Paraenses presos em Portugal: 'quanto está o salário de fofoqueiro?', diz quarto suspeito preso
Allan foi capturado no último sábado (8), no Rio de Janeiro, e é dono da empresa que exportou carga de açaí com cocaína
Em junho deste ano, alguns dias antes da operação da Polícia Judiciária de Portugal que prendeu os paraenses Marco Antônio Faria Júnior e Nilson de Souza Castro Neto, envolvidos em tráfico internacional de drogas, o também paraense Allan Carvalho Cardoso postou um vídeo nas redes sociais em que faz uma "brincadeira" sobre fofocas e especulações. "Bom dia, meus amigos. Quero fazer uma perguntinha para vocês: sabe quanto está o salário médio de um fofoqueiro? Está ganhando bem? Ai meu Deus", disse.
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O vídeo foi postado em suas redes sociais, que foram excluídas dias depois. Poucos dias após as prisões de Marco Antônio e Nilson Castro, a Polícia de Portugal também prendeu o tenente da Polícia Militar do Pará (PMPA) Aderaldo Pereira de Freitas Neto, mais conhecido como Freitas, quando tentava embarcar de volta ao Brasil, no aeroporto internacional de Lisboa. O policial também estaria envolvido no esquema.
E, desde junho, Allan Carvalho foi considerado foragido pelas autoridades portuguesas e teria fugido para a Espanha, onde era procurado. A identidade não tinha sido revelada até então para não atrapalhar as investigações. No sábado (8) ele foi preso usando um passaporte falso no Rio de Janeiro, vindo de um voo de Madrid, capital da Espanha.
Allan é dono da empresa que exportou açaí com cocaína
De acordo com autoridades policiais, proprietário da empresa A.C Cardoso, registrada para realizar exportação de açaí. A firma é responsável por realizar a exportação de açaí a Portugal, onde a carga de cocaína foi encontrada escondida.
Mandados de busca e apreensão
Na última quarta-feira (5), a Polícia Federal do Pará cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em Belém, Ananindeua, Marituba e Barcarena, em conjunto com a Polícia Judiciária de Portugal, Europol (Serviço Europeu de Polícia) e apoio da Receita Federal do Brasil.
Os mandados de busca e apreensão ocorreram em residências e empresas com suspeita de fazer parte de grupo criminoso, que leva grandes quantidades de cocaína à Europa. Foram apreendidos aparelhos eletrônicos e documentos que possam auxiliar a investigação e indicar a possível participação de outras pessoas nos crimes. O trabalho foi acompanhado por um investigador da Polícia Judiciária de Portugal que esteve na capital paraense.
Outros três paraenses estão presos em Portugal
As três primeiras prisões ocorreram em junho deste ano, pela "Operação Norte Tropical". Os dois primeiros foram Marco Antônio Faria Júnior, que tem negócios em Barcarena, nordeste do Pará, e Nilson de Souza Castro Neto, conhecido como "Nilsinho". Nas redes sociais, o jovem afirma, em sua biografia, que é nutricionista e mostra uma vida de luxo e viagens nas publicações. A última postagem foi em 23 de junho deste ano, na semana em que foi preso. “Nilsinho” aparece em uma festa ao lado de amigos e diz: “a última pra fechar com os melhores”.
Ambos foram presos ao receberem um contêiner no porto de Lisboa (Portugal), que teve como origem o porto de Vila do Conde em Barcarena. Junto com a carga de açaí, estavam 320 quilos de cocaína.
Cerca de uma semana depois, as autoridades portuguesas prenderam um terceiro paraense, quando tentava fugir do país rumo ao Brasil: o tenente da Polícia Militar do Pará (PMPA) Aderaldo Pereira de Freitas Neto, mais conhecido como Freitas.
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