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Indígenas Wai Wai cobram presença da Funai em território ameaçado

Segundo a comissão que se apresentou no MPF em busca de apoio, aeronaves sem identificação pousam na área e afugentam a população indígena

Camila Azevedo

Representantes indígenas da etnia Wai Wai, localizada ao longo dos rios Mapuera, Cachorro e Trombetas, estiveram presentes no Ministério Público do Pará (MPF), sediado em Belém, na manhã desta terça-feira (22). Entre os principais pedidos de apoio protocolados ao MPF está a volta, em caráter de urgência, da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o território. Segundo os indígenas, eles estão sem a presença da instituição desde 2007, o que tem gerado uma série de problemas.

As denúncias dos indígenas vão desde melhores condições de saúde e ensino até fiscalizações eficazes para evitar invasores, garantindo proteção da tribo e da população. De acordo com Walter Wai Wai, antropólogo e porta-voz da aldeia, eles se sentem constantemente ameaçados. Aeronaves sem identificação fazem pousos constantes nos arredores das terras e não justificam o que foram fazer na área. A suspeita dos indígenas é que sejam garimpeiros, madeireiros e grileiros fazendo reconhecimento da região. “Os aviões estranhos ameaçam nossa comunidade. Sentimos medo. Precisamos, sim, de apoio de indigenistas, do MPF. A Funai precisa voltar. Queremos melhorias”, destaca.

Além disso, o grupo pede condições de saúde e educação adequadas para seus filhos. “Queremos melhorar a educação indígena. Estamos falando abertamente que nossa preocupação é grande para preservação, fiscalização e proteção. Foi grande a luta para a demarcação do território. Não queremos que aconteça com a gente o que aconteceu no Vale do Javari”, diz Walter. 

O pedido foi recebido pelo procurador Felipe Palha, do MPF, que acatou as pautas apresentadas, as dividindo por temática para acompanhar e melhor dar encaminhamento. A instituição afirma estar do lado dos indígenas para a garantia dos direitos.

image Indígenas Wai Wai pedem apoio ao Ministério Público do Pará e cobram retorno da Funai ao território (Filipe Bispo/O Liberal)

A única forma de acesso que os indígenas têm à Funai é na instalação da fundação em Oriximiná, distante cinco dias da aldeia. A falta de equipamentos básicos para a manutenção da área, como lanchas e combustível, e o tamanho do território, fazem a situação ficar ainda mais delicada, uma vez que as outras localidades são de difícil acesso, isolando a tribo. 

O território da etnia alcança três unidades federativas: Pará, Amazonas e Roraima, contabilizando um total de 3,9 milhões de hectares. São 30 aldeias espalhadas no sítio de Oriximiná, oeste do estado, com cerca de 2.500 indígenas. As informações são dos Wai Wai.

O direito à educação, saúde e à terra é previsto na Constituição de 1988 e garante que os povos tenham seus costumes, tradições e interesses protegidos. 

A Redação Integrada de O Liberal solicitou posicionamento para a Funai sobre o abandono das terras Wai Wai e aguarda retorno.

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