CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Prisões por facções em 2025 já equivalem a quase 79% do total registrado em todo o ano passado

Ao longo dos últimos dois anos, a DRFC esteve à frente de 47 operações e de 277 prisões relacionadas ao crime organizado

Vito Gemaque

Em apenas cinco meses, a Delegacia de Repressão a Facções Criminosas (DRFC) da Polícia Civil do Pará já realizou 122 prisões relacionadas a facções criminosas, o que representa quase 79% do total de prisões efetuadas durante todo o ano de 2024, quando foram registradas 155 detenções. O número reforça o avanço das investigações no estado e teve como destaque a Operação Parabellum, deflagrada em fevereiro, que resultou em 13 prisões e na apreensão de drogas, celulares e documentos em três estados.

O combate às organizações criminosas tem sido um dos focos da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). No combate às facções criminosas, o Estado do Pará tenta expandir e melhorar a estrutura das forças de segurança com ações contra as organizações, que atuam desde o tráfico internacional de drogas à extorsão de comerciantes e à população nas periferias da Região Metropolitana de Belém (RMB).

VEJA MAIS

image Responsável por centro de reabilitação é assassinado dentro da instituição em Altamira
Diogo Caldas havia sido preso dias antes, suspeito de envolvimento em homicídio ligado a disputa entre facções

image Ataques a ônibus em SP: Polícia descarta ação de facções e identifica adolescentes envolvidos
De acordo com os investigadores, já foram registrados 180 ataques de depredação contra o transporte coletivo, 60% deles na zona sul. Já as empresas de ônibus contabilizaram 235 ataques

Como um duro golpe nos criminosos, o Estado deve superar o recorde de apreensão de drogas neste ano, ultrapassando 15 toneladas, conforme estima a Segup. Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, o secretário de Segurança, Ualame Machado, também destacou a redução de mais de 59% em crimes violentos, na comparação de diferentes períodos, o fim de roubos a bancos no interior e o aumento da apreensão de celulares roubados.

Ao longo dos últimos dois anos, a DRFC esteve à frente de 47 operações e de 277 prisões relacionadas ao crime organizado. Em 2024, foram 31 operações e, até maio de 2025, outras 16 já haviam sido realizadas, com 122 prisões. A Operação Parabellum, deflagrada nos dias 20 e 21 de fevereiro, contou com o apoio das Polícias Civis de Santa Catarina e Goiás, e teve como foco o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão em três estados.

O secretário Ualame Machado ressaltou que a cooperação entre diferentes estados tem sido essencial para atingir alvos estratégicos. “O Estado do Pará tem se destacado como um dos Estados do Brasil que mais encaminha policiais e faz operações em outros Estados. Por várias vezes já fizemos operações no Rio de Janeiro, com subida no morro junto com as tropas do Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas, Pernambuco. Em vários Estados conseguimos atingir aqueles que realmente organizam o crime de forma mais coordenada”, apontou.

Além da repressão terrestre, a vigilância nas rotas fluviais se tornou um dos principais pilares da política de segurança pública. Desde 2018, as apreensões de drogas nos rios cresceram de três para 13 toneladas em 2024. Até junho de 2025, 10 toneladas já haviam sido apreendidas. “Isso leva a crer que até o final de 2025, vamos bater o recorde histórico do ano passado”, apontou o secretário.

Para isso, a frota de embarcações mais que dobrou: passou de 32 em 2018 para 86 em 2025, incluindo seis lanchas blindadas. As bases fluviais Candiru (em Óbidos) e Antônio Lemos (no Marajó) têm atuado com protagonismo no bloqueio de rotas do tráfico. Até o fim deste ano, será inaugurada a Base Rio Tocantins, entre Abaetetuba e Barcarena, no furo do Capim, com o objetivo de ampliar a fiscalização próxima ao porto de Vila do Conde. “Entregando essas três bases, a gente consegue fechar uma estratégia fluvial muito bem montada”, afirmou. Outra base também está prevista para o Rio Tocantins, na região do Pedral do Lourenço.

