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Homem mata companheira estrangulada no Dia dos Pais

Amanda Santos Silva foi mais uma vítima de um relacionamento abusivo que terminou de forma trágica

Valéria Nascimento

O laudo do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves não deixa dúvidas quanto à causa da morte da autônoma Amanda Santos Silva, de 28 anos, ocorrida no último domingo, 9, em Icoaraci: estrangulamento. A jovem foi assassinada pelo companheiro, Anderson Gabriel Moreira Franco, 23, dentro do imóvel que o casal ocupava há cerca de cinco meses, no conjunto residencial Tenoné II, na alameda Park Verde, nº 13.

O próprio acusado se entregou à polícia na segunda-feira (10) à noite, acompanhado de dois advogados. Por ser réu primário, ele vai responder em liberdade. Familiares de Amanda não se conformam e pedem a prisão preventiva de Gabriel, com quem afirmam que a vítima tinha uma relação abusiva, inclusive com relatos de abuso sexual.

A mãe de Amanda, Maria Regina Pantoja dos Santos foi quem registrou o assassinato da filha na 8ª Seccional de Icoaraci, na manhã de segunda-feira. No Boletim de Ocorrência consta que o crime ocorreu por volta das 22h do domingo (9). Maria Regina relatou que recebeu a primeira ligação telefônica de Amanda às 20h59, com um pedido de socorro, dizendo que Anderson a teria agredido e a estava ameaçando com uma faca.

A mãe de Amanda chegou a ouvir quando o acusado gritou que iria matá-la: "Tu não vai sair daqui viva". Ainda durante a ligação, Maria Regina ouviu Amanda implorar para que Gabriel a deixasse ir para a casa da família. "Ela disse que ia chamar um aplicativo pra vir para casa e depois disso desligou o telefone", contou.

Alguns minutos após a ligação de Amanda, foi Gabriel quem ligou para Maria Regina dizendo que sua filha estava desmaiada após os dois terem travado uma luta corporal. O acusado desligou, mas voltou a telefonar e depois enviou seguidas mensagens.

Formado em enfermagem, Marcelo Ricardo dos Santos Silva, de 30 anos, irmão de Amanda, contou que tentou orientar Anderson sobre como socorrê-la, mas após algum tempo as mensagens enviadas via Whatsapp não foram mais visualizadas. A última ligação feita Gabriel já dava conta de que a tragédia havia se consumado: “Eu acabei de matar sua filha."

Depois de assumir ter matado a companheira, Gabriel enviou por mensagem o endereço da casa em que vivia com a vítima e do qual a família dela não tinha conhecimento. Amanda deixa três crianças pequenas de um relacionamento anterior e que, por sorte, estavam com o pai no domingo. Ela e Gabriel não chegaram a ter filhos, mas o companheiro já era pai de uma menina, que inclusive estava com eles no momento do crime.

Segundo o irmão de Amanda, o casal só estava junto há cerca de cinco meses. “Amanda era a caçula, minha irmã mais velha e eu nunca apoiamos o relacionamento dela com o Gabriel. Mas ela dizia que gostava dele. Minha mãe apoiava a Amanda por amor à filha. Foi minha mãe quem deu dinheiro para comprar os móveis da casa deles", contou.

“Eu estava com a minha mãe no domingo, quando ela recebeu um áudio do Gabriel dizendo que havia dado um tapa na cara da Amanda. Ele contou que comprou bebida e que ela estava alterada. Os dois teriam discutido porque, segundo ele, Amanda teria dito que queria ter um filho dele. Mas ele afirmou que era muito jovem ainda e não queria esse tipo de situação", relatou Marcelo. Gabriel disse que apenas tentou contê-la, segurando-a por trás, à altura do pescoço, mas Amanda desmaiou rapidamente. "Ele achava que tinha quebrado a traqueia dela’’.

O enfermeiro contou ainda que na segunda-feira pela manhã Gabriel voltou a ligar para a mãe de Amanda dizendo que estava arrependido e que iria se entregar. “Minha irmã sempre trabalhou com cosméticos, ela era autônoma e quem sustentava ele. Até onde sei, ele está desempregado. Na delegacia ele disse que é evangélico, mas foi ele quem comprou a bebida alcóolica, embora tenha dito que só a Amanda bebeu."   

O enterro de Amanda foi na manhã desta segunda-feira em Icoaraci. O crime está registrado na Delegacia de Homicídios (DH), sob a responsabilidade da delegada Maria Lúcia Costa dos Santos. “Minha mãe entrou em choque, agora que ela já está mais calma. A gente quer justiça. Ele matou minha irmã e está solto”, desabafou o irmão.

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