomum, inclusive diante da falta de documentos. À época, a empresa ainda não havia apresentado o Certificado de Boas Práticas, documento necessário para o procedimento de compra.

Luis Ricardo já havia relatado o caso em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) no final de março. O depoimento veio a público por meio de veículos de imprensa e a CPI decidiu ouvir o deputado e seu irmão hoje. Aos senadores, o deputado mostrou áudios do irmão, em conversas privadas dos dois, em março.

No áudio, o servidor demonstrou sua suspeita ao irmão. Disse que o ministério negocia milhões de vacinas e insumos, e ninguém nunca havia ligado para ele; nem empresas, nem o secretário-executivo do ministério. Mas neste contrato havia muita gente “em cima, pressionando”. “Aí você já fica com um pé atrás”, disse Luis Ricardo ao irmão em áudio divulgado no depoimento.

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