Pará tem mais de 500 mil recuperados da covid-19 lidando com sequelas na volta à rotina

Diante de uma pandemia que ceifou 500 mil vidas no país, celebrar o fato de sobreviver a uma doença tão grave é também momento de cuidado e reflexão

Caio Oliveira
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Na última semana, o Governo do Pará divulgou que o Estado havia alcançado a marca de 500 mil recuperados da Covid-19, em número oficiais. Segundo os dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), até as 18h do dia 21 de junho, o Pará tinha 507.494 pessoas que estavam livres da infecção pelo coronavírus, em um universo de 543.964 casos confirmados desde o começo da pandemia e 15.245 mortes. Apesar da alta da internação ser uma vitória, muitos que sobrevivem à infecção travam outra batalha: a recuperação das sequelas deixadas pela doença.

“A gente tem observado que, assim como a evolução diferente da covid em cada pessoa, também há recuperações com variações”, relata Adriana de Sá, docente e diretora acadêmica do curso de Enfermagem da Unama. “Enquanto há pessoas que não têm nenhum tipo de sequela, encontramos também pessoas que relatam sintomatologias consideradas mais simples, mas que afetam sua vida diária, como pessoas que não recuperaram totalmente seu paladar e olfato, e isso diminui até mesmo o apetite. Há também pessoas que relatam queda de cabelo, fios finos e quebradiços. Também temos uma grande parcela de pessoas que ficaram com alterações de natureza neurológica, realizando fisioterapia respiratória e neuromotora até hoje”, conta a professora, que acompanha o desenvolvimento e recuperação dos casos de covid-19.

 

 

A especialista destaca que essas alterações no sistema nervoso e respiratório são as que inspiram mais cuidados, mas o fato da doença ser nova faz com que muitas outras complicações sejam observadas. “Ainda não está totalmente esclarecido como esse quadro inflamatório sistêmico causa em algumas fases e indivíduos, culminando muitas vezes, em alterações de natureza cardiovascular. Tem pessoas que sofreram infarto devido a esses acidentes tromboembólicos, além de acidente vascular encefálico, que leva a uma recuperação com mais sequelas, principalmente, de natureza neuromuscular”, destaca a especialista.

A dona de casa Rosa Amélia, de 60 anos, precisou ser internada no final do ano passado, mesmo após ter sido infectada pelo vírus meses antes. “Na primeira vez que tive covid, em maio do ano passado, não cheguei a me internar. Mas tive uma recaída no final do ano e me internei no Hangar durante três dias. Senti a garganta inflamada e muita dor no pulmão”, conta a paciente, que diz que ainda tenta se livrar do que a covid deixou para trás.

“Ainda tenho essas sequelas. Sinto muito canseira: não posso subir uma escada que fico com fadiga, e às vezes, tenho um pouco de falta de ar. Eu faço fisioterapia pela Unama, duas vezes na semana, de forma online. As dores no pulmão têm aliviado mais, e eu sentia muito princípio de falta de ar, e agora, está aliviando”, relata Rosa, feliz em ter conseguido esse suporte clínico e ter dito a chance de sobreviver a uma doença que já matou centenas de milhares no mundo todo.

Além de clínicas e instituições particulares, que têm programas gratuitos, os cuidados com os recuperados também são ofertados pelo Governo do Pará, por meio do programa Triagem Pós-Covid, com a realização de exames laboratoriais, atendimento clínico, e encaminhamento para outros serviços específicos, caso necessário. O agendamento pode ser feito através da central telefônica da Policlínica Metropolitana, unidade que realiza esses atendimentos, pelo (91) 98521-5110 ou pelo e-mail agendamento.polimetropolitana@issaa.org.br.

 

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