Governo decreta estado de emergência devido à queda de ponte no Rio Moju

Estimativa do executivo estadual é de R$ 100 milhões em investimentos para reconstrução da ponte

Valéria Nascimento
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O governador Helder Barbalho, em entrevista coletiva no início da tarde deste sábado (6), anunciou a declaração de estado de emergência no Pará a fim de facilitar o fluxo de captação de recursos junto ao Governo do Estado, já que a medida dispensa a realização de licitações, o que acontece, por exemplo, em caso de acidentes graves. 

 

Ele estimou em R$ 100 milhões os recursos necessários para as ações de recuperação da ponte sobre o Rio Moju e demais providências que já estão sendo tomadas para contornar os transtornos gerados à população de Moju e dos demais municípios, como Barcarena, Abaetetuba, entre tantos outros, das regiões do Baixo Amazonas, Sul e Sudeste paraense que utilizam a Alça Viária. Até então não há confirmação de vítimas fatais. A previsão inicial é de que a obra de recuperação total da ponte dure um ano. 

Informações iniciais informavam que a balsa era de resposanvilidade da Biopalma, mas, por meio de nota enviada na tarde de hoje, a empresa informou que "o produto, cachos vazios de palma, foi vendido a um terceiro, a quem cabe a responsabilidade pela contratação dos serviços de retirada e transporte do produto da empresa".

Em síntese, Helder Barbalho disse que a maior preocupação até então é o trabalho de buscas a eventuais vítimas e a organização do transbordo das milhares de pessoas e veículos que acessam a Alça Viária, e já neste sábado, enfrentaram filas gigantescas e longa espera até conseguir a travessia em uma das balsas do porto do Arapari. Até então, foi aumentado de três para oito o número de balsas que fazem a travessia de veículos e pedestres no sentido Belém-Arapari (Moju), com fluxo contínuo, e informou que já determinou a prospecção de duas rampas que vão assegurar as travessias.

"O fato é que esse acidente interrompe a principal via de ligação entre diversas regiões do Estado, isso tem grande impacto social e também econômico'', acrescentou Helder Barbalho. 

Atualmente, cada balsa que faz a travessia Belém-Arapari tem capacidade para 60 veículos e 250 pessoas. O tempo de viagem depende da maré. Com ela seca, a travessia dura em média 1 hora e 20 minutos, com a maré cheia, 50 minutos. Os bilhetes são vendidos por tipo de veículo, variando entre R$ 37 e R$ 150.  

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Vítimas

O acidente foi testemunhado por um trabalhador que presta serviços para a balsa contratada pelo Executivo estadual, ainda em janeiro de 2019, quando o Estado tomou medidas emergenciais na ponte em razão de problemas de corrosão e desgaste em pilares e estacas detectados na estrutura. Esse trabalhador chegou a conversar com o governador, ainda na madrugada deste sábado, e afirmou ter visto o momento da colisão.

O homem, que não foi identificado, contou ao governador que os tripulantes da balsa tentaram por duas vezes frear a embarcação mas sem êxito. Na segunda tentativa, a embarcação colidiu com os pilares da ponte, que caiu em seguida. A maré estava alta e presume-se que isso teria potencializado a velocidade da embarcação, que já trafegava com rapidez.

Ainda de acordo com o trabalhador, ele viu dois carros de passeio caírem junto com a estrutura da ponte. No entanto, até o final da coletiva no início da tarde, não havia confirmação de vítimas nem da identificação de carros submersos.

Perícia e Investigações

De acordo com Helder Barbalho, apenas a perícia poderá dizer, de fato, o que será necessário realizar de obras. "Os técnicos vão iniciar o levantamento dos danos dos pilares atingidos para que tenhamos a dimensão da gravidade. Pelas imagens, a gente vê que a base da ponte está firme, o que caiu foi a parte superior, então só após a conclusão do levantamento técnico vai se poder mensurar o grau de danos e a possibilidade de recuperação deles. Sobre eventuais vítimas, não vamos descansar até que tenhamos uma resposta definitiva sobre se há, de fato, pessoas desaparecidas ou mortas".

O governador afirmou ainda que a Defesa Civil não registrou a reclamação de nenhum familiar de possíveis vítimas, nem tão pouco a Polícia Civil e os Bombeiros. Ele informou que desde às 7h deste sábado, bombeiros mergulhavam na área do acidente em operações de possíveis regates, e também a Capitania dos Portos foi acionada para atuar com uma embarcação com radares, capazes de identificar carros submersos.

A ponte tem um total de 860 metros, o trecho que desabou tem cerca de 200. "O Estado vai responsabilizar quem estiver por atrás dessa embarcação, tripulantes, dono da embarcação, dono da carga, contratante, todos os envolvidos, para que a partir daí a gente possa pedir o bloqueio dos recursos e possamos garantir o ressarcimento daquilo que o Estado do Pará terá de gastar para enfrentar esse momento de dificuldade. Mas não vamos esperar a ajuda do governo federal, embora saibamos que vamos buscá-la. Vamos agir com a maior celeridade possível".

Ele informou ainda, sem citar nomes, que um advogado teria feito contato com os agentes públicos estaduais para se apresentar como defensor constituído de uma equipe de cinco tripulantes da basa responsável pelo acidente. Os tripulantes iriam se apresentar para depoimento à polícia civil ainda neste sábado. 

O executivo vai trabalhar para garantir a viabilidade de futuras alternativas de tráfego terrestres que possam ser utilizadas por carros de passeio: uma pela PA-552 que corta o município de Moju, e outra, pela estrada vicinal Perna Sul, que corta o município do Acará (antes da ponte destruída), e acessa além da cidade do Acará, o município de Moju, passando por 15 comunidades do território quilombola. 

O governador disse também que recebeu uma ligação telefônica do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, colocando a pasta à disposição para colaborar com o Estado do Pará.

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