O planejamento do governo é garantir que os 102 municípios com malha hidroviária estejam equipados com embarcações até o fim de 2025. “Ualame quer que até o final deste ano todos os municípios com malha hidroviária contem com embarcações”, informa a Segup.

No combate ao roubo de celulares, o Estado lançou o programa IMEIguard, ferramenta que já permitiu localizar mais de 2 mil aparelhos roubados e devolvê-los aos seus proprietários. O tráfico de drogas, segundo o governo, tem forte relação com crimes como homicídios e furtos.

A política de repressão aos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI) também tem apresentado resultados expressivos. Junho de 2025 foi o melhor mês desde 2010, com mais de 1.200 vidas preservadas. Comparando os primeiros semestres dos últimos sete anos, a redução foi de 59,50% em relação a 2018 — o que significa 1.281 vidas salvas.

“É bom lembrar para ver onde a gente chegou. Tínhamos de roubo a banco, a cada 15 dias, modalidade do novo cangaço, em que a população inteira ficava refém. Estamos há quase dois anos sem nenhum tipo de situação. Há cinco anos tivemos três casos. Nós tínhamos 20 casos por ano. Ou seja, a cada 15 dias tínhamos um assalto nesta modalidade. Assalto a carro-forte não há mais de três anos. O ‘carro prata’, as chacinas em série, com cinco ou seis homicídios em uma situação só era corriqueiro de se ver em Belém, ou em vários pontos do Estado. Hoje a população não vê. Saímos de 4 mil homicídios em 2018 para 1.890 em 2024”, destacou.

A meta é reduzir a taxa de homicídios para 16 mortes por 100 mil habitantes. Em 2024, essa taxa já havia caído para 25, abaixo das 54 por 100 mil registradas em 2018.

Outro foco das investigações tem sido o enfrentamento à chamada “taxa do crime”, cobrada por facções em bairros da periferia de Belém. Informações da polícia apontam que os valores extorquidos são enviados a integrantes da facção no Rio de Janeiro. “Podemos afirmar que as lideranças maiores dessa organização criminosa não estão no Pará. Os que estão aqui são apenas executores, muitas vezes nem faccionados são. Eles devem para o tráfico de drogas, e têm alguma dívida, sendo obrigados a chantagear ou depredar algum patrimônio”, afirmou. “As organizações criminosas hoje não trabalham apenas com o tráfico de drogas. Muito da renda hoje das organizações é disso”, aponta. Ualame reforça a necessidade de chegar aos mandantes das ordens de extorsão, que estariam no Sudeste. “Eu digo para você: se conseguirmos controlar o Rio de Janeiro, a gente consegue controlar o Brasil no termo dessa organização específica”, destacou.

No período eleitoral, investigações também identificaram ações de criminosos contra candidatos e eleitores. Segundo a Segup, os mesmos indivíduos envolvidos em extorsões também atuaram nas ameaças políticas. “A gente tem se organizado pelo Brasil como um todo para realizar ações, principalmente no Rio de Janeiro. A gente tem que fazer operações e se articulado para fazer isso. Temos um pouco mais de um ano para eleição e esperamos que até lá essa ação coordenada já terá ocorrido. Se essa ação coordenada ocorrer, acaba não só com as ameaças aos comerciantes, mas as ameaças a candidatos”, assegurou.

Em apenas cinco meses, a Delegacia de Repressão a Facções Criminosas (DRFC) da Polícia Civil do Pará já realizou 122 prisões relacionadas a facções criminosas, o que representa quase 79% do total de prisões efetuadas durante todo o ano de 2024, quando foram registradas 155 detenções. O número reforça o avanço das investigações no estado e teve como destaque a Operação Parabellum, deflagrada em fevereiro, que resultou em 13 prisões e na apreensão de drogas, celulares e documentos em três estados.

