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Na contramão do cenário mundial, Pará registra um suicídio a cada 25 horas

No ano passado foram registrados 331 casos de suicídios no Estado

Thiago Vilarins (Sucursal Brasília)
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Os casos de suicídio não param de crescer no Pará. No ano passado foram registradas 331 notificações no Estado, o que corresponde a média de uma pessoa tirando a própria vida a cada 25 horas. O número chega a ser 37,3% superior ao total de casos registrados um ano antes (237). Com essa elevação, a taxa geral padronizada de mortalidade subiu de 2,8 por 100 mil habitantes, em 2017, para 3,9, em 2018.

Na comparação com as ocorrências do começo dessa década, a elevação de pessoas que morrem nestas condições chega a cerca de 50%, segundo dados levantados pela Redação Integrada de O Liberal junto ao Ministério da Saúde e o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019.

A taxa de crescimento paraense segue na contramão dos índices globais. De acordo com relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na última terça-feira (10), Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, a taxa mundial sofreu uma ligeira queda de 9,8% entre 2010 e 2016. Ainda assim, os números são alarmantes, com cerca de 800 mil pessoas mortas dessa forma em todo o mundo - um suicídio a cada 40 segundos.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, de 2007 a 2016, 106.374 pessoas no Brasil tiraram a própria vida. No Pará, o recorte engloba o período de 2011 a 2016, com registro de 1.497 suicídios, número que supera, por exemplo, todas as mortes no Estado por malária, câncer de mama ou feminicídio neste mesmo período. Ainda de acordo com a pasta de Saúde, no último ano desse levantamento foram 275 óbitos por suicídio no Estado, sendo em sua maioria na população de cor parda (229) e com idades entre 20 e 29 anos (74).

Ainda em 2016, foram notificadas 40 tentativas de suicídio no Pará, sendo 31 casos em pessoas do sexo feminino e nove do sexo masculino. Esse levantamento confirma a alta incidência de jovens suicidas.

A OMS destaca que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos, ficando atrás apenas de acidentes de trânsito. Entre adolescentes de 15 a 19 anos, figura no terceiro lugar, atrás da violência interpessoal e dos acidentes de trânsito.

Saúde mental ainda é tabu no Brasil

Conforme o psiquiatra Higor Caldato, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), é preciso quebrar o tabu sobre saúde mental. “Depressão não é frescura, nem psiquiatra é médico de maluco. Quanto mais informados estivermos, mais conseguimos prevenir”, avalia, enfatizando, na sequência, que uma das partes do tratamento, a medicação é importante em determinados casos para equilibraras causas biológicas da depressão, como a falta de neurotransmissores.

Além da depressão e de outros fatores de risco, como transtornos de bipolaridade e esquizofrenia, a OMS salienta que situações traumáticas, como de abusos físico, emocional ou sexual, também podem desencadear reações de desespero. Em todos os casos, especialistas enfatizam a necessidade do apoio das pessoas ao redor. Suporte de amigos e familiares, além do acompanhamento profissional, são essenciais no tratamento da depressão.

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