Uremia e Lacen vão assumir o Teste do Pezinho no Pará

Com a habilitação, os recursos do MS passarão a cair diretamente no Fundo Estadual de Saúde (FES) para manter os serviços realizados nas duas unidades

Redação Integrada com informações da Agência Pará

A Unidade de Referência Materno Infantil e Adolescente (Uremia) e o Laboratório Central do Estado (Lacen) serão as novas unidades habilitadas pelo Ministério da Saúde no Pará como Serviço de Referência do Programa de Triagem Neonatal (PTN), conhecido como Teste do Pezinho. O anúncio foi feito no último dia 12, após visita técnica aos dois espaços.

Com a habilitação, os recursos do MS passarão a cair diretamente no Fundo Estadual de Saúde (FES) para manter os serviços realizados pela Uremia e pelo Lacen, o que vai acontecer após publicação da portaria pelo Ministério, prevista até janeiro de 2020.

Laboratório

Até então a única Unidade de Referência era a Universidade do Estado do Pará (Uepa), embora os exames laboratoriais das amostras coletadas em todos os municípios paraenses, antes realizados apenas pelo Laboratório de Pesquisa e Apoio Diagnóstico (Lapad/Uepa), já viessem sendo feitos pelo Lacen desde novembro de 2017.

Para assumir essa atividade, o Lacen criou o Serviço Especializado de Triagem Neonatal, preparou o espaço físico e adquiriu equipamentos para instalar o laboratório que recebe, em média, 10 mil amostras por mês, o que representa 40 mil análises mensais, já que cada amostra de sangue coletada é submetida a quatro análises diferentes, custando aos cofres públicos um gasto equivalente a R$ 350 mil mensais.

A coleta da amostra é feita numa folha de papel filtro nas maternidades e unidades de saúde e encaminhada ao Lacen para que seja feito o exame laboratorial, cujo resultado sai em 20 dias. Quando o resultado do Teste do Pezinho apresenta alguma alteração é solicitada uma segunda amostra ao município, para comprovação. Se der normal, o resultado é liberado. Mas caso a alteração permaneça, os responsáveis pela criança são informados, e a criança é encaminhada para o tratamento no Serviço de Referência de Triagem Neonatal da Uepa, que já está em fase de transição para a Uremia.

A equipe do Lacen também atua, junto com a Coordenação Estadual de Saúde da Criança, na capacitação de profissionais dos municípios, realizando eventos por região com o apoio dos Centros Regionais de Saúde.

Paula Zamaro e Jakeline Nunes também ficaram satisfeitas com a estrutura do Serviço Especializado de Triagem Neonatal do Lacen-PA. “Está tudo extremamente organizado, tudo funcionando de acordo com o que preconiza a portaria e o Manuais de Triagem Neonatal”, disse Paula.

Para o diretor do Lacen, Alberto Júnior, o grande ganho para o governo do Estado é que, agora, o próprio Laboratório estará gerenciando os recursos por meio do Fundo Estadual de Saúde. "Não vamos mais depender do Departamento de Regulação Municipal para repassar o recurso para a Uepa. Agora tudo estará dentro da Sespa, onde a gente consegue ter um envolvimento e um diálogo melhor. Essa era uma questão de saúde pública, a gente não poderia deixar essas crianças sem o diagnóstico, então foi autorizado um recurso específico, desde fevereiro de 2019, para manter o serviço”, explicou.

“É importante que a gente reforce para as mães e famílias que a coleta do teste do pezinho precisa acontecer entre o 3º e o 5º dia de vida criança, para que o diagnóstico e o tratamento das doenças congênitas e metabólicas sejam iniciados precocemente, que é o que vai evitar os danos que essas doenças podem causar às crianças”, explica a pediatra Ana Cristina Guzzo.

De acordo com Paula Zamaro, a coleta entre o 3º e 5º dia de vida do bebê, inclusive, será considerada um indicador de saúde e será monitorado pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES), que pertence o Programa Nacional de Triagem Neonatal.

Apesar de o Pará já estar habilitado na Fase IV do PTN, o Estado realiza, atualmente, somente a Fase III, que abrange análises para diagnóstico da Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Doenças Falciformes, outras Hemoglobinopatias e Fibrose Cística. “O diagnóstico da Deficiência da Biotinidase (DB) e da Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC), previstas com a fase IV, deverá ser implantado no primeiro semestre de 2020”. “Então, todas as crianças que forem diagnosticadas com uma dessas doenças terão o acompanhamento na Uremia, evitando todas as sequelas e dificuldades que podem advir de doenças como essas”, afirmou Ana Guzzo.

Saiba mais

O hipotireoidismo congênito é uma doença hereditária que impossibilita a glândula tireóide do recém-nascido de gerar o hormônio tireoidiano T4. Em crianças pequenas esse hormônio é fundamental, e a ausência dele diminui o metabolismo, impedindo o crescimento e o desenvolvimento físico e mental. A pessoa com fenilcetonúria nasce sem a capacidade de quebrar adequadamente moléculas do aminoácido fenilalanina. A doença prejudica a atividade da enzima que processa fenilalanina em tirosina.

A doença falciforme é caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia. Já a fibrose cística ou mucoviscidose se caracteriza pelo acúmulo de secreções mais densas e pegajosas nos pulmões, no trato digestivo e em outras áreas do corpo.

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