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Moradores ameaçam fechar Porto do Camará, no Marajó, por medo de contaminação do coronavírus

Valéria Nascimento
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O intenso fluxo de turistas aliado à ausência de medidas preventivas por parte do poder público municipal, de Salvaterra, no Marajó, gera medo nos moradores que ameaçam fechar o Porto do Camará a partir das 4h desta quarta-feira (25), na tentativa de impedir o embarque e desembarque de passageiros, e automaticamente, os riscos de transmissão do coronavírus entre a população local.

A redação integrada recebeu áudios de moradores da região, preocupados com a falta de políticas públicas que possam assegurar maior controle do vaivém das pessoas, evitar as constantes aglomerações tão combatidas pelas instituições de saúde, e claro, os riscos de transmissão do novo coronavírus.

Homens e mulheres explicam que decidiram fechar o Porto do Camará após perceberem que estão expostos com a chegada e partida desenfreada de pessoas de várias partes do Brasil e do exterior, interessadas em fazer turismo na região.

Segundo os moradores, o problema não é o tráfego dos caminhões e sim o aglomerado de turistas de toda ordem, diariamente, sem qualquer ação pública que possa resguardar à saúde da comunidade em volta do porto.

"Não queremos tumulto. A comunidade aqui está esquecida. Temos de ter coragem e atitude. Conversamos e vamos fechar os dois portões, e vamos comunicar às empresas que não venham. As vans não estarão aqui para levar e trazer o pessoal", afirmou, agora há pouco, a moradora de prenome Elisangela, que mora no trecho da foz do rio.  

"Os caminhões não precisam parar. A liberação deles está ok. O que nós não queremos é o tráfego das pessoas. As lanchas têm de acharem o jeito de embarcar e desembarcar as pessoas de modo correto", frisou Elisângela.

Os moradores contaram que essa semana chegaram turistas estrangeiros com destino ao distrito de Joanes e ninguém quis levá-los, por medo.

Nesta madrugada, a população está decidida a impedir o fluxo das lanchas para a chegada e saída de pessoas, mas as balsas serão mantidas atendendo ao fluxo de caminhões para o abastecimento de parte das cidades do arquipélago marajoara.

"Será um protesto pacífico, sem violência e com ordem. Mas não podemos continuar assim como está aqui. Ninguém nos dá apoio. Temos trabalhadores se expondo aqui sem que ninguém faça qualquer coisa para nos proteger desta ameaça",  afirma a moradora.

Rafael Ribeiro, outro morador local, observou que tudo que a comunidade quer é um controle na chegada e saída das pessoas com iniciativas preventivas dos órgãos de saúde.

"Países do primeiro mundo estão enfrentando a morte todos os dias. A coisa está séria, e aqui é como se nada estivesse acontecendo. A gente quer melhor controle e proteção para a comunidade e o município de Salvaterra como um todo", concluiu Rafael Ribeiro.

A redação integrada entrou em contato e aguarda o retorno da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon), que regular os serviços de transporte, incluindo o fluvial.

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