Estado segue com plano de contingência contra dengue

Enquanto muitos municípios vêm notificando aumento do número de casos ao Ministério da Saúde, com epidemias já declaradas, o Estado garante estar com tudo sob controle

Victor Furtado
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O Ministério da Saúde registrou epidemias de dengue em vários municípios brasileiros. A maioria deles está em período de chuvas. Cerca de 57.485 novos casos já foram notificados neste ano. São Paulo concentra 33,4% dos casos prováveis do País, contando mais de 10 mil registros. O Paraná é o segundo da lista, com 8.463 novos casos. E como é o período de chuva na Amazônia, região com muitos problemas de saneamento, a preocupação é inevitável. A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) garante estar se precavendo de todas as formas.

Até o momento, aponta o MS, a região com maior incidência de epidemias de dengue é a Centro-Oeste, com mais de 100 mil habitantes atingidos pela doença. A situação é ainda mais alarmante considerando que, historicamente, o pico da doença costuma ocorrer no mês de abril, por ser um período mais chuvoso.

Desde o ano passado, a Sespa colocou em prática um plano de contingência para os três tipos de dengue e Zika e Chikungunya. Os municípios estão incluídos no conjunto de estratégias. As medidas incluem seminários para debater táticas; supervisão das atividades de controle vetorial nos nove municípios do 12º Centro Regional de Saúde (CRS); treinamento para supervisor de campo para os municípios do 3º CRS; implantação das estações disseminadoras em dois condomínios de Belém e Ananindeua para avaliação de método inovador de combate ao vetor; e bloqueio de transmissão em municípios com mais focos.

Todas as secretarias municipais de saúde devem notificar, imediatamente, casos graves e óbitos suspeitos por dengue à Coordenação Estadual de Controle da Dengue. Para a confirmação de óbitos por dengue, é necessária a investigação específica do Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) e do Instituto Evandro Chagas (IEC).

Desde 2016, seguindo a proposta da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde utiliza três tipos de classificação de dengue, ou seja, dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.

Aline Carneiro, coordenadora estadual de Controle da Dengue, ressalta que os exames de sorologia e isolamento viral são fundamentais para saber que tipos de vírus estão circulando no Pará. “Nos exames realizados em 2019, foram identificados 21 casos de dengue tipo 1 e 45 tipo 2, mas o fato de ter poucos casos isolados não significa que não estejam mais circulando”, diz.

O Pará, informa a Sespa, registrou reduções de 67,57% nos casos de febre Chikungunya e de 47,43% de Zika, no comparativo entre 2018 e 2019. Somente a dengue teve um aumento de 13%. Não houve nenhum óbito por essas doenças em 2019.

Os dez municípios com mais casos de dengue foram Canaã dos Carajás (272), Conceição do Araguaia (248), Senador José Porfírio (182), Novo Repartimento (104), Belém (93), Anapu (80), Vitória do Xingu (75), Rurópolis (66), Pacajá (64) e Ourilândia do Norte (61).

É válido lembrar as medidas que a população deve adotar diariamente em casa: guardar as garrafas sempre viradas para baixo, encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda; manter bem tampados baldes, tonéis e caixas d’água, guardar pneus ao abrigo da chuva e da água, limpar calhas no telhado; não deixar água parada sobre a laje; colocar o lixo em sacos plásticos bem fechados dentro de uma lixeira tampada; e fazer sempre manutenção de piscinas utilizando produtos químicos apropriados.

 

Prefeituras divulgam números e medidas

A Prefeitura de Belém informou que, neste ano, tem 181 casos notificados, sendo 24 confirmados, 44 descartados e 113 aguardando resultado de exames. Em 2019, a capital fechou 103 casos positivos de dengue, uma estabilização na transmissão da doença em comparação ao ano de 2018, quando foram confirmados 99 casos.

Em relação às ações, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que há uma preocupação maior no período chuvoso. "Diariamente, mais de 700 agentes de controle de endemias percorrem ruas e imóveis da capital diariamente, vistoriando e orientando a população. Concomitantemente, a equipe de educação em saúde investe em atividades educativas junto a escolas, igrejas, centro comunitários e outros", disse o órgão.

Também há um trabalho diferenciado para áreas de alto potencial para criadouros, como sucatas, cemitérios e terrenos abandonados, cujas vistorias são contínuas. A Secretaria também disponibiliza o Disque Endemias (3184-6128), que funciona de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h, e registra denúncias de foco de mosquito, orienta a população no combate ao vetor e esclarece sobre sintomas da doença.

Em Ananindeua, a prefeitura informou que "vem trabalhando a prevenção dos agravos de endemias e o município tem um quantitativo de 222 ACEs visitando diariamente os imóveis. Os agentes estão fazendo um trabalho de eliminação e prevenção contra o transmissor de Dengue, Zika vírus, Chikungunya e outros agravos em no município".

Ainda nas estratégias de Ananindeua, há palestras educativas em escolas, centros comunitários, igrejas e outros locais para a prevenção. Os postos de saúde estão preparados para atender as pessoas com sintomas de suspeita, com notificações e coletas de amostras de sangue apara análise no Lacen. No ano de 2019, foram notificados 156 casos, sendo apenas 11 confirmados. De 1º de janeiro a 18 de fevereiro deste ano, foram notificados 17 casos e nenhum confirmado.

A Prefeitura de Marituba foi acionada para também explicar os números e planos, mas até o fechamento desta matéria, não deu retorno.

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