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Nos hospitais e na imunização, empatia move voluntários na pandemia da covid-19

Muitos deles possuem a capacidade de sempre se colocar no lugar do outro e celebraram a chegada das vacinas

Cleide Magalhães
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Em meio à pandemia de covid-19 — que desde 18 de março de 2020 resultou em mais de 14 mil mortes e mais de 530 mil casos da doença — algumas pessoas se dedicaram a ajudar. Seja nos hospitais, seja na atual campanha de imunização, o voluntariado foi uma marca de humanidade no trabalho de amenizar o sofrimento de tantas vítimas diretas e indiretas do coronavírus SARS-CoV-2. Por diversas razões, voluntários se solidarizaram, se envolveram e seguem lutando para ajudar a salvar vidas. Uma dessas motivações que se destaca é a capacidade que elas têm de sempre se colocar no lugar do outro: a empatia.

A enfermeira Marinalda Costa, 39 anos, atua como voluntária desde o começo da pandemia, durante dois dias na semana. Ela ressalta que o envolvimento dela é direto não só no trabalho, mas também de forma emocional junto às pessoas que lutam pela vida contra a covid-19.

“Sempre soube do meu dever como cidadã. E ser voluntária em um momento tão difícil, quando o medo toma conta e não sabemos a quem recorrer, é minha obrigação. Minha maior motivação é saber que cada pessoa vacinada tem uma chance maior de lutar contra esse vírus. Participar da luta contra a doença e, em especial da vacinação, é gratificante, pois tenho acesa a esperança de dias melhores para todos nós”, enfatiza a enfermeira, que nasceu em Campo Maior (PI) e também mora em Ananindeua.

Ainda hoje, para Marinalda, é difícil ver alguém lutando pela vida e não conseguir fazer nada. “Não é fácil perder ninguém para essa doença, cada cidadão se torna um amigo querido. A questão psicológica está mais voltada com nossa preocupação com as pessoas que deixamos em casa quando saímos para trabalhar. Eu não posso adoecer para não transmitir. Minha preocupação hoje ainda é essa, já que a vacina não protege 100% ninguém”, diz a enfermeira, que já foi infectada pelo vírus no trabalho.

“Minha empatia é a razão mais importante para eu gostar de ajudar as pessoas. Sempre me coloco no lugar dos outros e reconheço a humanidade em todos que cruzam meu caminho. Nada melhor que doar o tempo para as causas sociais e ser voluntário pode ajudar as portas se abrirem para minha vida profissional”, afirma a técnica de enfermagem Deydeane Soares, 34 anos. Ela ajuda, de forma espontânea, quase todos os dias, desde fevereiro de 2021, em um dos pontos mais movimentados em Belém para a vacinação contra a covid-19: a Aldeia Amazônica, na Pedreira.

“Decidi ser voluntário pela vontade de ajudar. O mais difícil para mim nessa pandemia é ouvir das pessoas o quanto é doloroso ter perdido seus entes queridos. E um dos momentos mais ruins é sempre quando começa a faltar leitos”, afirma o técnico de enfermagem Rodrigo de Cristo, 27 anos, que nasceu em Castanhal e mora em Ananindeua. Ele atua como voluntário na pandemia desde 12 de abril de 2021.

image Rodrigo de Cristo, técnico de enfermagem, relata que o mais difícil no voluntariado durante a pandemia tem sido ver as perdas e a falta de leitos (Akira Onuma / O Liberal)

Chegada da vacina foi inesquecível também para os profissionais

Contudo, na pandemia nem tudo é tristeza, pois ainda há momentos em que esses voluntários conseguem encontrar sorrisos nos rostos das pessoas. Um momento emblemático foi a chegada das vacinas contra a covid-19. Era um novo e imenso trabalho que seguia.

“O melhor momento foi quando comecei a ver os sorrisos estampados no rosto de cada pessoa que vacinei. Isso me marcou, porque a gente via a chegada da esperança na nossa vida e das pessoas”, lembra o técnico de enfermagem, que atua como voluntário de segunda a sábado.

O início da disponibilidade da vacina, embora ainda hoje ocorra de forma lenta no Brasil e no Pará, foi também inesquecível na memória da enfermeira. “O que mais me marcou foram os brilhos nos olhos, os choros, os sorrisos, e os pulinhos e as vibrações de alegrias e esperanças quando iniciou a vacinação contra a doença”, conta  Marinalda.

“O maior momento para mim é quando vacino as pessoas e elas são gratas. Meu coração se enche de alegria, porque muitas pessoas chegam até chorando já que perderam familiares, amigos e parentes para a doença. Isso me sensibiliza muito e por isso estou na campanha para ajudar”, relata a técnica de enfermagem Deydeane Soares.

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