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Investimentos do Infovia levará internet de alta velocidade aos 144 municípios paraenses

Ministério das Comunicações pontua que serão de R$ 10 a R$ 15 bilhões em recursos direcionados para investimentos somente no Pará.

Natália Mello / O Liberal
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Oito infovias para levar internet de alta velocidade vão alcançar moradores dos 144 municípios paraenses até 2028, segundo anunciou, em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, na última quinta-feira (13), o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações (MCom), Artur Coimbra. Com os recursos obtidos no que ele classificou como o maior leilão de telecomunicações da história da América Latina, serão R$ 50 bilhões direcionados para investimentos em tecnologia de acesso à internet no Brasil e, especialmente, na Amazônia. Somente no Pará, serão investidos de R$ 10 a R$ 15 bilhões.

Arthur Coimbra participou da comitiva que acompanhou o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, em Macapá, no Amapá, na sexta-feira (14), para lançamento do Programa Norte Conectado. O programa tem o objetivo de levar internet de alta velocidade para comunidades da região que ainda não dispõem do serviço. Na ocasião, foi feita uma visita técnica para a implantação de cabos de fibra ótica entre os municípios de Macapá e Santarém. Um dia antes da programação no Amapá, Arthur Coimbra falou a O Liberal.

“Graças ao leilão, a gente vai ser capaz de suprir muitas das dificuldade da falta de acesso à banda larga móvel do Brasil e à internet de maneira geral. Então, por exemplo, no estado do Pará a gente tem internet em todas as cidades, né? E todas terão acesso ao 5G até 2028. A gente começa pelas capitais até que todos os municípios do Pará tenham 5G, mas mais do que isso, esse edital vai levar também banda larga móveis de 4G ou superior a localidades rurais”, declarou o secretário, lembrando que essas áreas são mapeadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com Artur, povoados, vilas e até mesmo algumas aldeias indígenas vão passar a ter acesso à internet móvel de 4G. Outra parte desses recursos vai ser usada para cobrir todas as rodovias federais do Brasil. “No Pará, todos os trechos de rodovia federal serão cobertos por 4G ou conexões superiores. Então a gente está falando de rodovias como a BR-163, como a própria Transamazônica, né? E outras rodovias federais que estão no estado que a gente sabe que têm uma carência muito grande de comunicação”, detalhou.

O prazo para a internet de alta velocidade chegar a todos os municípios do Estado é 2028, mas Artur reforça que as operadoras costumam antecipar as obrigações e afirma ser possível que esse projeto seja finalizado antes desses seis anos de execução previstos. Quando questionado sobre o impacto direto na vida de pessoas que estão distantes dos locais onde, normalmente, a internet chega – como empresas, universidades, instituições públicas, o secretário ressaltou a importância de se falar no conceito de inclusão social.

“Essas pessoas elas vão passar a ter acesso a oportunidades econômicas e educativas que antes elas não tinham. Na parte de educação poderão ter acesso a cursos, muitos deles gratuitos e que podem ajudar na formação em uma profissão ou para aprender certo ofício, e isso é algo que hoje elas não têm ou que é muito custoso. Precisam se deslocar, pegar um barco, se mudar conseguir fazer um curso. Isso não vai ser mais necessário. Esse é o primeiro ponto. No segundo ponto é o próprio acesso à saúde. A pandemia trouxe mais iniciativas de telemedicina e com o 4G que será disponível ou o 5G será possível que essas pessoas tenham acesso à saúde sem precisar necessariamente se deslocar pra um grande centro”, enumerou.

Outro ponto foi destacado por Artur, no que se refere à oportunidade de empreender por parte dessas pessoas que vivem, muitas vezes, isoladas e distantes dos grandes centros. “Uma coisa que a gente vê muito em comunidades rurais ou pesqueiras é que uando elas passam a ter acesso a internet, passam a ter acesso às cotações dos seus produtos. Então elas sabem quanto o produto que ela pescou vale, o que ela colheu custa no mercado, isso permite que ela tenha uma posição melhor de negociação ou com atravessadores ou com os consumidores finais, ou até diretamente pros distribuidores. Isso também melhora a situação econômica dessas famílias”, pontuou.

Sobre a conta paga pela população, Artur lembra que as empresas não costumam mudar o preço cobrado pelo serviço, quando passam a oferecer uma nova tecnologia. Ele classifica essa transição como um benefício que vem chegando ao mercado e tende a obedecer, no máximo, aos ajustes da inflação, mas a tendência é o preço da conexão de alta velocidade seguir uma mesma linha do que custava 100 megabytes há dez anos.

“No caso do 5G você vai manter o preço, só que agora com uma velocidade muito maior. Porque, na prática, faz com que você reduza o preço da sua internet, porque você está levando uma capacidade muito maior pagando a mesma coisa. E esse serviço começa por Santarém e os demais municípios, mas a gente tem uma previsão também de uma Infovia de Macapá até Belém, mas é um pouco mais para a frente”, concluiu.