O combate às organizações criminosas tem sido um dos focos da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). No combate às facções criminosas, o Estado do Pará tenta expandir e melhorar a estrutura das forças de segurança com ações contra as organizações, que atuam desde o tráfico internacional de drogas à extorsão de comerciantes e à população nas periferias da Região Metropolitana de Belém (RMB).

Como um duro golpe nos criminosos, o Estado deve superar o recorde de apreensão de drogas neste ano, ultrapassando 15 toneladas, conforme estima a Segup. Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, o secretário de Segurança, Ualame Machado, também destacou a redução de mais de 59% em crimes violentos, na comparação de diferentes períodos, o fim de roubos a bancos no interior e o aumento da apreensão de celulares roubados.

Ao longo dos últimos dois anos, a DRFC esteve à frente de 47 operações e de 277 prisões relacionadas ao crime organizado. Em 2024, foram 31 operações e, até maio de 2025, outras 16 já haviam sido realizadas, com 122 prisões. A Operação Parabellum, deflagrada nos dias 20 e 21 de fevereiro, contou com o apoio das Polícias Civis de Santa Catarina e Goiás, e teve como foco o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão em três estados.

O secretário Ualame Machado ressaltou que a cooperação entre diferentes estados tem sido essencial para atingir alvos estratégicos. “O Estado do Pará tem se destacado como um dos Estados do Brasil que mais encaminha policiais e faz operações em outros Estados. Por várias vezes já fizemos operações no Rio de Janeiro, com subida no morro junto com as tropas do Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas, Pernambuco. Em vários Estados conseguimos atingir aqueles que realmente organizam o crime de forma mais coordenada”, apontou.

Além da repressão terrestre, a vigilância nas rotas fluviais se tornou um dos principais pilares da política de segurança pública. Desde 2018, as apreensões de drogas nos rios cresceram de três para 13 toneladas em 2024. Até junho de 2025, 10 toneladas já haviam sido apreendidas. “Isso leva a crer que até o final de 2025, vamos bater o recorde histórico do ano passado”, apontou o secretário.

Para isso, a frota de embarcações mais que dobrou: passou de 32 em 2018 para 86 em 2025, incluindo seis lanchas blindadas. As bases fluviais Candiru (em Óbidos) e Antônio Lemos (no Marajó) têm atuado com protagonismo no bloqueio de rotas do tráfico. Até o fim deste ano, será inaugurada a Base Rio Tocantins, entre Abaetetuba e Barcarena, no furo do Capim, com o objetivo de ampliar a fiscalização próxima ao porto de Vila do Conde. “Entregando essas três bases, a gente consegue fechar uma estratégia fluvial muito bem montada”, afirmou. Outra base também está prevista para o Rio Tocantins, na região do Pedral do Lourenço.

O planejamento do governo é garantir que os 102 municípios com malha hidroviária estejam equipados com embarcações até o fim de 2025. “Ualame quer que até o final deste ano todos os municípios com malha hidroviária contem com embarcações”, informa a Segup.

No combate ao roubo de celulares, o Estado lançou o programa IMEIguard, ferramenta que já permitiu localizar mais de 2 mil aparelhos roubados e devolvê-los aos seus proprietários. O tráfico de drogas, segundo o governo, tem forte relação com crimes como homicídios e furtos.

A política de repressão aos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI) também tem apresentado resultados expressivos. Junho de 2025 foi o melhor mês desde 2010, com mais de 1.200 vidas preservadas. Comparando os primeiros semestres dos últimos sete anos, a redução foi de 59,50% em relação a 2018 — o que significa 1.281 vidas salvas.

