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58 presos são mortos durante confronto entre facções em rebelião no presídio de Altamira no Pará

Ao menos 16 presos foram decapitados e dezenas morreram asfixiados após foco de incêndio em parte da unidade prisional

Redação Integrada
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Detentos do Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRA), no sudeste do Pará, iniciaram um confronto por volta das 7 horas da manhã desta segunda-feira (29). O tumulto foi encerrado no final da manhã e, de acordo com boletim divulgado a noite pelo Gabinete de Gestão da Segurança Pública, 57 presos morreram, sendo 16 decapitados.

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Os custodiados também fizeram dois agentes penitenciários reféns, que foram libertados poucas horas após o ataque, e atearam fogo em uma sala da unidade carcerária, o que provocou a morte por asfixia de dezenas de presos. Imagens que circulam nas redes sociais desde as primeiras horas da manhã mostram presidiários mutilados e decapitados. 

Em um dos vídeos compartilhados nas redes sociais é possível contar seis cabeças jogadas no chão da casa de detenção. Um dos presos ainda "brinca" com uma cabeça como se fosse uma bola de futebol. 

As facções apontadas como responsáveis pelo ataque ao presídio foram identificadas como Comando Classe A (CCA), que é vinculado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e atua em Altamira, e o Comando Vermelho (CV), de atuação nacional. 

A Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) confirmou o confronto entre duas facções rivais. O estopim, segundo informações, foi quando os internos do bloco A invadiram outro anexo. 

Governador acionou o ministro da Justiça

Ao tomar conhecimento da situação, o governador Helder Barbalho entrou em contato, por telefone, com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e conseguiu a transferência imediata de 46 custodiados da Susipe, sendo que 10 deles foram encaminhados para presídios do regime federal, uma vez que foram identificados como líderes das facções criminosas. 

Representantes dos órgãos de Segurança Pública do Pará seguiram para Altamira, no sudoeste do Pará, no início da tarde, para acompanhar de perto as investigações. Fazem parte da comitiva os titulares da Susipe, Jarbas Vasconcelos; e da Segup, Ualame Machado; o comandante geral da Polícia Militar, coronel Dilson Júnior; e o delegado geral de Polícia Civil, Alberto Teixeira.

Facções são mantidas separadas

Em entrevista coletiva, a Susipe confirmou que as duas facções são mantidas separadas no CRRA. A facção vinculada ao PCC, CCA, invadiu o pavilhão onde ficam os membros do CV.

"Lá em Altamira há uma facção local chamada Comando Classe A, que divide o presídio com os integrantes do Comando Vermelho, e foram esses membros do CV que foram vítimas dessa prática por membros do CCA", disse Jarbas Vasconcelos. "Foi um ataque rápido e dirigido, com a finalidade de eliminar os rivais. Há um monitoramento preventivo constante, porém não tínhamos nenhum relatório de nossa inteligência reportando um ataque dessa magnitude de uma organização contra a outra. Essas refregas entre facções criminosas ocorrem no sistema prisional como um todo, e diariamente ficamos transferindo presos - líderes ou não - para outras unidades prisionais. Mas, neste caso, não tínhamos essa informação", concluiu.

O massacre em Altamira pode ser considerado o maior do ano em um único presídio e em número de mortos este ano no Brasil. Anteriormente, em Manaus (AM), houve um total de 55 mortos em dois dias de confronto em quatro casas penais diferentes, nos dias 25 e 26 de maio.

Barbárie repercute em veículos internacionais

A quantidade de mortos em um único presídio e no mesmo dia também chamou a atenção da imprensa internacional, na América Latina, Estados Unidos e Europa. Confira alguns destaques:

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