Pará lidera lista de estados que mais desmataram a Amazônia nos últimos 12 meses

Estado teve aumento de 62% na derrubada de área de floresta, diz monitoramento realizado pelo Imazon

Cleide Magalhães
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O Pará teve um aumento de 62% no desmatamento da Amazônia e lidera a lista dos estados responsáveis pela destruição da áea florestal na região durante os últimos 12 meses. Ao todo, foram  2.909 km² de floresta derrubados apenas em território paraense. Em seguida, está o Amazonas, com 1.131 km², e o Mato Grosso, com 971 km² desmatados, apontam os dados de estudo divulgado pelo  Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).   

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Dos dez municípios que mais desmataram a Amazônia, seis ficam no Pará. Altamira, no sudeste do estado, encabeça o ranking. Em um ano, foram destruídos 540 km² de floresta no município. São Félix do Xingu, também no Pará, e Lábrea, no Amazonas, ocupam o segundo e o terceiro lugar da lista.  

Avanço sobre a Amazônia cresceu 29%


Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (7) pelo Imazon. Ainda de acordo com o instituto, em um ano, a Amazônia perdeu 6.536 km² de floresta nativa, um aumento de 29% em comparação com o ano anterior.

A análise compreende os meses entre agosto de 2019 e julho de 2020, período classificado como calendário do desmatamento. Entre os meses analisados, março foi o que registrou o maior aumento na devastação da Amazônia. No último mês de julho, foram derrubados 1.147 km² de área verde. 

Terras indígenas


Os satélites registraram também alertas de desmatamento em Terras Indígenas (TI). A TI Apyterewa, localizada em São Félix do Xingu, sudeste do Pará, foi o principal alvo dos desmatadores. As TIs Cachoeira Seca do Iriri e Ituna/Itatá, ambas também no Pará, estão na lista das que mais perderam floresta dentro de seus territórios. 

A degradação da floresta também teve aumento nos últimos 12 meses. No total, foram detectados 4.417 km² de área degradada, 465% a mais do que o registrado no período anterior.

O Imazon cita que alguns exemplos de degradação são os incêndios florestais, que registraram recorde em agosto do ano passado. "Esses incêndios podem ser causados por queimadas controladas em áreas privadas para limpeza de pasto, por exemplo, mas que acabam atingindo a floresta e se alastrando. A extração seletiva de madeira para fins comerciais é outro exemplo de degradação".

Monitoramento por satélites


Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), desenvolvido pelo Imazon, é uma ferramenta que utiliza imagens de satélite para monitorar a floresta. Além do SAD, existem outras plataformas que vigiam a Amazônia: Deter, do Inpe, e o GLAD, da Universidade de Maryland.

Todas essas plataformas são importantes para a proteção do nosso patrimônio ambiental, pois garantem a vigilância da floresta e a emissão de alertas dos locais onde há registro de desmatamento. Os dados fornecidos ajudam a subsidiar os órgãos de controle ambiental a planejar operações de fiscalização e identificar desmatadores ilegais. 

O Sistema de Alerta de Desmatamento é uma ferramenta de monitoramento, baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo Imazon para reportar mensalmente o ritmo do desmatamento e da degradação florestal da Amazônia. Operando desde 2008, atualmente o SAD utiliza os satélites Landsat 7 (sensor ETM+), Landsat 8 (OLI), Sentinel 1A e 1B, e Sentinel 2A e 2b (MSI) com os quais é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare mesmo sob condição de nuvens. 

O Imazon é um instituto brasileira de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há 30 anos. Através do sofisticado Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há mais de uma década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento e degradação da Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas independentes e transparentes para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções significativas da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento sustentável.

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