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Mês rosa lembra mulheres sobre a prevenção do câncer de mama

Campanha busca conscientizar sobre a importância de prevenir e diagnosticar casos da doença

Elisa Vaz

Em adesão ao movimento Outubro Rosa, que busca conscientizar sobre a importância de prevenir e diagnosticar casos de câncer de mama em mulheres, instituições públicas e privadas espalhadas por todo o Brasil adotam a cor rosa em suas fachadas durante o mês de outubro. Na capital paraense, é possível observar diversos prédios que iluminam sua sede em forma de apoio à campanha, que é celebrada desde a década de 1990.

Segundo dados divulgados pela Coordenação Estadual de Atenção Oncológica, ligada à Secretaria Estadual de Saúde do Pará (Sespa), o câncer de mama está em segundo lugar na lista dos que mais acometem mulheres no território paraense, perdendo apenas para o de colo de útero. Em números, o Estado registrou 627 casos de câncer de mama em 2017, 659 em 2018, e 250 em 2019 até o início do mês de outubro. Desse total, 47% atingiram mulheres entre 50 e 69 anos, seguido de 29% em quem possuía de 40 a 49 anos de idade.

Além disso, um estudo da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), entidade ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que, em Belém, devem surgir 360 casos até o fim deste ano. Até 2040, as incidências de câncer de mama vão atingir 29,4 milhões de pessoas, um crescimento de 63% nos próximos 20 anos, segundo o levantamento.

Divulgar esses números é uma forma de alertar as mulheres, na opinião da médica Rosângela Brandão, responsável pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Belém. De acordo com a especialista, o câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, na maioria dos casos, aumentando as chances de tratamento e cura da doença. “O diagnóstico precoce ainda é o maior aliado para o tratamento eficaz. Quando identificado cedo, pode ser tratado, impedindo que o tumor alcance outros órgãos”, explicou.

A melhor forma de diagnosticar a doença, segundo Brandão, é fazendo autoavaliações. Por exemplo, durante o banho ou em um momento de privacidade, é indicado que as mulheres tirem um tempo para massagear os seios, buscando nódulos. “O aparecimento de anomalias nas mamas de mulheres de qualquer idade deve ser investigado por meio de exames. A mamografia de rastreamento de câncer de mama é capaz de identificar, e deve ser feita regularmente, a cada ano, por mulheres a partir dos 50 anos. As que têm menos idade também podem fazer, especialmente se houver caso na família”, comentou.

Na avaliação de Brandão, o mais importante é que as ações de saúde favoreçam o diagnóstico precoce da doença, que ainda é a forma mais eficaz de reverter o quadro. Dessa forma, o próprio tratamento fica mais fácil e menos agressivo. Para evitar que os quadros evoluam, é ideal fazer a prevenção. Segundo Beltrão, nas Unidades Básicas de Saúde de Belém, a principal ação é a convocação de mulheres para entender como o câncer de mama surge. “As coisas mais importantes para manter um bom estado de saúde são a prática de exercícios físicos e a alimentação, que deve ser natural. Qualquer coisa que tenha muitos componentes industrializados contribui para o desencadeamento do câncer”, disse. Qualquer mulher pode ir até as Unidades fazer exames.

Paciente superou o câncer com autoestima

Outra causa para o surgimento de câncer é o excesso de hormônios. Foi o caso de Ana Cecília Lassance, de 53 anos, que descobriu o câncer de mama em 2015, aos 49, após um exame de rotina. Segundo a analista judiciária, que precisou se aposentar com o diagnóstico da doença, era comum frequentar médicos após o seu aniversário, para ver como estava a saúde, por conta da idade. Após um desses exames, Lassance se deparou com o diagnóstico positivo para a doença.

“Quando fiz a mamografia, foi detectado um nódulo, e passei pelo processo da biopsia para ter certeza se era câncer mesmo. Lembro que o resultado não demorou muito e, assim que soube, retornei com o meu médico para fazer o rastreamento, ver se havia se espalhado. O tumor era bem pequeno, mas em uma localização difícil. Fiz logo a cirurgia para retirar e, depois de um mês, parti para o tratamento oncológico”, contou Ana.