“É bom lembrar para ver onde a gente chegou. Tínhamos de roubo a banco, a cada 15 dias, modalidade do novo cangaço, em que a população inteira ficava refém. Estamos há quase dois anos sem nenhum tipo de situação. Há cinco anos tivemos três casos. Nós tínhamos 20 casos por ano. Ou seja, a cada 15 dias tínhamos um assalto nesta modalidade. Assalto a carro-forte não há mais de três anos. O ‘carro prata’, as chacinas em série, com cinco ou seis homicídios em uma situação só era corriqueiro de se ver em Belém, ou em vários pontos do Estado. Hoje a população não vê. Saímos de 4 mil homicídios em 2018 para 1.890 em 2024”, destacou.

A meta é reduzir a taxa de homicídios para 16 mortes por 100 mil habitantes. Em 2024, essa taxa já havia caído para 25, abaixo das 54 por 100 mil registradas em 2018.

Outro foco das investigações tem sido o enfrentamento à chamada “taxa do crime”, cobrada por facções em bairros da periferia de Belém. Informações da polícia apontam que os valores extorquidos são enviados a integrantes da facção no Rio de Janeiro. “Podemos afirmar que as lideranças maiores dessa organização criminosa não estão no Pará. Os que estão aqui são apenas executores, muitas vezes nem faccionados são. Eles devem para o tráfico de drogas, e têm alguma dívida, sendo obrigados a chantagear ou depredar algum patrimônio”, afirmou. “As organizações criminosas hoje não trabalham apenas com o tráfico de drogas. Muito da renda hoje das organizações é disso”, aponta. Ualame reforça a necessidade de chegar aos mandantes das ordens de extorsão, que estariam no Sudeste. “Eu digo para você: se conseguirmos controlar o Rio de Janeiro, a gente consegue controlar o Brasil no termo dessa organização específica”, destacou.

No período eleitoral, investigações também identificaram ações de criminosos contra candidatos e eleitores. Segundo a Segup, os mesmos indivíduos envolvidos em extorsões também atuaram nas ameaças políticas. “A gente tem se organizado pelo Brasil como um todo para realizar ações, principalmente no Rio de Janeiro. A gente tem que fazer operações e se articulado para fazer isso. Temos um pouco mais de um ano para eleição e esperamos que até lá essa ação coordenada já terá ocorrido. Se essa ação coordenada ocorrer, acaba não só com as ameaças aos comerciantes, mas as ameaças a candidatos”, assegurou.

Combate às facções criminosas no Pará; veja os dados:

Prisão de faccionados

• 2024: 155 prisões pela DRFC

• 2025 (até maio): 122 prisões

• Destaque: Operação Parabellum (fev/2025)

▸ 13 prisões

▸ Apreensões em 3 estados

Operações policiais

• 2024: 31 operações

• 2025 (até maio): 16 operações

• 2014–2025: 47 operações e 277 prisões

Apreensão de drogas (rotas fluviais)

• 2018: 3 toneladas

• 2023: 10 toneladas

• 2024: 13 toneladas

• 2025 (até junho): 10 toneladas

Meta 2025: superar 15 toneladas

Frota de embarcações

• 2018: 32 embarcações

• 2025: 86 embarcações

▸ Inclui 6 lanchas blindadas

▸ Bases fluviais em operação:

• Candiru (Óbidos)

• Antônio Lemos (Marajó)

• Prevista: Base Rio Tocantins (Barcarena)

Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI)

• Redução de 59,5% (1º semestre 2025 x 1º semestre 2018)

▸ 1.281 vidas preservadas

• 2018: 4.000 homicídios

• 2024: 1.890 homicídios

• Meta:

▸ 16 mortes por 100 mil habitantes

▸ (2024: 25 / 2018: 54)

Tecnologia no combate

• Programa IMEIguard

▸ +2.000 celulares recuperados e devolvidos

“Taxa do crime”

• Facções extorquem moradores na periferia de Belém

• Dinheiro enviado para o Rio de Janeiro

• Polícia mira os mandantes fora do estado

Coação eleitoral

• Facções investigadas por ameaças a candidatos e eleitores

• Prisões já foram realizadas

• Expectativa de ação nacional coordenada antes da eleição

Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞
Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