Policlínicas Itinerantes registram grande movimento em Belém

Muitas pessoas que procuraram atendimento tiveram que voltar para casa por não conseguirem senhas

Cleide Magalhães

Nesta segunda-feira (26), dezenas pessoas estiveram em busca de atendimento médico, em Belém, com sintomas leves e moderados da covid-19. Porém, muita gente não conseguiu senha para receber atendimento nas Policlínicas Itinerantes, do Governo do Estado, que funciona em dois locais em Belém: na Pedreira e na Doca.

“Eu sinto gripe e dores pelo corpo, há três dias. Não cheguei a ir em nenhuma UPA e resolvi vir direto aqui na Policlínica Itinerante buscar atendimento. Mas não tem mais senha. Eles disseram que distribuíram só 30 senhas para a manhã e outras 30 para tarde, e não tem mais como me atender. Vou voltar pra casa e procurar chegar amanhã bem cedo, umas 6h30, para conseguir. Fiquei surpreso com tanta gente, muita gente nova com sintomas. As pessoas estão brincando com esse vírus. Ele é coisa séria”, afirma o segurança Carlos Antônio Reis, 52 anos, que voltou para a casa onde mora na Pedreira, por volta das 11h20.

image Em alguns locais os pacientes registraram que já tiveram dificuldades para pegar senhas (Akira Onuma / O Liberal)

Ainda na Policlínica Itinerante, que fica na avenida Pedro Miranda com a travessa Mauriti, a dona de casa Michele Nascimento, 48 anos, e a filha dela, 16 anos, chegaram às 7h30 e conseguiram senhas para atendimento. Mas já eram 11h30 e elas ainda aguardavam para receber consulta, após passarem por triagens.

“Estivemos na Unidade de Saúde do Satélite e lá disseram que só havia atendimento para casos com sintomas suspeitos de covid-19 nas Policlínicas Itinerantes da Pedreira e da Doca. Na Doca já temos informação de que também está lotada e não há mais senha. Muita gente aqui não conseguiu senha. Agora aguardamos para falar com o médico e fazer os testes. Minha filha está com ausência de paladar, dores no corpo e muito cansaço, desde quinta, e como sou do grupo de risco e convivo com ela também quero ser examinada”, conta a dona de casa.

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Terra Firme, que funciona na avenida Perimetral, próximo ao Terminal Rodoviário da Universidade Federal do Pará, a movimentação era tranquila e não havia pessoas do lado de fora. Algumas pessoas que saíram de lá de dentro, por volta das 11h, informaram que os atendimentos estavam mais voltados para sintomas gripais.

image Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) os atendimentos voltados para casos respiratórios tiveram um aumento perceptível (Akira Onuma / O Liberal)

Recuperados

Em Belém, enquanto algumas pessoas ainda estão em busca de atendimento e diagnóstico da doença, outras comemoram alta médica, após 14 dias de internação. O diretor de cena Edmir Natal da Silva, 44 anos, é uma das 231.732 pessoas que já se recuperaram da doença no Estado.

“Eu vim de Minas Gerais para trabalhar em Belém. Aqui senti febre e dor forte na cabeça. Aí fiquei isolado no hotel. Fiz o teste na Policlínica Itinerante da Doca e de lá vim encaminhado para cá. Cheguei a pegar oxigênio devido minha pressão baixar por conta do nível de oxigênio no pulmão, que foi afetado em 25%. O atendimento foi muito bom e vou voltar ao trabalho”, afirma Edmir da Silva.

Ele esteve internado no Hospital de Campanha, que funciona no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, no bairro do Marco. Nesse tempo todo, ainda segundo o diretor de cena, não viu morte no hospital. “Não vi nenhuma morte. Um bloco inteiro foi desativado por falta de pacientes. No bloco que eu estava havia 20 leitos e somente dez estavam ocupados. Então, creio que não havia lotação”, observa.

Oficialmente, no Pará, existem 248.024 casos confirmados e 6.725 pessoas morreram pela covid-19. São 29.487 casos descartados e 381 em análise no Estado. Em Belém, são 42.054 casos confirmados, 2.225 mortes e 37.200 recuperados. Os dados foram atualizados às 18h deste domingo (25).

Onde buscar atendimento? 

De acordo com comunicado impresso que há na porta do Hospital de Campanha, o espaço atende somente pacientes regulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) das Unidades de Saúde.

Já as Policlínicas Itinerantes, na Pedreira e na Doca, atendem os casos leves e moderados, e funcionam de segunda a sexta, das 8h30 às 16h30, e no sábado e domingo, das 8h30 às 13h30. Ambos os locais são mantidos pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) e foram montados pelo Governo do Estado, a fim de apoiar as demandas de Belém.

Todavia, de forma geral, a Atenção Básica é porta aberta para atendimento à covid-19 e ela é gerenciada pelo Município. Assim, a Sespa esclarece que a população pode recorrer às Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Prontos Socorros.

A Secretaria de Saúde de Belém (Sesma) orienta que, em caso de sintomas moderados, a pessoa pode procurar as Unidades Básicas de Saúde. E, em casos graves, pode buscar qualquer Pronto Socorro da rede municipal.

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