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Médicos cubanos decidem permanecer no Pará

Revalida pode garantir uma nova oportunidade para aqueles que enfrentam a transição após a saída do Mais Médicos

Cleide Magalhães
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Quando precisou deixar o Programa Mais Médicos, em novembro de 2018, o cubano Eleorquis Dias, de 32 anos, que trabalhou dois anos em Bragança, no nordeste do Pará, resolveu permanecer em Belém, à espera da aprovação de edital ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), para continuar no Estado e atuar em sua área profissional.

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"Ainda ficaram muitos médicos como refugiados e agora devem pedir residência ao Brasil, porque como refugiados é mais difícil de conseguir trabalho", explicou. "Eu já tenho a permanência e estou na expectativa do Revalida pra conseguir atuar no Mais Médicos pelo menos por mais dois anos".

Enquanto isso, Eleorquis busca fazer cursos na área e se qualificar, aguardando alguma possibilidade de emprego. "Sem o Revalida não estou autorizado a trabalhar como médico, então procuro trabalho em outra coisa. Nesse tempo, me mantenho com a ajuda de familiares de Cuba. Resolvi permanecer e quero viver aqui no Pará, porque é um lugar em que adquiri uma esposa, consegui trabalho, as pessoas são acolhedoras, a cultura e o costume me fizeram simpatizar de um jeito que fui me acostumando e gostei desse povo", justificou. Ele também pensa em trazer para o Estado seu filho, de 5 anos, e a família, que estão em Cuba.

Outra médica cubana, de 35 anos, que permanece no Pará e também aguarda o Revalida, pediu para não ser identificada. Ela atuou no Mais Médicos por cinco anos. "Resolvi permanecer porque existe a possibilidade de trabalhar no Pará como médica em qualquer espaço público ou privado de qualquer município", explicou.

"Minha documentação está legalizada, mas aguardo pelo Revalida, que ainda depende de o governo publicar o edital, o que não ocorre desde 2017". Ela também escolheu ficar no Pará porque considera o Estado um lugar bom para viver. "Aqui é bom porque as pessoas são diferentes, são acolhedoras", elogiou. "Minha família está em Cuba e, se eu conseguir ficar como médica aqui, quero trazer minha família. Mas por enquanto está difícil conseguir outro emprego. Já tentei como balconista, atendente em lojas, mas aqui em Bragança está difícil. Só que ainda tenho esperança de que vou conseguir".

Ela divide a moradia com amigos brasileiros que conquistou quando ainda trabalhava no programa, em novembro de 2018. PRAZO No Pará, o Mais Médicos contava com 68% de médicos cubanos, segundo a Coordenação Estadual do Programa: eram 537 do total de 790. Com o fim da cooperação entre o Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o prazo previsto para deixarem o País era 25 de dezembro de 2018.

Pedido inicial de permanência pode ser de dois anos

No último dia 29 de julho, o governo federal liberou a permanência dos médicos cubanos que participaram do progama para fixarem residência no Brasil. A estimativa do governo é de que dois mil cubanos tenham ficado no país após o fim da cooperação, mas os ministérios da Saúde, Segurança e Justiça, o Itamaraty e a Polícia Federal, em Brasília (DF) e em Belém, não souberam precisar quantos deles permanecem no Estado. Ainda segundo o governo, caso os documentos estejam regulares, a autorização pode sair em cerca de um mês. 

Segundo portaria publicada no Diário Oficial da União, os médicos cubanos devem requerer residência no País junto a qualquer unidade da Polícia Federal, por dois anos, inicialmente. Ao solicitar autorização, no entanto, devem desistir do pedido de refúgio, caso já tenha sido formalizado. No ano passado, 2.749 cubanos solicitaram refúgio no País. Desde a publicação no DOU até a última quinta-feira (8), não havia pedido de residência de médico cubano na Delegacia de Migração da Polícia Federal em Belém.

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