Pará registra uma das piores taxas de matrícula entre os Estados

Dados divulgados ontem pelo Movimento Todos pela Educação mostram a situação real do Pará

Da Sucursal

O número de jovens de 15 a 17 anos cursando o ensino médio no Pará aumentou de 45,5% em 2012 para 58% em 2018. Apesar da elevação de quase 30% em seis anos, o Pará ainda possui uma das piores taxas líquidas de matrícula entre todos os Estados. A parcela só é maior que os resultados observados em Sergipe (48,6%), Alagoas (57,3%), Bahia (54,8%) e Rio Grande do Norte (55,3%). Em todo o País, a taxa passou de 61% para 68,7% - dez pontos percentuais que o total paraense. 

No mesmo período, o percentual de jovens cursando o ensino médio na Região Metropolitana de Belém (RMB) oscilou de 57,3% para 70,7% - quarta menor margem dentre as nove metrópoles do País. Os dados estão no Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019, divulgado ontem pelo Movimento Todos pela Educação em parceria com a Editora Moderna e traz dados organizados de acordo com as metas do Plano Nacional de Educação (PNE).
“É um avanço estatisticamente significante, mas um avanço ainda tímido. O modelo que temos acaba fazendo com que adolescentes e jovens saiam da escola e, mesmo os que frequentam a escola, não veem um ambiente atrativo para seguir e encaixar a ideia de escolarização do ensino médio nos seus projetos de vida”, disse o coordenador de projetos do Todos pela Educação, Caio Callegari.
A conclusão do ensino médio na idade adequada ainda é um desafio, como mostram os dados do relatório. Em 2018, apenas 50,6% dos jovens de 19 anos matriculados no Pará concluíram o ensino médio. Em 2012, 35,2% dos jovens de 19 anos haviam concluído essa etapa do ensino. São 13 pontos abaixo da marca nacional (63,6%) - era 51,7% em 2012 - e o quarto pior desempenho na comparação com as demais Unidades da Federação.
Para efeito de comparação, a Bahia surge em 2018 com o pior cenário (43,3%) e São Paulo, o melhor (78,3%). Dentre as RMs, Salvador (61,6%), Fortaleza (63,5%) e Belém (63,7%) possuem os índices mais baixos, enquanto Recife (77,6%) e São Paulo (81,5%), os maiores.
As desigualdades socioeconômicas e de raça têm peso no acesso ao ensino médio, como aponta o anuário. Em 2018, 75,3% dos jovens brancos de 15 a 17 anos estavam matriculados na etapa. Já entre os jovens negros da mesma faixa etária esse percentual era de 63,6%, uma diferença de quase 12 pontos percentuais.
O anuário mostra também as disparidades em relação à distribuição de recursos. Enquanto São Paulo recebe a maior média anual de recursos vinculados à educação por aluno, R$ 6,47 mil, o Pará, Piauí e Maranhão estão no outro extremo com R$ 3,70 mil, R$ 3,69 mil e R$ 3,42 mil por aluno ao ano, respectivamente.
“Boa parte das desigualdade educacionais está relacionada a desigualdade de financiamento tanto em relação a garantia de recursos mínimos quanto a gestão de recursos. Estamos dando menos recurso para quem tem que corrigir um passivo histórico de investimento em educação”, disse o coordenador de projetos do Todos pela Educação.

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