Raiva humana e malária avançam no Marajó

Região é considerada propícia ao aparecimento dessas doenças

O Liberal
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O Arquipélago do Marajó, que fica ao norte do Pará, a 90 quilômetros da capital do estado, Belém, tem 600 mil habitantes e 16 municípios e é região com características propícias a doenças epidemiológicas, como a raiva humana e a malária. Em Melgaço, na região do rio Laguna, a 70 km da sede do município, há um surto de raiva humana provocada por morcegos hematófagos. Foram confirmados sete dos 14 casos notificados. Seis pessoas morreram e uma permanece internada em estado grave. Já nos casos de malária, a ilha do Marajó concentra 86% dos casos no Pará este ano. A doença, considerada endêmica na região, disparou em Bagre, onde de janeiro a abril de 2016, houve 211 casos. E, de janeiro a abril deste ano, 2.524 ocorrências ainda sem morte. 

Segundo o diretor do Departamento de Controle de Endemias da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Bernardo Cardoso, técnicos da Sespa permanecem até o início de julho, com o trabalho de investigação e prevenção à raiva humana no município de Melgaço. A equipe está composta por profissionais do Departamento Estadual de Endemias e de Vigilância em Saúde da Sespa, além de profissionais da Coordenação Estadual de Zoonoses do 8º Centro Regional de Saúde (CRS).

Até o momento foram vacinadas aproximadamente 2.500 pessoas na localidade ao longo do rio Laguna, a 70 km da sede de Melgaço. No total, 5.400 doses de vacinas foram encaminhadas e entregues 700 mosquiteiros para a proteção dessa população. “Vamos passar dois meses lá e, nos próximos 30 dias, vamos vacinar quem estiver mordido pelo morcego”, disse Cardoso. 

Entre as ações realizadas estão a investigação epidemiológica, visita técnica nas residências e o controle da raiva animal, com a captura seletiva de morcegos. “Fazemos o controle de animais nas colônias. Temos quatro das oito comunidades que tinham muita mordida e já não têm mais”, disse. Também é feita a pesquisa do vírus rábico em animais e a busca ativa de casos animais. Mais de 300 cães receberam a vacina e cerca de 90 gatos também foram vacinados.

O coordenador informou que sete casos de raiva humana foram confirmados laboratorialmente pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) e pelo Instituto Pasteur (sediado em São Paulo), entre os 14 notificados com a doença em Melgaço. Dessas sete pessoas com diagnóstico confirmado, seis morreram e uma permanece internada em estado grave - no Hospital Regional de Breves, no Marajó. 

O paciente tem quadro semelhante aos demais, como febre, dispneia, cefaleia, dor abdominal e sinais neurológicos - paralisia flácida ascendente, convulsão, disfagia (dificuldade de deglutir), desorientação, hidrofobia e hiperacusia (sensibilidade a sons, principalmente agudos). No total dos notificados, 11 pessoas foram a óbito. Em casos de sintomas e suspeita da doença em qualquer lugar do Pará, ligue para a Coordenação Estadual de Zoonoses: 91 - 4006 4825. 


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