Parauapebas é a cidade do interior que mais registrou crimes violentos em 2020

Nos últimos meses, alguns municípios do interior do Pará têm concentrado a maioria das notícias nas páginas policiais. A cidade de Parauapebas, no sudeste do Estado, por exemplo, é a que mais registrou ocorrências de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que incluem homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e latrocínio, no ano de 2020. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (Segup), de janeiro a agosto deste ano, foram registrados 57 crimes destes tipos no município, um a mais que no mesmo período do ano passado.

No último mês de agosto, a cidade de Parauapebas foi destaque nas manchetes policiais por crimes violentos em, pelo menos, seis oportunidades. No dia 23, Vanderlei Barbosa da Silva, de 20 anos, foi morto a facadas dentro de sua casa, no bairro União. A esposa dele, Paloma de Sousa Silva, é a principal suspeita de ter cometido o crime e está foragida. Ela teria dito a um parente da vítima que havia matado o rapaz.

No dia 12, um duplo homicídio chocou os moradores da cidade. Francisca Lucirene Alves do Nascimento e o marido, Arlindo Setúbal dos Santos, foram achados sem vida dentro de sua propriedade rural. O casal de pioneiros do município, que vivia há décadas em Parauapebas, foi morto a tiros na casa onde se isolaram devido à pandemia do novo coronavírus, na comunidade de Barra do Cedro. Para a Polícia Civil, o casal foi vítima de latrocínio.

Mesmo com a alta nos índices de CVLI em Parauapebas no ano de 2020, os dados da Segup demonstram que, em comparação ao ano de 2018, a cidade vem apresentando uma diminuição no registro destes crimes. De janeiro a seis de setembro daquele ano, foram registrados 77 crimes violentos. Em 2019, o índice caiu para 56 no período entre janeiro e agosto, e neste ano teve novamente um leve aumento no mesmo período, quando foram registrados 57 casos.

Outros municípios paraenses também têm aparecido com frequência nas manchetes de Polícia, como é o caso de Tailândia, também no sudeste paraense, e Portel, na região do Marajó. Segundo os dados da Segup, Portel apresentou uma alta de mais de 60% nas ocorrências de CVLI entre janeiro e agosto de 2020. No período, foram registrados 13 crimes violentos, cinco a menos que no mesmo período de 2019, quando houve oito registros. O número também é maior que o registrado de janeiro até seis de setembro de 2018, quando houve 12 crimes violentos.

Já o município de Tailândia vem apresentando queda no número de crimes violentos. Segundo a Segup, de janeiro até seis de setembro de 2018, foram 38 ocorrências computadas. Já no período entre janeiro e agosto de 2019, a polícia registrou 25 crimes violentos, uma baixa de quase 35%. No mesmo período de 2020, o índice continuou em queda, com 22 casos de CVLI registrados.

Queda

A secretaria informou, em nota, que em 61% dos municípios paraenses não houve o aumento da criminalidade ao comparar o período de janeiro a agosto de 2019 e 2020. “Houve a redução de 20% de crimes violentos contra a vida no interior do Estado, de janeiro a 10 de setembro. Entre as cidades que reduziram a violência, dez não registram crimes há oito meses consecutivos, entre elas os municípios de Curuá, Faro e Melgaço”, informou a Segup.

A Segup afirmou, também, que ações já começaram a ser intensificadas no interior por meio do programa “Segurança por Todo o Pará”, com o objetivo de traçar estratégias para replicar ações de prevenção e repressão executadas na Região Metropolitana de Belém e que demonstraram bons resultados.

TerPaz

Além disso, a secretaria disse que iniciará a interiorização do programa “Territórios pela Paz (Terpaz)” a fim de diminuir a criminalidade em localidades do interior. “Parauapebas, inclusive, será uma das cidades contempladas com o ‘Terpaz’ e já está com a construção em ritmo acelerado da ‘Usina da Paz’, que consiste em grandes complexos públicos, em áreas de aproximadamente 10 mil metros quadrados, com a finalidade de garantir a permanência do Estado, com ênfase na prevenção à violência, inclusão social e fortalecimento comunitário, com três eixos fundamentais: assistência, esporte/lazer e cultura”, concluiu a Segup.