Visita à Macapá

O secretário participou de uma visita técnica em Macapá (AP), na última sexta-feira, como parte das ações pela implementação do “Infovia 00”, que fará a conexão entre a capital amapaense e Santarém, passando pelas cidades de Alenquer, Almeirim e Monte Alegre – ou seja, quatro cidades paraenses, beneficiando um milhão de pessoas – entre elas ribeirinhos e pescadores artesanais. A infraestrutura subfluvial promete levar, até o final do mês de março, internet de alta velocidade a diversas comunidades e áreas de zona rural.

A iniciativa é o marco das ações do Programa Amazônia Integrada Sustentável (PAIS), que integra o programa Norte Conectado, ambos coordenados pela pasta e que representam, nesse primeiro momento, um investimento de R$ 94 milhões – a maior parte dos recursos, segundo Artur, será destinada ao Pará. A visita também conta com a presença de uma comitiva de lideranças do Governo Federal, parlamentares, iniciativa privada e servidores do governo.

“Essa visita é a última etapa de inspeção, de avaliação antes do início desse projeto, que abrange os principais estados da Amazônia numa rede que vai perfazer, ao todo, cerca de 12 mil quilômetros e atender mais de 50 cidades de toda a região. Esse primeiro trecho a gente chama de Infovia 00. Vai ter essa inspeção e o lançamento do cabo e serão mais ou menos quinze dias até a conclusão, já em Santarém. Depois disso concluído, que deve ocorrer no final de janeiro, a gente instala os equipamentos, faz os testes e também vai implantando o que a gente chama de redes metropolitanas”, explica Artur.

Serão atendidas 72 organizações, entre escolas, unidades de saúde, instituições do poder judiciários e, ainda, praças, por meio da instalação de Wi-Fi. Artur destaca ainda um diferencial dessa tecnologia: o que antes poderia implicar na destruição de 68 milhões de árvores, com a rede subfluvial aportará nas principais comunidades sem derrubar nenhuma árvore sequer. De acordo com ele, o cabo fluvial protegerá o cabo da linha de transmissão de energia, o que deve garantir uma melhoria imediata no desempenho da internet em toda a região. O projeto como um todo, que são que são oito Infovias, deve beneficiar dez milhões de pessoas.

Oeste do Pará

Ponto importante de conexão do cabo, Santarém é terceira cidade mais populosa do Pará, hoje com mais de 308 mil habitantes. Lá, a iniciativa integrará pelo menos 80 polos ribeirinhos na Amazônia. A maior parte dos investimentos para a construção da Infovia 00 contou com recursos do MCom, mas também houve repasses do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Justiça e de emenda do Senado. No oeste do Pará, a previsão é que todo o projeto seja concluído até 2022.

A infraestrutura de fibra óptica, vinda da Alemanha, tem ao todo 770 quilômetros de extensão. e levará conexão de alta velocidade às cidades. O cabo possui 24 pares de fibras óptica e cada uma dessas fibras suporta 40 canais de dados, cada um com capacidade de 100 gigabits por segundo (Gbps) – conexão quase mil vezes superior à banda larga doméstica que, em média, tem capacidade de 100 megabits por segundo. Em cada município, redes metropolitanas distribuirão o sinal da fibra óptica para organizações. Dessa forma, será possível fortalecer políticas públicas de educação, saúde e segurança.

A RNP, detentora do direito de toda a infraestrutura, compartilhará o acesso e a infraestrutura com os operadores e provedores de telecomunicações que compõem o Consórcio Aberto do Operador Neutro – modelo inovador de operação adotado pelo MCom. Serão essas empresas as responsáveis por fazer a operação, manutenção da rede e levar conectividade às cidades.

Ao todo, o Programa Amazônia Integrada Sustentável (PAIS) prevê a construção de oito infovias passando pelos rios Amazonas, Negro, Solimões, Madeira, Purus, Juruá e Rio Branco. Em 2021, o MCom iniciou os estudos para implantação da "Infovia 01" que interligará Santarém a Manaus, passando por outros nove municípios nos estados do Pará (Curuá, Óbidos, Oriximiná, Juruti e Terra Santa) e do Amazonas (Parintins, Urucurituba, Itacoatiara e Autazes). A expectativa é que ainda no último trimestre de 2022 seja efetuado o lançamento do cabo subfluvial. O investimento total para a construção das infovias é de R$ 1,7 bilhão. Parte do recurso é proveniente de leilão do 5G.

 

Quais são as melhorias que o 5G vai trazer em relação ao 4G?

- A nova rede multiplicará a velocidade das comunicações móveis, atingindo picos de até 10 Gbps

- A velocidade facilita baixar séries em segundos, por exemplo

- Será diminuído o tempo de resposta entre a rede e o dispositivo. Essa é a chave para novas tecnologias, como carros autônomos e cirurgias feitas de forma remota

- O  5G permitirá um maior número de dispositivos conectados à rede.

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