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Pará soma quase dois novos casos de câncer de mama por dia

Sespa abre campanha Outubro Rosa ressaltando necessidade de exames

Redação integrada de O Liberal
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Com incidência de quase dois novos casos de câncer de mama registrados a cada dia, segundo estatísticas dos últimos dois anos, o Pará precisa reverter o cenário do câncer de mama no Estado. A doença é apontada hoje como a segunda maior incidência entre cânceres identificados entre as mulheres paraenses, perdendo apenas para o câncer de colo do útero. De acordo com a Coordenação Estadual de Atenção Oncológica, o Pará registrou 627 casos de câncer de mama em 2017 (ou 1,7 caso para cada dia) e outros 659 (cerca de 1,8 caso novo por dia) em 2018. Apenas em 2019, já são 250 novos casos confirmados até o momento.

Desse total, 47% ocorreram em mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos, seguida de 29% em mulheres de 40 a 49 anos. Nesse contexto, o autocuidado é incentivado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), que lançou esta semana a campanha Outubro Rosa. As diretrizes foram tratadas em encontro na última quarta (2), no auditório do Instituto de Gestão Previdenciária do Pará (Igeprev). A oitava edição da campanha ressalta a importância do diagnóstico precoce com o tema "Autocuidado: Todos juntos na conscientização do Câncer de Mama".

O acesso a exames que ajudem a detectar o mal é um dos principais desafios dos Estados do Norte brasileiro. Segundo a Sespa, o Pará possui hoje capacidade para realizar até 350 mil mamografias ao ano. Em relação a 2018, o Pará diz que aumentou em 10% o número de mamografias de rastreamento em mulheres de 50 a 69 anos de idade. De janeiro a junho de 2019, foram realizadas 16.035 mamografias, contra 15.643 feitas no mesmo período de 2018. O exame deve ser feito por todas as mulheres pelo menos a cada dois anos.

"A mamografia é um exame de rastreio, e a campanha tem esse papel de disseminar informações sobre sua importância. Em outubro é mais intensificada com o movimento internacional em torno do tema, mas o debate deve ser feito mês a mês, dia a dia", reiterou o secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, durante a solenidade de abertura da campanha no Pará.

Segundo a Sespa, o principal passo no combate ao câncer de mama é o acesso à informação sobre a necessidade de que as mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer a mamografia ano sim, ano não.

Tratamento deve iniciar o quanto antes


A saúde pública paraense também ainda tem outra frente como desafio: precisa ampliar serviços para cumprir a Lei 12.732, que estabelece 60 dias no máximo entre o diagnóstico e o início do tratamento para pacientes com câncer. Para isso, a Sespa diz que vem atuando com as instituições do SUS (Sistema Único de Saúde) para reduzir, cada vez mais, esse tempo.

Em 2019, a maioria das mulheres iniciou o tratamento antes desse prazo. "Estamos agilizando a atenção desde o primeiro atendimento na unidade básica de saúde. Na UBS, a mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos pode ser solicitada pela enfermeira, e marcada de imediato. Se o exame apresentar alguma alteração, a paciente é logo encaminhada para o serviço de referência, a fim de fazer outros exames e biópsia, se for o caso", disse a coordenadora de Atenção Oncológica da Sespa, Patrícia Martins.

Acesso a atendimentos


"É essencial que setores da Atenção Primária estejam mais empenhados nesse debate, de treinar o agente comunitário de saúde a convencer a mulher naquela comunidade a superar preconceitos machistas e religiosos para fazer a mamografia", ressalta a promotora de Justiça de Saúde do Ministério Público do Pará, Suely Catete. "A campanha deve ter um papel de orientação e prevenção, pois o maior dano por não fazer esse exame regularmente é o aumento significativo do risco de morte, além do aumento da possibilidade de a mulher ter um câncer de mama avançado, com necessidade de cirurgias mais extensas, com mais riscos e radioterapia e quimioterapia mais agressivas".

A dona de casa Ediana Pinheiro de Matos, integrante do Grupo Unidas pela Vida, sentiu na pele os efeitos de um tratamento da doença em estágio avançado. Segundo ela, o susto inicial foi superado, e há três anos é paciente do Hospital Ophir Loyola, um dos quatro hospitais de assistência de alta complexidade em oncologia do Pará disponíveis para tratamento exclusivo de câncer.

"Por mais dois anos ainda terei medicação pra tomar, após ter passado por todas as fases de tratamento. Estou vencendo essa doença, e sigo engajada para estimular as outras 119 mulheres do grupo (Unidas pela Vida) a seguirem com o tratamento. É um desafio constante, que requer fé e também disciplina", disse Ediana Pinheiro, que relembrou o apoio das equipes da Coordenação de Atenção Oncológica da Sespa, da Unidade de Referência Materno-Infantil e Adolescente (Uremia) e do Hospital Ophir Loyola para o sucesso obtido no tratamento.

Para marcar o início da campanha Outubro Rosa, essa semana a Sespa assinou ainda um termo de doação de equipamentos e materiais técnicos adquiridos à Uremia. Eles servirão a reforço dos serviços de referência para diagnóstico e tratamento de lesões precursoras do câncer do colo de útero e diagnóstico de câncer de mama. O documento foi assinado pelo secretário Alberto Beltrame e pela diretora da Unidade, Graciete Ferreira.

Nesta quinta-feira (3), a unidade sedia o Seminário Técnico para Profissionais de Saúde, com palestras e mesas-redondas. Entre os temas estão debates sobre "Epidemiologia do Câncer de Mama", "Diagnóstico Precoce e Tratamento do Câncer de Mama", "Diretrizes Clínicas do Câncer de Mama/Inca e Diagnóstico de Imagem", "Integralidade do Cuidado no Câncer de Mama" e "Rede de Serviços, Regulação e Protocolos de Acesso de Média e Alta Complexidade".

A campanha também promove, nos dias 5, 19 e 26 de outubro, ações nos bairros Icuí-Laranjeira, em Ananindeua; Nova União e São Francisco, em Marituba, e Bengui, Cabanagem, Guamá, Jurunas e Terra Firme, em Belém. Além de oferta de exames clínicos de mama, haverá encaminhamentos de mulheres de 50 a 69 anos de idade para realizar mamografias. As áreas são as mesmas que já receberam as ações do Programa Territórios pela Paz (TerPaz), do governo do Estado (com informações da Agência Pará).

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