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Pará está entre os sete estados com menores taxas de retransmissão pelo novo coronavírus

'Pará ainda não teve pico nos casos, mas para mortes parece que sim', afirma pesquisada feita pela PUC e FGV

Cleide Magalhães
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O Pará está entre os sete estados do País que apresentam dados que sugerem uma tendência de retração no percentual de contaminação na pandemia causada pelo novo coronavírus.  O indicativo faz parte dos dados produzidos pelo projeto Covid-19 Analytics, feito em parceria pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas). 

Para chegar a esse número, os pesquisadores consideram o Rt - resultado de variáveis que ajudam a calcular a taxa de retransmissão do coronavírus. Quando o Rt está abaixo de 1, significa que a média de pessoas contaminadas por um infectado está abaixo de uma, o que indica uma redução no ritmo da epidemia.

Além do Pará, com 0,90 Rt, os outros seis estados que apresentaram essa taxa são o Acre (0,91), Amazonas (0,90), Maranhão (0,91), Pernambuco (0,98), Roraima (0,92) e Tocantins (0,88). Além deles, o Rio de Janeiro (1,02) também ficou próximo desse índice - e vinha apresentando percentual abaixo de um nos dias anteriores, segundo levantou o site UOL. 

Pernambuco mantém recuo, Sergipe é alerta


De acordo com os dados, o caso de Pernambuco é o que mais chama atenção, com taxa de 0,98. O estado está há 19 dias com o Rt abaixo de 1 — o maior período já registrado até agora em um estado brasileiro. Já Sergipe tem o maior índice, com 1,98. 

Ainda segundo o portal, nesta quarta (17) o governo de Pernambuco anunciou mais um avanço de fase na reabertura econômica. Agora com inclusão de shoppings e igrejas para a região Metropolitana do Recife e sertão do estado — zona da mata e agreste ainda têm curvas ascendentes e não estão incluídas. 

O menor índice de retransmissão está no Amazonas, que registra 0,9 e vem registrando números cada vez mais reduzidos de casos, especialmente em Manaus. 

Tendência a diminuir casos ativos 


Segundo Gabriel Vasconcelos, pesquisador da Universidade da Califórnia e do Núcleo de Análise Estatística de Dados da PUC-Rio, os dados deixam claro que nos sete estados com Rt abaixo de um, incluindo o Pará, há tendência de diminuição dos casos ativos. 

"Se esse número se mantiver menor do que um é uma boa notícia. Em alguns lugares, como Amazonas e Pernambuco, os novos casos já perderam força há algumas semanas". Com isso, para o pesquisador, esses estados podem tratar de temas como reabertura com mais tranquilidade que os outros. "Mas precisam acompanhar de perto para ver as reações", pondera. 

Vasconcelos analisa outros estados que apresentam índices de melhora, como é o caso do Pará. "Rio de Janeiro e Pará ainda não tiveram pico nos casos, mas para mortes parece que sim. No Amapá e no Acre as mortes também caíram, mas menos em relação ao máximo observado no Rio e no Pará", afirma. 

Em termos nacionais, o pesquisador Gabriel Vasconcelos, explica que os índices variam muito, tornando o cenário heterogêneo entre as regiões. 

"São Paulo, por exemplo, foi o primeiro estado onde os números de casos e mortes começaram a subir. E, até hoje, ainda não dá para dizer se chegou ao máximo de mortes. Em outros estados parece que o pico de mortes já passou, e a duração da parte crítica da epidemia parece que vai ser menor", destaca. 

"Se esse número se mantiver menor do que um é boa notícia. Em alguns lugares, como Amazonas e Pernambuco, os novos casos já perderam força há semanas", dizem os pesquisadores. Com isso, esses estados, incluindo o Pará, podem tratar de temas como reabertura com mais tranquilidade que outros. "Mas precisam acompanhar de perto para ver as reações. Rio de Janeiro e Pará ainda não tiveram pico nos casos, mas para mortes parece que sim. No Amapá e no Acre as mortes também caíram, mas menos em relação ao máximo observado no Rio e no Pará"

Mortalidade vem caindo no País 


Ainda assim, o pesquisador afirma que os dados revelam que o país ainda não passou pela pior fase em termos de contaminação. "Para o Brasil como um todo, parece que ainda não estamos no pico de casos. O lado bom é que a taxa de mortalidade vem caindo. Já foi 7% e agora é 4,9%, e a tendência é de queda", frisa Vasconcelos. 

Um comportamento que chama a atenção do pesquisador é a variação entre áreas mais pobres e ricas do país — e só agora elas atingem patamares parecidos. "Os lugares mais ricos foram os primeiros a sentir a epidemia. Ela avançou devagar para o interior, e isso pode ter ajudado a não afogar os hospitais das capitais tanto quanto se a doença tivesse chegano país todo de uma vez", afirma o pesquisador ao portal UOL. 

O projeto Covid-19 Analytics   


O projeto foi criado por um grupo de professores da PUC-Rio construiu um modelo de previsão do número de casos e mortes de covid-19 no Brasil até duas semanas à frente como uma ferramenta de apoio ao gerenciamento da crise na saúde pelas autoridades responsáveis, assim como informar o público. Os professores são associados a diferentes departamentos, como Engenharias Elétrica e Industrial, e Economia.

Eles possuem artigos quantitativos em diversas áreas publicados em revistas internacionais de primeira linha, além de ampla experiência na construção e implementação prática de modelos preditivos para empresas de diversos setores através de seus laboratórios. 

O modelo, que é dirigido apenas por dados, estima uma relação entre o Brasil e países que foram afetados pela pandemia em um período anterior. O fato do Brasil estar “atrasado” em relação a esses países permite, com base nesta relação estimada, projetar a evolução do número de casos e mortes no curto-prazo. 

O uso da plataforma é complementar ao uso de modelos epidemiológicos, que são difíceis de disciplinar quantitativamente por se tratar de uma doença nova, cuja comunidade científica ainda possui pouco conhecimento.

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