No total, a paciente passou por quatro quimioterapias vermelhas, a mais agressiva, 12 quimioterapias brancas, que são mais leves, e 30 sessões de radioterapia, todas em um intervalo de seis meses. “A primeira parte do tratamento era feita de três em três semanas e foi a época mais difícil, que tive queda de cabelo. Mas encontrei uma força que não sabia de onde vinha”.

Segundo Lassance, a prioridade no momento do diagnóstico foi fazer um tratamento imediato. Ela sabia que suas chances eram muito maiores se começasse a se tratar logo após o resultado dos exames. Hoje, com o fim do processo, Ana ainda continua tomando medicamentos – um deles ela vai precisar ingerir durante dez anos –, mas se sente melhor. Continua fazendo acompanhamento médico periódico, a cada três meses, e a única sequela é a dor nas articulações. “Um dos remédios é um anti-hormônio, já que o câncer que eu tive foi causado por excesso de hormônios que tomei durante a vida, e o outro é uma reposição de cálcio”, disse.

Para ela, a maior fonte de apoio foi a família e os amigos. Ana acredita que, em momentos como esse, é importante conversar sobre o assunto com pessoas próximas e ter confiança de que vai ficar curado. “Minha autoestima sempre foi lá em cima, nem usei peruca durante o tratamento. Meu médico dizia que esse foi o motivo de 50% da minha recuperação. Mas quem não tem essa confiança precisa buscar ajuda”.

Governo estimula ações de conscientização

Com a finalidade de compartilhar informações sobre o câncer de mama, o governo do Estado promove ações que proporcionam maior acesso aos serviços de diagnóstico. Lançada no início deste mês pela Sespa, a campanha Outubro Rosa deste ano traz o tema “Autocuidado: todos juntos na conscientização do câncer de mama”.

Na avaliação do secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, o principal passo para se combater o câncer de mama é a informação, ou seja, alertar sobre a necessidade de fazer a mamografia com frequência. “É um exame de rastreio e a campanha tem o papel de disseminar informações sobre sua importância”, explicou o titular da Sespa. De acordo com informações da secretaria, o Pará possui capacidade para realizar até 350 mil mamografias ao ano, destacando-se o aumento de 10% na realização de mamografias de rastreamento em mulheres de 50 a 69 anos de idade, já que foram realizadas 16.035 de janeiro a junho de 2019, contra 15.643, no mesmo período de 2018.

Projeto da UFPA atua na recuperação de pacientes

Reabilitar mulheres que têm sequelas após a mastectomia – retirada das mamas – é o maior objetivo do projeto de extensão da faculdade de Fisioterapia e Terapia ocupacional (FFTO) da Universidade Federal do Pará (UFPA), que oferece atendimentos na área. A assistência é feita duas vezes por semana e, atualmente, tem nove pacientes – no total, cerca de 40 mulheres já receberam os serviços.

Conforme explicou a coordenadora da equipe, Raíssa Pimentel, as pacientes fazem, inicialmente, 10 sessões e são reavaliadas. Se houver necessidade, realizam mais 10. “Os atendimentos contribuem para autoestima das mulheres que tiraram a mama, além de incentivar que elas retornem às atividades diárias, aumentar a qualidade de vida e reduzir a dor”, disse.

Grupo Liberal promove debate sobre prevenção

Em apoio à campanha Outubro Rosa, o Grupo Liberal, por meio do Departamento de Recursos Humanos, vai realizar uma ação de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico do câncer de mama. Será realizada uma palestra, no dia 24 de outubro, às 15h, no auditório do Jornal O Liberal. Quem vai ministrar a palestra, que tem parceria da Universidade do Estado do Pará (Uepa), é a médica Valéria Pantoja, especializada em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia.

Segundo a gerente de Recursos Humanos, Vera Vizeu Amorim, a maior importância é estimular o cuidado com a saúde e a prevenção da doença. “É interessante que os colaboradores saibam mais sobre o câncer de mama. Homens também podem participar, para falar sobre esse assunto com amigas e familiares que não tiveram acesso a nenhuma ação de conscientização. Temos que valorizar nossos funcionários e alertar sobre esses temas, prezando pela qualidade de vida. Com a rotina de trabalho, acabamos esquecendo a saúde”, comentou.

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