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Especialistas destacam principais doenças e cuidados no verão

Elas são ocasionadas por vírus, bactérias e parasitas transmitidos pela água e pelos alimentos

Cleide Magalhães

No verão e nas férias é comum a ocorrência de doenças ocasionadas por vírus, bactérias e parasitas transmitidos pela água e pelos alimentos, como a diarreia, hepatite A, febre tifoide e outras infecções. A alteração do clima também não é boa para quem já tem algum problema respiratório crônico, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica: enfisema, bronquite crônica, rinites e outras. 

Nessa época, segundo a gastroenterologista Rosa Gusmão, docente da Universidade do Estado do Pará, as doenças mais comuns são ocasionadas pela ingestão de alimentos e líquidos contaminados com microrganismos que vão provocar principalmente as gastroenterites. 
"A gastroenterite provoca diarreia e vômitos. Elas ocorrem devido à ingestão de alimentos contaminados com vírus, bactérias e parasitas. Eles, de modo geral, atuam levando a uma colonização, infecção do gastrointestinal, que resulta na diarreia", esclarece a médica. 
A diarreia é perda de água e de eletrólitos, que são os sais (cloro, potássio e sódio) e o tipo aguda resulta na desidratação. "Então, é preciso ter cuidados adicionais ao que se ingere nesse período em que as pessoas estão mais expostas. Nas praias e balneários pode haver comidas não bem preparadas, manuseadas e que contém esses microrganismos. A origem do que se ingere exige maior atenção, para evitar a contaminação do gastrointestinal, que leva à diarreia, ao vômito e à dor abdominal. Se a pessoa não souber a procedência do alimento, é bom não comer. A ostra exige também maior atenção", destaca. 
Deve haver ainda maior preocupação com as crianças e idosos, porque, de acordo com a médica, a perda hidroeletrolítica de águas e sais leva à desidratação, pode ser grave e até levar à morte. "Para a criança, de preferência, levar o alimento de casa. Então, temos que prevenir a infecção, porque aí previne a desidratação, a internação, hospitalização e o fim das férias", ressalta Gusmão. 

Doenças pulmonares podem se agravar com a mudança do clima

A pneumologista Lúcia Sales enfatiza que a simples mudança do clima prejudica a saúde de quem já tem algum problema respiratório crônico, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema e a bronquite crônica, rinites e outras).
"Nesses processos crônicos, qualquer mudança de temperatura ocorre exacerbações dos quadros. Os surgimentos dos problemas decorrem disso. Então, uma asma que descompensa pode levar inclusive à pneumonia, uma rinite pode levar à sinusite. Os problemas são assim encadeados e não partem de um problema específico", afirma a especialista.
Nessa época de calor, a pneumologista orienta que é preciso ter cuidados com a mudança de temperatura, como sair de um ambiente quente para um frio ou vice-versa. "Isso pode provocar alterações em quem já tem um desses problemas. Para minimizar é preciso fazer uso da medicação receitada pelo médico, quanto mais controlada a doença, mais vai resistir aos eventos que podem descontrolar. Mas quem é sadio pode acontecer por uma susceptibilidade individual", esclarece. 
Durante o ano todo, e não somente no tempo de calor ou de frio, a recomendação da médica é que quem possui esses problemas de saúde deve fazer as vacinas do calendário. Para o problema respiratório crônico é necessário fazer a vacina antipneumocócica, que ajuda na proteção. 
"Nesse tempo de calor, quem está saudável e com a doença controlada pode aproveitar e fazer bastante a hidratação aumentando a quantidade de líquido. Mas se estiver sintomática não é bom se expor ao sol nem à água", pondera a pneumologista Lúcia Sales, do Hospital João de Barros Barreto da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Hepatite A e febre tifoide são também doenças comuns

A infectologista Helena Brígido, docente do curso de Medicina da UFPA, frisa que as principais doenças a serem evitadas no período de férias de julho são a hepatite A e febre tifoide. "A hepatite A é uma doença é adquirida com água e alimentos contaminados com fezes de pessoas infectadas. Na maioria dos casos não há sintomas, mas a pessoa transmite", afirma.
Quando há sintomas, alguns sinais da hepatite A são febre, olhos e pele amarelados, náuseas, dor abdominal, urina escura e fezes claras. O tratamento é feito com remédios apenas para os sintomas.
Outra doença comum nessa época é a febre tifoide, também transmitida por água e alimentos contaminados. Crianças e idosos, quando doentes, podem piorar por causa da imunidade. 
Alguns sintomas são febre, dor de cabeça e nas juntas, diarreia e obstipação intestinal, dor abdominal e a presença de gânglios (ínguas) disseminados. O tratamento é feito com antibióticos e remédios para os sintomas. Pode ter complicações e morte.
Em ambos os casos, a infectologista ressalta que a prevenção com a higiene é fundamental e que é importante tomar todas as vacinas do calendário, principalmente para hepatite B, catapora, sarampo e coqueluche.

Além dos cuidados com a alimentação das crianças em casa, os pais devem ter atenção e se prevenir, principalmente, se forem viajar para as praias e os balneários. “Sabemos da falta de saneamento que existem no Pará e alguns alimentos são feitos sem devida higiene, sem água potável e coloca em risco a vida de crianças, idosos e gestantes, que formam os grupos de riscos. Então, é importante preparar sempre a lancheira e/ou a bolsa térmica das crianças quando for para a praia, com iogurte, fruta e suco natural feito em casa”.

Thayana Kirchhoff afirma que, embora as crianças estejam de férias, existem algumas regras que não podem ser quebradas. “É importante acordar a criança para tomar café, não deixar dormir até 12h e já começar pelo almoço, mesmo que atrase um pouco. No final da tarde fazer um lanchinho. À noite, um jantar. Se necessário, alguma ceia antes de dormir com alimento não tão calórico, como uma fruta”.

Além disso, nos intervalos, é importante que a criança não fique sedentária, continue fazendo alguma atividade física. “É necessário colocar a criança para exercer algumas atividades, como brincadeiras na rua, ao ar livre, dentro de casa. Ela deve ter momentos diversos e não esteja o tempo todo sentada, deitada, olhando televisão, sem atividade. Desta forma não vai evitar o excesso de peso até o final das férias e pode voltar às aulas com taxas de colesterol e triglicerídeos fora do normal”, afirma a nutricionista.

Para ela, a obesidade infantil preocupa, pois afeta não somente a saúde da criança, mas o crescimento e autoestima. “Isso cria impacto negativo a longo prazo e deve ser evitado até pelo menos a fase de adolescência. Na infância os pais são os responsáveis pela alimentação da criança. Já na fase adulta a pessoa já conduz como quer sua alimentação”, finaliza a especialista

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